O Instituto Médico Legal (IML) finalizou nesta sexta-feira a perícia nos corpos dos três médicos que foram assassinados na madrugada de quinta-feira, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
De acordo com os laudos, as vítimas receberam 19 disparos durante o ataque. As informações são do "G1".
O secretário da Polícia Civil, Renato Torres, disse que não "existe dúvida" de que os médicos foram mortos por engano.
O médico Perseu Ribeiro Almeida teria sido confundido com um miliciano: Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. A investigação aponta que o crime teria sido cometido por traficantes.
Sobrevivente ao ataque dos criminosos, o médico paulista Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, falou pela primeira vez sobre o caso.
"Pessoal, eu tô bem, viu? Tá tudo tranquilo graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos. Valeu pela preocupação. Obrigado!", disse Daniel do hospital Samaritano, no Rio em vídeo divulgado pela jornalista Lu Lacerda.
Os criminosos suspeitos de terem assassinados os médicos podem ter morrido horas depois. De acordo com o "O Globo", os bandidos podem ter sido mortos entre 10 ou 12 horas após o crime no quiosque.
A investigação aponta para essa hipótese, a partir da análise dos quatro cadáveres encontrados em dois carros, também na Zona Oeste, com uma rigidez muscular generalizada. Dois corpos são suspeitos de participação no crime do quiosque: Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Nunes de Almeida.
A ordem das execuções dos criminosos teria partido de chefes do Comando Vermelho, que estariam contrariadas com a repercussão do caso, já que inocentes acabaram mortos.
ENTENDA O CASO: Três médicos foram assassinados a tiros em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O crime aconteceu na madrugada desta quinta-feira (05/10). Câmeras de segurança flagraram toda a ação dos bandidos.
As imagens mostram três homens de preto descendo de um carro na Avenida Lúcio Costa e executando os médicos com pelo menos 30 disparos, segundo a polícia.
Um quarto médico também foi atingido e levado para um hospital próximo.
Pelas imagens das câmeras, dá para ver que o crime foi cometido à 0h59.
Outros clientes que estavam no estabelecimento no momento do atentado fugiram assustados. Toda a ação durou menos de um minuto.
Pouco antes do incidente, os médicos tinham postado uma selfie no local.
Um dos médicos morto no ataque foi o ortopedista Diego Ralf Bomfim, de 35 anos de idade, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim, representante do PSOL-SP.
Além disso, Diego era cunhado do deputado Glauber Braga, também do PSOL.
Ele ainda foi levado para o Hospital Lourenço Jorge, mas acabou não resistindo.
Diego era graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, da Universidade do Oeste Paulista.
Ele era especialista em Ortopedia e Traumatologia, em cirurgia do pé e tornozelo e em reconstrução óssea.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, decidiu que a Polícia Federal irá auxiliar nas investigações do caso, devido à proximidade da vítima com dois parlamentares federais.
Dino expressou sua solidariedade à Sâmia, Glauber e seus familiares, e informou que já conversou com o governador Cláudio Castro sobre o incidente.
Os médicos vieram de São Paulo e estavam estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa.
Eles participariam do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, que começa nesta quinta-feira (05/10).
Policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) efetuaram buscas, mas ninguém foi preso.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro acredita que tenha sido um assassinato por engano. Segundo testemunhas, os bandidos não disseram uma palavra sequer na ação.
Nas redes sociais, Diego costumava publicar fotos com seu sobrinho, filho de Sâmia, e outros familiares.
Os outros dois médicos mortos eram Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33.