Em alguns casos, pode ter até pena de morte
A produção de bebida alcóolica é uma das indústrias mais fortes a nível mundial. Uma pesquisa da agência de notícias Business Wire mostra que esse mercado deve ter um crescimento de 6 bilhões de dólares entre 2020 e 2024, com uma progressão anual próxima aos 3%
No entanto, alguns países impõem restrições na comercialização de drinques por causa de leis e questões religiosas como, por exemplo, em sociedades islâmicas onde as crenças se confundem com os direitos das pessoas. O certo e o errado se baseiam no Corão.
O livro sagrado do Islã sugere evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois afirma que provoca intoxicação e torna o Mal maior do que o Bem. Por sinal, os muçulmanos mais radicais se negam até a mesmo a encostar em garrafas de cerveja e vinho.
Alguns países que adotam esse veto às bebidas alcoólicas são Bangladesh, Brunei (foto), Iêmen, Índia, Irã e Qatar, todos na Ásia.
Bangladesh é um pequeno país asiático que faz fronteira com Índia e Myanmar. A comercialização de bebida alcoólica se limita a moradores e visitantes estrangeiros em uma lista restrita de bares, restaurantes e hotéis.
Brunei, minúsculo país na Ásia, libera a venda de bebidas alcoólicas para pessoas do exterior que não são adeptas do Islamismo. Elas podem entrar no território com até dois litros de destilados ou 12 latas de cerveja em um período de dois dias, mas é necessária uma licença.
O Irã é mais um representante asiático e um dos mais rigorosos no continente com relação à ingestão de bebidas alcoólicas. A punição para os nativos que desrespeitarem a orientação de forma constante pode ser castigos corporais, amputação de membros e até pena de morte.
A exceção serve somente para estrangeiros que sejam moradores ou visitantes não muçulmanos que podem consumir drinques alcoólicos ao chegar no país ou em cerimônias particulares.
No Iêmen, os drinques alcoólicos estão disponíveis apenas em hotéis, e podem ser consumidos por turistas que não são adeptos do Islamismo. Porém, o consumo não pode ocorrer em público. Nativos que desacatarem a regra podem ser presos.
No fim de 2022, o Qatar roubou a cena no âmbito mundial envolvendo as bebidas alcoólicas. Isso porque sediou a última edição da Copa do Mundo e uma marca de cerveja era patrocinadora do evento. Depois de muita pressão do governo, a Fifa anunciou que não haveria vendas da bebida nos arredores dos estádios.
O território qatari também possui influência da cultura e dos costumes ditados pelo Islã. Assim, tem o consumo de líquidos alcoólicos desaconselhado pelo Corão.
Na Índia, país com dimensões continentais, há culturas variadas. Hindus, cristãos e muçulmanos fazem a disseminação de costumes. Assim, o mercado de bebidas é altamente regulado. Em alguns estados, vigora a proibição; em outros, as vendas se limitam a lojas aprovadas pelo governo. O consumo em lugares públicos é vetado.
Entre os estados que proibiram totalmente a comercialização e consumo de álcool, estão as ilhas Lakshasweep, além de Manipur, Mizoram e Nagaland. Já Guajarat permite a venda apenas para estrangeiros em aeroportos e hotéis, mas com uma autorização.
No Sudão, representante africano, a lei islâmica do Sharia, que funciona como sistema jurídico, determina como possíveis sanções o enforcamento ou mutilação, caso os nativos sejam flagrados ingerindo líquidos alcoólicos.
Curiosamente, os Estados Unidos também têm restrições sobre fabricação, transporte, ingestão e comercialização de bebidas alcoólicas em algumas cidades do estado do Alabama (foto), Alaska, Flórida, Mississipi e Texas.
Afinal, entre as décadas de 1920 e meados de 1930, o governo federal optou por instaurar a Lei Seca, com o intuito de diminuir os índices de violência e pobreza na sociedade.
Mesmo com a limitação a respeito do consumo e da venda de álcool, os estados que estão incluídos nessa restrição têm a permissão para liberar a comercialização e ingestão de bebidas alcoólicas em estádios.
Um dos casos é o AT&T Stadium, na cidade de Arlington, no Texas. É ali que o time de futebol americano Dallas Cowboys, que integra a principal liga norte-americana, a NFL, sedia seus jogos. A arena tem capacidade para 80 mil espectadores.
O Bryant-Dennis Stadium, na cidade de Tuscalossa, no Alabama, recebe partidas da mesma modalidade esportiva, principalmente do time da universidade do Alabama. Aliás, a estrutura tem condições de comportar mais de 100 mil pessoas.
Também há o Vaught-Hemingway Stadium, na cidade de Oxford, no Mississipi, que também é voltado para jogos de futebol americano, principalmente da equipe da universidade do Mississipi. O estádio consegue acomodar 64 mil espectadores.