Matteo Messina Denaro morreu em 25/9. Ele foi condenado a prisão perpétua e ficou foragido por mais de 30 anos.
Ele não resistiu a um câncer no cólon aos 61 anos. Considerado o "último poderoso chefão", Denaro era apontado com um dos três principais chefes da Cosa Nostra.
Nas investigações, há relatos que Denaro torturava os prisioneiros da máfia e foi um dos líderes mais impiedosos do grupo.
Uma das histórias brutais foi a morte de um filho de um membro da Cosa Nostra. Denaro mandou matá-lo com ácido. O motivo? O pai havia se arrependido de participar do grupo.
O que é a Cosa Nostra? É uma das maiores organizações criminosa do continente europeu e ao redor do mundo.
A trajetória de Denaro tem uma construção familiar. Seu pai também foi um nome da máfia na Sicília: Francesco Messina Denaro.
Denaro assumiu o posto ao substituir Salvator Riina - conhecido como Totò Riina. Riina foi preso há 30 anos e morreu na cadeia, em 2017.
De acordo com a Promotoria italiana, Denaro conseguiu ficar mais de 30 anos na clandestinidade por conta da rede de apoio da Cosa Nostra.
Essa rede, portanto, conseguia garantir esconderijos, comida, roupas limpas e comunicação.
As investigações apontam que Denaro tem relação com uma série de mortes no decorrer da década de 1990. Ele se gabava por poder "encher um cemitério" com suas vítimas.
O chefe da máfia foi condenado a prisão perpétua por conta de ataques a bomba a Florença, Roma e Milão. Dez pessoas morreram com a ação.
A Promotoria italiana também o coloca com responsável pelos atentados a bomba na Sicília, em 1992. Na ação, dois promotores que investigavam a máfia morreram: Giovanni Falcone (foto) e Paolo Borsellino.
Outro caso que chocou foi a morte de um menino de 12 anos. O garoto foi sequestrado com a intenção que seu pai não depusesse contra a máfia.
Giuseppe di Matteo ficou nas mãos da máfia por dois anos e depois foi assassinado.
A prisão de Messina Denaro só aconteceu em janeiro de 2023. Ele desapareceu no verão de 1993 e passou 30 anos na clandestinidade.
A captura de Denaro aconteceu quando ele esperava para fazer quimioterapia numa clínica particular de Palermo.
Ele foi levado na sequência para o presídio de segurança máxima de L'Aquila, onde seguiu com o tratamento contra o câncer.
O mafioso teve passagens por Espanha, Reino Unido, Áustria e Brasil, de acordo com Teresa Principato, procuradora que o investigava.
Ao longo dos anos, centenas de pessoas que o ajudaram a se manter na clandestinidade foram presas.
Essa cadeia de proteção no decorrer dos anos foi se fragilizando até o momento da prisão do "fantasma".