A Riachuelo foi alvo de fortes críticas nas redes sociais por colocar à venda um conjunto de roupas que se assemelha às usadas pelos prisioneiros dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu
Imagens da peça, composta por camisa e calça de listras brancas e azuis, circulou na internet acompanhada de comentários alertando para a semelhança com as vestimentas impostas aos judeus nos campos de concentração.
Em seu perfil no X, antigo Twitter, a especialista em semiótica psicanalítica da USP Maria Eugênya fez uma postagem a respeito que viralizou.
"Tá faltando aula de História - e noção, pros estilistas da Riachuelo", escreveu Maria Eugênya.
"O uso da estética violenta (holocausto, escravidão) pra gerar polêmica é uma das faces do marketing, não é novidade. Mas insisto que conhecer a história e a construção de pensamento crítico e preservação da memória falta pra muita gente ter no mínimo vergonha de achar isso aí ok", completou a estudiosa.
Por meio de nota, a Riachuelo pediu desculpas e afirmou que a comercialização do artigo "realmente foi uma infelicidade".
"Nós, da Riachuelo, prezamos pelo respeito por todas as pessoas, e esclarecemos que, em nenhum momento, houve a intenção de fazer qualquer alusão a um período histórico que feriu os direitos humanos de tanta gente", diz o texto da rede de lojas de departamento.
No comunicado, a Riachuelo diz que o item foi retirado do catálogo tanto de venda física quanto no e-commerce.
O perfil "Museu do Holocausto" declarou que a imagem "desperta sensações dolorosas".
"Imagens carregam sentidos e emoções. Ver um conjunto estético formado por calça e camisa com essas cores, larguras e gola remetem indiscutivelmente ao Holocausto", destacou a postagem.
O regime nazista, liderado por Adolf Hitler, confinou e exterminou milhões de pessoas, majoritariamente judeus, em campos de concentração.
A roupa que os prisioneiros nazistas eram obrigados a utilizar em alguns dos campos é conhecido por fotos, vídeos e estão expostas em museus e memoriais.
A indumentária já foi reproduzida em inúmeros filmes exibidos em cinemas.
Há menção a ele no título do filme "O menino do pijama listrado", baseado no romance best-seller do escritor irlandês John Boyne.
Os campos de concentração começaram a ser construídos em 1933, quando Hitler ascendeu ao poder e foi nomeado chanceler da Alemanha.
Nesses campos, os prisioneiros eram executados em câmaras de gás.
O maior e mais famoso campo de concentração foi o de Auschwitz, na Polônia.
De acordo com a Enciclopédia do Holocausto, em Auschwitz foram mortas 1,1 milhão de pessoas.
Holocausto é um termo de origem hebraica que passou a designar o extermínio de judeus.