História

Memória de uma enfermeira brasileira na II Guerra Mundial

Virginía Maria Portocarrero foi a última a morrer, aos 105 anos. Conheça a história


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A Segunda Guerra Mundial teve presença de mulheres brasileiras que atuaram no tratamento de feridos em combates. Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero (no meio) foi a que viveu por mais tempo.

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Virgínia morreu em 30/3/2023 aos 105 anos, deixando uma história de dedicação e amor pela atividade profissional que lhe permitiu salvar vidas.

Divulgação Exército eb.mil.br

A notícia da morte de Virginia foi divulgada pelo Comando Militar do Leste, órgão regional do Exército no Rio de Janeiro.

Halley Pacheco de Oliveira -wikimedia commons

Virginia morreu de causas naturais, em decorrência da idade avançada, em Araruama, na Região dos Lagos do RJ.

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Em 1944, ela se apresentou como voluntária no Ministério da Guerra para ser voluntária na assistência dos feridos.

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O ministro Eurico Gaspar Dutra (que depois tornaria-se presidente do Brasil) estava enviando tropas para os combates.

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Virginia fez um Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército entre janeiro e abril de 1944. E foi convocada.

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Em junho de 1944, ela foi de avião para a Itália, juntando-se a outras profissionais de saúde e servindo na Seção Brasileira de hospitais montados pelos Estados Unidos.

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O governo brasileiro enviou para o norte da Itália um total de 25.445 militares.

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Eles tinham a missão de ajudar os Aliados (Reino Unido, França, URSS e EUA) a derrotar o Eixo nazifascista (Alemanha, Itália e Japão).

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Por sua atuação, Virginia recebeu honrarias: a Medalha de Campanha e a Medalha de Guerra.

Divulgação Exército eb.mil.br

As tropas brasileiras atuaram nas regiões montanhosas da Itália entre o fim de 1944 e o início de 1945.

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Os brasileiros estiveram na notória Batalha de Monte Castelo.

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Após ficar com o moral baixo por causa de baixas nos combates, a força brasileira recebeu ordem de empregar todas as unidades num ataque que seria avassalador..

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A ordem partiu do comandante das forças brasileiras na Europa, General Mascarenhas de Morais.

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O jornalista Joel Silveira, que cobriu a guerra, disse que Mascarenhas contrariou determinações do Comando dos EUA porque tomar Castelo era questão de honra. E, com isso, empregou sua própria estratégia.

capa do livro O Inverno da Guerra, de Joel Silveira (cropped)

"O que os pracinhas não haviam conseguido em três meses, concluíram em pouco mais de 12 horas no dia 21 de fevereiro", disse Joel. O Brasil venceu.

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Joel escreveu um livro sobre suas experiências na Segunda Guerra Mundial, chamado "O Inverno da Guerra", lançado pela Editora Objetiva.

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A Batalha também inspirou Renato Russo a compor a canção "Monte Castelo", em que ele juntou um trecho do 11º Soneto do poeta Luís de Camões com uma passagem bíblica (Coríntios 13:1).

Reprodução do GShow Show dos Famosos

O Brasil entrou na II Guerra Mundial em 1944, mas o conflito havia começado em 1/9/1939 e seguiria até 2/9/1945.

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Os brasileiros que foram à guerra produziram, além dos resultados em combate, cenas que se eternizaram nos arquivos nacionais. Aqui, os soldados brasileiros "avisam" a Hitler que estavam na área.

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Aqui, um soldado brasileiro festeja a rendição de um alemão nazista.

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Ao todo, 454 brasileiros morreram na II Guerra Mundial. Houve 2.064 feridos e 35 prisioneiros.

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Os que não voltaram são homenageados no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, popularmente conhecidos como Monumento aos Pracinhas, no Rio de Janeiro.

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O Comando Militar do Leste fez uma montagem em homenagem a Virginia Maria de Niemeyer Portocarrero. Eterna gratidão dos brasileiros por sua coragem e dedicação.

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