O deputado estadual de Goiás Amauri Ribeiro (União Brasil) foi alvo de operação da Polícia Federal.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra o parlamentar em suas casas nas cidades de Goiânia, capital do estado, e Piracanjuba.
Amauri Ribeiro (União Brasil) é suspeito de envolvimento nos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Segundo Demóstenes Torres (foto), advogado de Amauri Ribeiro, o celular do deputado foi apreendido durante a operação.
No dia 6 junho, durante uma audiência na Assembleia Legislativa de Goiás, o deputado declarou ter feito doações para os acampamentos instalados em frente a quartéis de Brasília para questionar o processo eleitoral de 2022.
Em meio a uma discussão com deputados do PT, Amauri Ribeiro disse que também ajudou os acampados com mantimentos, além de ter ele mesmo ficado em um desses locais.
"Eu ajudei a bancar quem estava lá. Eu ajudei, levei comida, levei água, dei dinheiro", admitiu.
Na mesma audiência, o parlamentar ainda fez um desafio em forma de ironia: "Mandem me prender, eu sou um bandido, um terrorista, um canalha, na visão de vocês".
Amauri Ribeiro tem 50 anos e seu reduto eleitoral está na cidade de Piracanjuba (foto), onde foi vereador e prefeito antes de ser eleito deputado estadual.
Ligado ao setor agropecuário, o deputado provocou polêmica já em sua posse para o primeiro mandato na Assembleia Legislativa, em 2019, ao usar um chapéu, atitude vedada pelo regimento interno da Assembleia Legislativa de Goiás.
O deputado alegou precisar do acessório devido a problemas de visão: "Eu tenho uma sensibilidade à luz. E o chapéu faz essa cobertura evitando que a luz venha direto nos meus olhos.
Ainda na solenidade de posse, Amauri Ribeiro foi fotografado com a mulher sentada em seu colo. Questionado, afirmou ter sido um rápido movimento para dar passagem a uma senhora que estava se sentindo mal.
Em um discurso na tribuna da Assembleia Legislativa em 2021, Amauri Ribeiro afirmou que a vereadora de Goiânia Lucíula do Recanto (PSD) "merecia um tiro na cara.
O deputado fez a declaração violenta ao citar a presença da vereadora no resgate de animais submetidos a maus-tratos em uma propriedade na capital de Goiás.
A declaração fez o deputado ser alvo de investigação pela Polícia Civil do estado.
Em outro episódio rumoroso, o deputado apareceu em um vídeo agredindo um motorista na cidade de Piracanjuba.
De acordo com o empresário alvo das agressões, o deputado teria ficado incomodado com um áudio de sua autoria que viralizou na cidade com ataques ao político.
Em entrevista ao jornal O Popular, do estado de Goiás, Amauri Ribeiro definiu a Assembleia Legislativa como "casa de mulheres".
"Uma pouca vergonha. Se você entrar naquela casa, me desculpa o palavreado, vai lá para você ver. Naquela Assembleia tem casa de mulheres, de meninas, de assessoras que ficam por conta de deputado. É brincadeira", declarou.
Amauri Ribeiro tornou-se réu por racismo em janeiro de 2023. A ação foi motivada por uma foto postada pelo deputado exibindo o desenho da mão de um homem branco segurando o punho de um negro que trazia um arco-íris (representando o movimento LGBTQIA+). A ilustração acompanhava a frase "na minha família não".
Os mandados de busca e apreensão contra o deputado integram a 15ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem como objetivo identificar pessoas que incitaram, participaram e financiaram os atos de 8 de janeiro, com invasão e depredação às sedes dos Três Poderes.