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Lula e Putin: entenda a polêmica após a declaração do presidente brasileiro


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuou após afirmar que o líder russo Vladmir Putin não seria preso caso viesse ao Brasil para participar da reunião do G20 que será realizada em 2024, no Rio de Janeiro.

Ricardo Stuckert/PR

Se eu for presidente do Brasil, e se ele (Putin) vier para o Brasil, não tem como ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil, disse o mandatário ao site indiano "Firstnews".

Ricardo Stuckert/PR

Lula, porém, deu uma nova declaração sobre o tema em entrevista à imprensa para o balanço da cúpula do G20 na Índia.

Ricardo Stuckert/PR

Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão de prendê-lo ou não é a Justiça, não o governo nem o Congresso Nacional, afirmou o presidente brasileiro.

Ricardo Stuckert/PR

ENTENDA O CASO: O líder russo é alvo de mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI). O Brasil é membro.

Alan Santos/PR

O TPI emitiu em março deste ano um mandado de prisão contra Vladmir Putin, por conta dos supostos crimes de guerra na Ucrânia.

Valter Campanato/Agência Brasil

E por que Vladmir Putin seria preso? A alta corte argumenta que o mandatário russo é o responsável pela deportação ilegal de crianças em áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia.

Marcos Corrêa/PR

A Rússia, no entanto, negou que suas forças tenham se envolvido em crimes de guerra.

Wilson Dias/Agência Brasil

O Brasil, por sua vez, é assinante do Estatuto de Roma, sendo o tratado internacional que criou o TPI. Neste caso, o país deve cumprir ordens da corte, o que poderia determinar a prisão de Putin.

Ricardo Stuckert/PR

Vladmir Putin não compareceu ao encontro de líderes no Brics em 2023 porque corria risco de prisão em Joanesburgo, na África do Sul. O país também é signatário do Estatuto de Roma.

Agência Brasil

O russo também não participou do encontro do G20 na Índia.

Kremlin - Wikimédia Commons

Em entrevista nesta segunda, Lula também disse ser preciso uma avaliação sobre a presença do Brasil no TPI.

Ricardo Stuckert/PR

Quero ver por que os EUA não são signatários e outros países também não aceitam, porque não somos inferiores e não precisamos aceitar qualquer coisa, disse Lula.

Ricardo Stuckert/PR

Em 1998, o TPI foi criado e passou a funcionar em 2002. O tribunal é responsável por investigar e julgar pessoas acusadas dos seguintes crimes: genocídio, crimes de guerra, agressão contra outros países, além de crimes contra a humanidade.

Reprodução/Wikimedia Commons

A sede do tribunal é em Haia, na Holanda.

Domínio Público/ Wikimedia Commons

EUA, Rússia, China e Índia não participam do tribunal.

Twitter/@JoeBiden

Ao todo são 123 países membros do TPI. Entre eles: Reino Unido, Itália, França, Japão e todos os países da América do Sul.

Reprodução/Wikimedia Commons

O Brasil assinou o Estatuto de Roma em 2000, quando tinha Fernando Henrique Cardoso como presidente.

Valter Campanato/Agência Brasil

Lula: Eu não estou dizendo que vou sair de um tribunal. Eu só quero saber, e só me apareceu agora, eu nem sabia da existência desse tribunal, eu só quero saber por que os EUA não são signatários; por que a Índia não é signatária; por que a China e a Rússia não são signatárias e por que o Brasil é signatário."

Ricardo Stuckert/Divulgação

"Eu quero saber qual é a grandeza que fez o Brasil tomar essa decisão de ser signatário. [...] Porque me parece que os países do Conselho de Segurança da ONU não são signatários, só os 'bagrinhos'", completou o presidente.

Cláudio Kbene/PR