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Escândalo de asilos do horror choca na Romênia


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A sociedade da Romênia ficou em choque com a revelação pela mídia local do escândalo dos "asilos do horror". O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu.

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Em janeiro de 2023, jornalistas do Boletim de Bucareste e do Centro de Investigações da Mídia mostraram que pessoas abrigadas em vários lares para idosos do país encontravam-se em situação degradante.

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Os registros foram feitos em casas localizadas na cidade de Voluntari, ao norte da capital Bucarest, e na comuna de Afumai.

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As investigações descobriram que idosos, doentes e jovens com deficiência abrigados nesses espaços estavam em condições degradantes.

Divulgação/Polícia da Romênia

Após meses de pressão da sociedade, procuradores do Diicot (Direcção de Investigação do Crime Organizado e do Terrorismo) visitaram três abrigos e atestaram diversas irregularidades.

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Nesses lares, os hóspedes vulneráveis encontravam-se em estado miserável, privados de alimentação e conviviam em ambientes com sangue e fezes.

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Eles também estavam sem tomar banho há dias e tinham hematomas oriundos de espancamentos.

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Aos idosos também eram negados remédios e alguns ainda trabalhavam em serviços internos.

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As autoridades removeram 30 pessoas desses lares e as levaram a hospitais. Médicos disseram nunca ter visto indivíduos em tal estado de desnutrição.

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O chefe dos serviços de emergência da Romênia, Raed Arafat, relatou ao londrino Financial Times que o temor pelas investigações fez um asilo abandonar 11 idosos em canteiro de obras da cidade de Voluntari.

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De acordo com Arafat, as pessoas foram conduzidas em lençóis e o objetivo era evitar que a fiscalização detectasse a superlotação da casa.

Divulgação/Governo da Romênia

O governo decretou o fechamento de mais de 20 asilos em que foram detectadas irregularidades das mais diversas.

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Esse cenário de descaso detonou uma crise política no governo da Romênia.

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O primeiro-ministro Marcel Ciolacu anunciou que Marius Budi, responsável pela pasta do trabalho, pediu demissão.

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Ciolacu também declarou que os abusos sistêmicos e a negligência encontrada nos asilos provocará mudança no sistema de atendimento a idosos.

Parlamento da Romênia/Wikimedia C

A ONG Centro de Recursos Legais, sediada em Bucareste, havia pressionado pela demissão do ministro. A organização o acusou de impedir acesso às casas de repouso meses antes, quando já havia as denúncias dos maus tratos aos idosos.

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Alvo de protestos nas ruas, a ministra da Família, Gabriela Firea, alegou que desconhecia o panorama dos asilos privados. Ela é casada com o prefeito de Voluntari, Florentin Pandele.

Partido Social Democrático da Romênia/Wikimedia Commons

Durante cúpula da Otan, na Lituânia, o presidente Klaus Iohannis classificou a situação dos lares para idosos de "desgraça nacional".

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O caso dos "asilos do horror" remexeu em memórias sombrias da população romena sobre episódios ocorridos nos anos 90 em orfanatos do país.

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A situação pavorosa veio à tona após a queda do comunismo, com o fim do regime de Nicolae Ceausescu em 1989, e dificultou a entrada da Romênia na União Europeia - levada a termo apenas em 2007.

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Localizada no leste europeu, a Romênia fica na Península dos Balcãs e faz fronteira com "Hungria, Ucrânia, Sérvia, Bulgária e Moldávia.

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O país tem pouco mais de 19 milhões de habitantes e sua capital é Bucareste.

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