A Universidade Santo Amaro (Unisa) divulgou que tomou a decisão de expulsar seis estudantes do curso de medicina que mostraram as partes íntimas para as atletas durante um jogo de vôlei feminino.
A universidade esclareceu que a expulsão se aplica a todos os alunos "que foram identificados até agora", sem especificar o número exato de pessoas afetadas pela medida.
Pelo Instagram, a universidade anunciou que a reitoria ficou ciente de um caso "contendo gravíssimas ocorrências envolvendo os alunos do seu curso de medicina".
As cenas só viralizaram nas redes sociais no último fim de semana, mas o fato aconteceu em maio, durante uma competição esportiva entre várias universidades.
No domingo (17/09), o youtuber e empresário Felipe Neto chegou a cobrar um posicionamento da Unisa: A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?
A Unisa explicou que, embora os acontecimentos não tenham ocorrido nas instalações da universidade e não sejam de sua responsabilidade direta, eles decidiram aplicar a punição mais rigorosa prevista em seu regulamento.
A universidade classificou as gravações em que os alunos aparecem sem roupas como "atos execráveis".
Além disso, devido à seriedade dos acontecimentos, a instituição também reportou o caso às autoridades públicas.
A universidade também esclareceu que está colaborando com outras investigações e tomando as medidas apropriadas. A mensagem foi assinada pelo reitor, o Prof. Dr. Eloi Francisco Rosa.
A Unisa, instituição com mais de 55 anos de história, repudia veementemente esse tipo de comportamento, completamente antagônico à sua história e aos seus valores, disse o comunicado.
No vídeo, cerca de 20 estudantes da Unisa aparecem com as calças abaixadas, mostrando partes íntimas masculinas, algumas delas cobertas pelas mãos, enquanto estavam na arquibancada durante um jogo de vôlei feminino.
Um outro vídeo do mesmo grupo exibe o momento em que eles correm nus pela quadra.
Após a divulgação desses vídeos, a Polícia Civil de São Paulo tomou medidas para investigar o caso.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou que a polícia enviará pedidos de informações às universidades envolvidas e à Secretaria de Esportes da Prefeitura de São Carlos.
O ministro da Educação, Camilo Santana, instruiu o MEC a notificar a Unisa para investigar quais ações foram tomadas pela universidade em relação aos estudantes.
Ao UOL, os alunos alegaram, sob anonimato, que não se masturbaram, como foi relatado em algumas postagens nas redes sociais.
Segundo esses alunos, os homens estavam apenas cobrindo suas partes íntimas com as mãos, e não houve masturbação coletiva.
O Conselho Regional de Medicina do Estado São Paulo (Cremesp) repudiou a conduta dos estudantes e disse que não possui competência legal para atuar em relação aos alunos, uma vez que a atividade do Conselho limita-se a profissionais médicos formados e registrados no Estado de São Paulo.
O Centro Acadêmico Rubens Monteiro de Arruda, do curso de Medicina da Unisa publicou: nós não compactuamos com atitudes que ofendam, humilhem e constranjam qualquer pessoa.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Ministério das Mulheres repudiaram o caso.
Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas elas devem ser combatidas com o rigor da lei, declarou Ministério das Mulheres.
Até a tarde desta terça-feira (19/09), nenhum representante da Unisa havia sido intimado.