um raio destruiu a estátua do Cristo Pescador, de 33 m de altura, localizada na comunidade de La Concordia, no estado de Chiapas, no México. Foi no dia 9/9.
O monumento, no alto do Cerro El Raspado, era uma atração turística que recebia visitantes de várias partes do mundo. Mas pegou fogo ao ser atingido pelo raio.
Na Inglaterra, um raio também causou destruição. Ele atingiu diretamente a chaminé de uma casa em Oxfordshire. Câmera de uma casa vizinho registrou o momento.
Por sorte, não havia ninguém em casa na hora. O raio explodiu a chaminé e queimou os sistemas elétricos da casa.
As descargas elétricas dos raios são tão fortes que podem causar destruição e fazer até mesmo várias vítimas ao mesmo tempo.
No Brasil, um temporal em Vilhena, município de Rondônia, causou a morte de gado numa fazenda.
É que a chuva forte chegou com muitos raios. E um deles atingiu uma área arborizada onde os bois descansavam. Dezessete morreram na hora, segundo proprietário da fazenda. Eles eram garrotes com cerca de 12 arrobas cada.
No dia 7/2, um homem morreu atingido por um raio em Saquarema durante temporal em várias cidades do estado do Rio de Janeiro.
Recentemente, o lavrador José dos Reis, de 41anos, também morreu após ser atingido por um raio no povoado Centro da Floresta, na zona rural de Colinas, município localizado a 437 km de São Luís, no Maranhão.
Em certos dias, o número de raios é inacreditável. No dia 11/1/2023, por exemplo, o Brasil foi atingido por 740.195 raios. Só no Mato Grosso do Sul foram 170.930 raios! Em seguida, Minas Gerais, com 137.604 raios, e Tocantins com 80.486 raios.
Uma temporada de raios chama atenção e acende o alerta para os cuidados com a prevenção de acidentes. Recentemente, o fotógrafo Fernando Braga flagrou um raio caindo na cabeça do Cristo Redentor, no Corcovado (Rio de Janeiro). A imagem viralizou nas redes sociais e ele disse que fez mais de 500 tentativas antes de conseguir o flagrante.
O Brasil registra, a cada ano, 110 mortes causadas por raios. A maioria das vítimas estava em condições adversas, em meio à tempestade.
O Brasil é o país com a maior incidência de raios do mundo, registrando, em média, 70 milhões de descargas por ano, segundo levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A época de verão, com chuvas fortes, é arriscada. Entre janeiro e fevereiro de 2022, foram registrados cerca de 17 milhões de raios sendo 8,8 milhões em janeiro e 8,2 milhões em fevereiro e 27 milhões de descargas dentro das nuvens.
Mas os raios ocorrem em qualquer época do ano. As descargas elétricas podem ocorrer entre nuvens. Já os raios chegam ao solo e podem atingir pessoas, animais e a flora.
As descargas elétricas se formam em nuvens bem encorpadas chamadas cumulonimbus. Elas são formadas pela ação de ventos que ganham massa e volume. Elas ficam bem encorpadas no topo e propiciam tempestades com raios.
O Amazonas é atingido por raios com frequência. O desmatamento na Amazônia, a elevação da temperatura e o fenômeno La Niña se unem ao fato de que o Brasil é a maior área tropical do planeta com verão quente e úmido. Combinação perfeita para a formação de tempestades.
O Piauí é um dos estados mais atingidos. No dia 3/2 deste ano de 2023, a capital Teresina foi alvo de 8.538 raios! Em 2022, o estado já havia registrado um aumento de 52,49% no número de raios que caíram no solo, segundo o ClimaTempo.
Foi no Piauí que o árbitro Valdinar Rodrigues de Jesus (à esquerda na foto), 49 anos, morreu em 12/3/2022, atingido por um raio quando apitava uma partida de futebol na zona rural de Capitão de Campos. O jogo valia pela Copa Jatobá e chovia muito forte.
Um levantamento feito pelo Inpe - o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - em 2020 apontou que, neste século XXI, mais de 2 mil pessoas morreram atingidas por raios no Brasil. É o sétimo país no ranking mundial.
33% das vítimas estavam em área rural descampada, a maioria trabalhando na lavoura.
21% estavam em casa! Alguns encostados em janelas ou portas; outros ao telefone; ou perto de aparelhos conectados à energia elétrica.
9% estavam embaixo de árvores, tentando se proteger da chuva ou colhendo frutos; ou caminhando em área arborizada, como praças ou jardins.
9% estavam perto de áreas com água: praias, calçadões à beira-mar, lagoas, rios, cachoeiras, piscinas
A corrente do raio pode causar queimaduras e outros danos ao corpo. A maioria das pessoas que morrem atingidas por raio tem parada cardíaca e respiratória.
Em fevereiro de 2022, um novo recorde foi anunciado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Um raio de 768 km cortou o céu dos Estados Unidos, passando pelo Texas, Luisiana e Mississippi. Antes disso, o Brasil era detentor do título de maior raio já registrado: 709 km, em 2018.
A OMM também divulgou qual o raio de maior duração: 17,1 segundos, ligando o norte da Argentina ao Uruguai, em 2020.
A probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio, de acordo com o INPE, é de 1 em 1 milhão. Mas se a pessoa estiver com condições adversas, como numa área descampada, o risco passa a ser de 1 em 1.000.
Por isso, em caso de tempestade, não fique em áreas abertas, muito menos perto de água, plantas ou objetos conectados à eletricidade. Ninguém morreu dentro de um veículo fechado. Essa é considerada uma das melhores formas de proteção durante tempestades.