Na manhã desta segunda-feira (9/10), durante uma operação conjunta das forças de segurança no Rio de Janeiro, dois helicópteros blindados da polícia civil e militar foram atingidos por tiros.
Os dois helicópteros estavam sobrevoando a Vila Cruzeiro quando foram alvejados e tiveram que retornar ao solo. Um dos tripulantes teve ferimentos leves.
O piloto precisou realizar um pouso de emergência no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan).
Nas redes, moradores da área publicaram vídeos que mostram o momento em que os helicópteros procurando um lugar para aterrissar.
Na gravação, dá para ouvir os tiros sendo disparados em direção aos helicópteros.
José Renato Torres, secretário da Polícia Civil, informou que a tripulação dos helicópteros é altamente treinada e, seguindo o protocolo, eles foram obrigados a pousar para avaliar os danos causados.
Ainda segundo o secretário, serão feitas avaliações para determinar se os helicópteros poderão voar novamente ou não.
Em resposta à trágica morte dos três médicos na Barra da Tijuca na semana passada, cerca de mil homens foram mobilizados em uma operação para tentar capturar os principais líderes da maior facção de tráfico de drogas do estado, o Comando Vermelho (CV).
Além disso, a quadrilha tem estado envolvida em confrontos territoriais com grupos milicianos na Zona Oeste do Rio.
Policiais do Bope e da Core (tropas de elite da Civil e da PM) participaram da operação nas seguintes comunidades cariocas: Complexo da Penha (Vila Cruzeiro), Complexo da Maré (Nova Holanda e Parque União) e Cidade de Deus.
Os policiais estavam encarregados de cumprir mais de 100 mandados de prisão, incluindo figuras como Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, conhecido como Abelha, e Edgar Alves de Andrade, também chamado de Doca.
Até a tarde desta segunda-feira (09/10), sete pessoas já tinham sido detidas.
Durante a operação, foi descoberto um laboratório utilizado pelo tráfico para refinar drogas e fabricar artefatos explosivos no Parque União, no Complexo da Maré.
Segundo informou a Secretaria Municipal de Educação, a operação afetou o funcionamento de 58 escolas, impactando cerca de 21 mil alunos.
Residentes das comunidades da Maré, Penha e Cidade de Deus relataram confrontos intensos, que começaram logo no início da manhã.
Segundo o secretário estadual de Polícia Civil, José Renato Torres, a operação foi desencadeada após o setor de inteligência identificar que líderes importantes do Comando Vermelho haviam se deslocado para essas comunidades.
As ações das equipes foram monitoradas por meio das câmeras corporais dos policiais e drones a partir do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
Os alvos da operação policial, Abelha e Doca, estão sob investigação por supostamente terem dado a ordem para a execução dos quatro criminosos envolvidos no assassinato dos ortopedistas (foto).
Abelha saiu da prisão em julho de 2021 e chamou a atenção do público quando foi visto cumprimentando o então secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro.
Já Doca já enfrentou acusações do Ministério Público do Rio de Janeiro por sua suposta participação na decisão junto com outros criminosos de executar membros da própria facção.
Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, conhecido como BMW, é outro indivíduo que está sendo visado na operação. Ele é apontado como líder da Equipe Sombra, um grupo de extermínio que estaria ligado ao assassinato dos três médicos.
Essa não foi a primeira vez que um helicóptero da polícia foi atacado a tiros por bandidos no RJ. Em outubro de 2009, durante uma operação no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, traficantes conseguiram abater um helicóptero da PM.
Na época, a aeronave sofreu uma queda no campo da Vila Olímpica do Sampaio, resultando na morte de três agentes e ferimentos em outros três.
A Justiça condenou Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, também conhecido como Magno da Mangueira, e Leandro Domingos Berçot, o Lacoste, a uma pena de 193 anos, um mês e dez dias de prisão.