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Ativista iraniana que está presa vence Prêmio Nobel da Paz


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O Prêmio Nobel da Paz de 2023 foi para Narges Mohammadi, uma ativista iraniana que tem sido uma voz importante na luta pelos direitos das mulheres.

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Mohammadi é a 19ª mulher a ser reconhecida com este prêmio, que historicamente foi concedido 90 vezes a homens.

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Apesar de ter ganhando o importante prêmio, a ativista encontra-se detida no Irã. Ela recebeu uma sentença combinada de mais de 30 anos de prisão e 154 chibatadas.

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Mohammadi já foi detida seis vezes, sendo a primeira delas há 22 anos.

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A premiação ocorre na mesma semana em que uma adolescente iraniana de 16 anos entrou em coma após um encontro com a "polícia da moralidade".

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Esse termo é usado para identificar uma unidade do governo iraniano encarregada de monitorar as rigorosas restrições impostas às mulheres no país.

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Armita Geravand foi espancada em uma estação de metrô da capital Teerã porque estava sem o véu. A mãe dela foi presa.

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Esse tipo de prática não é incomum no Irã. Em 2022, uma mulher de 22 anos morreu depois de ter sido atacada pela mesma polícia.

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Mahsa Amini foi detida sob a acusação de "uso inadequado" do véu, de acordo com as autoridades policiais iranianas, que alegaram que ela estava mostrando "um pouco de cabelo".

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Dois dias depois, Amini foi hospitalizada em estado grave com ferimentos na cabeça. Ela não resistiu e morreu no hospital.

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Logo após a morte de Mahsa Amini, um dos maiores movimentos contra o regime iraniano tomou conta das ruas. O líder supremo do país, Ali Khamenei, foi acusado de oprimir as mulheres.

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Embora o Irã tenha um presidente, de acordo com as leis locais, é o líder supremo que detém a autoridade final.

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Desde que começou o movimento, estima-se que mais de 500 pessoas perderam a vida em protestos contra a repressão.

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Nos últimos anos, Mohammadi se tornou um dos principais nomes da revolução que teve início com a morte de Mahsa Amini.

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Apesar de ser agora uma das principais figuras do movimento atual, Narges Mohammadi, agora com 51 anos, tem uma longa trajetória de ativismo.

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Há vinte anos, ela se destaca como uma das principais defensoras dos direitos das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã, um dos países com maior índice de aplicação desse método.

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Nós queremos apoiar sua luta corajosa e reconhecer milhares de pessoas que se manifestaram contra o regime teocrático de repressão e discriminação que tem como alvo as mulheres no Irã", declarou a presidente do Comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen, que fez o anúncio do prêmio.

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O Prêmio Nobel da Paz existe há 122 anos. A última mulher premiada havia sido a jornalista filipina Maria Ressa, em 2021.

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Apesar de estar presa, Mohammadi atualmente ocupa o cargo de vice-diretora no Centro de Defensores dos Direitos Humanos do Irã, uma ONG liderada por Shirin Ebadi (foto), que ganhou o Nobel da Paz em 2003.

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Mesmo presa, Narges Mohammadi conseguiu escrever um artigo para o The New York Times no qual afirmou que "quando mais nos prendermos, mais forte estaremos".

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Até esta sexta-feira (06/10), o governo iraniano ainda não havia emitido qualquer declaração em relação ao prêmio concedido a Mohammadi.

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No entanto, a agência de notícias estatal iraniana, Fars, declarou que "o Ocidente optou por premiar a prisioneira Narges Mohammadi por suas atividades contra a segurança nacional do Irã".

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O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas, será entregue em Oslo, capital da Noruega, no dia 10 de dezembro.

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A data marca o aniversário da morte do sueco Alfred Nobel. Ele estabeleceu esses prêmios em seu testamento de 1895.

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Em 2022, o Prêmio Nobel da Paz foi concedido ao ativista bielorrusso Ales Bialiatski (foto), à organização russa de Direitos Humanos Memorial e ao Centro ucraniano para as Liberdades Civis.

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