História

O dia em que um repórter largou o microfone para salvar uma criança

Foi na Turquia, em fevereiro de 2023, durante terremoto que deixou mais de 50 mil mortos


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O terremoto no Marrocos trouxe à tona a memória de outras tragédias. E uma das mais recentes é o tremor que fez vítimas na Turquia e na Síria, em fevereiro de 2023, com mais de 50 mil mortes. Um dos momentos mais comoventes foi quando uma equipe de TV, que estava em transmissão ao vivo, salvou uma criança. Vamos relembrar

Reprodução de vídeo Reuters

O repórter Yüksel Akalan, do canal A Haber, estava no ar para reportar o terremoto quando houve um segundo tremor.

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Todos começaram a correr e ele percebeu a presença de uma criança perto de um prédio.

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Yüksel correu em direção ao local onde a menina estava para resgatá-la. .

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Ele segurou a criança no colo e saiu rapidamente daquela área.

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Ele tentou acalmar a criança, que chorava desesperada.

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O repórter deixou a menina com algumas pessoas, em área aberta, fora do alcance de escombros em caso de desabamento, e seguiu a transmissão.

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Logo em seguida, ocorreu um desmoronamento no local onde a criança havia sido resgatada.

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A jornalista Esra Arpa, colega de Yüksel, que acompanhava o repórter no trabalho, disse que a equipe foi pega de surpresa com o novo tremor.

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Segundo ela, a equipe iria para um hotel, mas, de repente, se viu em meio a mais um abalo.

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Do nada, estávamos no meio dos escombros e nuvens de poeira. Foi um momento de horror", disse.

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O primeiro terremoto - mais violento - tinha ocorrido às 4h17 da madrugada de segunda-feira (6/2) na Turquia (2h17 de domingo no Brasil).

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Milhares de casas e prédios foram abaixo, deixando pessoas soterradas.

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Moradores começaram as buscas por vizinhos e parentes. Na imagem, um sobrevivente sendo resgatado.

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O epicentro do abalo sísmico foi na cidade de Gaziantep.

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Ali morreu, entre outros, o goleiro Eyüp Türkaslan, do Malatyaspor, que passava os dias de folga na cidade natal. A mulher dele sobreviveu.

Divulgação Malatyaspor

Mas outras cidades também foram atingidas. Em cada quarteirão, dezenas de pessoas se juntavam sobre montes de escombros para tentar localizar sobreviventes.

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O tremor foi tão forte que os abalos também foram sentidos no Líbano, Chipre, Israel e Síria, onde milhares de pessoas também ficaram soterradas.

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Ao longo do dia, prédios que ainda estavam de pé, mas danificados pelo terremoto, começaram a ruir.

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Por toda parte, se viam pessoas correndo dos escombros e da nuvem de poeira causada pelo desmoronamento dos edifícios.

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Na Síria, uma menina de 18 meses foi salva nos escombros na cidade de Azaz. A mãe grávida e dois filhos mais velhos morreram.

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Num dos prédios, uma cama ficou à beira do precipício criado pelo desmoronamento de parte do edifício.

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Bombeiros usavam escada mecânica para resgatar pessoas nos apartamentos mais altos.

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Em choque, as pessoas eram levadas para atendimento em meio ao caos que se formou com a tragédia.

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Uma imagem marcante foi a de um pai, sem qualquer casaco, no ambiente de neve, aliviado por encontrar o filho vivo. Foi o que bastou para aquecê-lo.

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Centenas de pessoas que sobreviveram e não tinham para onde ir faziam fogueiras para se aquecer. O frio e a fome predominavam no ambiente caótico.

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