Michael Oher, ex-jogador da NFL cuja vida inspirou o filme "Um Sonho Possível" (2009), entrou com um processo legal nos Estados Unidos com o objetivo de revogar a tutela exercida pelo casal Sean e Leigh Anne Tuohy sobre ele.
Oher alega que, em vez de adotá-lo, os Tuohys o induziram a assinar um contrato de tutela, concedendo-lhes autoridade legal para firmar acordos comerciais em seu nome.
A história foi contada inicialmente pelo canal ESPN e o Flipar te explica tudo!
Como o imbróglio, Sean Tuohy, o pai adotivo, manifestou profunda tristeza em relação à notícia em entrevista ao "Daily Memphian."
É perturbador alegarem que ganharíamos dinheiro com qualquer um de nossos filhos. Mas vamos amar Michael aos 37 anos, assim como o amávamos aos 16, manifestou Sean.
Internado como um jovem infrator antes de completar 11 anos, Oher encontrou refúgio nas ruas do Tennessee.
Sua trajetória no futebol americano começa quando o pai de um amigo ajudou a colocá-lo em uma escola local.
No verão seguinte ao seu primeiro ano escolar, Oher começou a passar algum tempo ocasionalmente com Sean e Leigh Anne Tuohy.
Segundo a ação movida pelo ex-jogador, Sean e Leigh o viam como um jovem crédulo cujo talento atlético poderia ser explorado para seu próprio benefício.
Os Tuohys passaram a convidar o jovem com mais regularidade a ficar em sua casa e o levavam para fazer compras, mesmo sem assumir a custódia dele legalmente.
De acordo com a petição, após Michael completar 18 anos, ainda sendo estudante, em julho de 2004, os Tuohys propuseram a ele a possibilidade de residir sob o mesmo teto que eles.
Os Tuohys disseram a Michael que o amavam e que pretendiam adotá-lo legalmente. Michael acreditou neles, ficou encantado por fazer parte de uma família real e confiou no Sr. e na Sra. Tuohy completamente, diz um trecho do documento.
Também de acordo com a petição, Michael os chamou de mamãe e papai a pedido deles.
O documento menciona ainda que, logo após sua mudança, os Tuohys enganaram Michael com documentos que ele acreditava serem relacionados à adoção.
Em vez disso, os documentos conferiam ao casal controle total sobre a capacidade de Michael Oher de negociar ou entrar em qualquer contrato, apesar do fato de ele ter mais de 18 anos de idade e não ter deficiências físicas ou psicológicas diagnosticadas.
A petição alega que, em nenhum momento, os Tuohys informaram a Michael Oher que teriam controle sobre os seus acordos contratuais e que ele foi enganosamente aconselhado por eles a chamar a adoção de "tutela".
A petição também argumenta que os Tuohys se apresentaram de forma falsa e pública como os pais adotivos de Michael, uma representação que perdurou até a data em que a petição foi apresentada.
Em setembro de 2006, os Tuohys negociaram acordos para o filme "Um Sonho Possível," que foi baseado na biografia de Oher.
Esses acordos resultaram em um pagamento de US$ 225 mil para eles e seus outros dois filhos, bem como uma participação de 2,5% nas receitas futuras do filme, que arrecadou mais de US$ 330 milhões.
O longa foi indicado ao Oscar de Melhor Filme e deu à Sandra Bullock a estatueta de Melhor Atriz.
Por conta da repercussão negativa do caso, vários fãs se manifestaram nas redes sociais pedindo para que a atriz devolvesse o Oscar. Ela interpreta Leigh Anne Tuohy no filme.
Há um segundo contrato datado de abril de 2007 que teria sido assinado por Michael Oher, no qual ele concede seu nome, imagem, voz e outros direitos ao estúdio de cinema, "sem receber qualquer compensação", como afirmado na petição.
Oher suspeita que a assinatura no contrato se assemelha à sua, mas ele não tem certeza se foi falsificado. O ex-atleta afirmou que em nenhum momento, voluntariamente ou conscientemente cedeu direitos de seu nome e imagem.
A petição alega que os pais usaram dessa mentira para obter vantagens financeiras para si mesmos. Todo o dinheiro feito dessa maneira deve, com toda a consciência e equidade, ser devolvido e pago a Michael Oher, diz um trecho.
Na petição, é solicitado que tutores apresentem uma declaração juramentada detalhando o dinheiro que pertence a Michael Oher e que deveria ter sido pago a ele.
Michael Oher jogou na National Football League (NFL) por oito temporadas. Ele se aposentou em 2016 e atualmente trabalha como analista da NFL para a Fox Sports.