Na tarde desta quinta-feira (12/10), um avião da Presidência da República saiu de Brasília rumo ao Egito para repatriar brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
O avião modelo VC-2, que tem capacidade para 40 pessoas, vai aterrissar primeiro em Roma, na Itália. Lá, ele ficará esperando para seguir viagem ao Egito assim que tiver autorização.
Um terceiro voo com brasileiros saiu de Tel Aviv na manhã desta quinta-feira (12/10).
Aproximadamente 60 brasileiros estão a bordo de um avião KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB), que se dirigirá a Guarulhos, em São Paulo.
O avião fará paradas em Lisboa (Portugal) e Recife (Pernambuco), antes de aterrissar finalmente em Guarulhos.
A volta dos brasileiros ao país é parte do plano chamado "Operação Voltando em Paz," anunciado pelo Governo Federal. O Ministério das Relações Exteriores explicou que idosos, grávidas e crianças são os principais grupos que serão trazidos de volta para o Brasil.
O segundo voo com 214 brasileiros vindos de Israel pousou na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, às 2h41 da madrugada desta quinta-feira (12/10).
Além dos sobreviventes, um cachorro e três gatos também foram trazidos no voo, que durou 14 horas.
O governo brasileiro informou nesta quarta-feira (11/10) que ainda não tem confirmação de que há brasileiros sendo feitos de reféns pelo grupo terrorista Hamas.
De acordo com o governo de Israel, em torno de 150 pessoas foram feitas de reféns pelo grupo durante a invasão surpresa que aconteceu no sábado (7/10).
Antes, o porta-voz do exército de Israel, Jonathan Conricus, havia dito que brasileiros poderiam estar entre os sequestrados pelo Hamas.
Até o momento, a carioca Karla Stelzer Mendes, que estava no festival de música eletrônica Universo Paralello, segue sendo a única brasileira desaparecida em meio à guerra.
Karla mora em Israel com o filho, de 19 anos. Uma amiga contou que Karla enviou vídeo antes de desaparecer. "Eu tô aqui no meio da guerra. Vieram os terroristas, jogaram bomba. A gente saiu correndo. Eu tô aqui no meio do mato com outras duas pessoas e o Gabriel. E com medo de alguém vir matar a gente", disse, nas imagens.
O primeiro avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com brasileiros que estavam em Israel pousou em Brasília na quarta-feira (11/10), por volta das 4h da madrugada.
Milhares de pessoas acompanharam o funeral de Bruna Valeanu, em Israel. A brasileira foi um dos mortos do evento Universo Paralello, festa rave que sofreu ataque de terroristas do Hamas.
Como Bruna só tinha dois parentes em Israel, uma mensagem circulou nas redes sociais pedindo que estranhos fossem ao funeral para cumprir a tradição judaica do minyan (quórum de 10 pessoas).
Só que uma multidão compareceu. Pessoas fizeram uma fila quilométrica com os carros. E depois seguiram a pé.
A morte de Bruna Valeanu foi confirmada em 10/10. Ela tinha 24 anos e vivia em Israel há 8 anos.
Bruna era estudante de Comunicação e Marketing.
A mãe de Bruna e uma irmã também vivem em Israel.
Outro brasileiro que já teve um funeral em Israel foi o gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos. Ele teve a morte confirmada no dia 10/10.
Segundo familiares, o corpo do brasileiro foi sepultado nesta quarta-feira (11/10), no cemitério Tel Regev, em Haifa..
Ranani vivia há 7 anos em Israel e tinha dupla cidadania. Ele estava na festa rave que foi invadida pelo Hamas no sábado (7/10).
Nesta imagem, Ranani aparece num vídeo que ele gravou ao fugir do ataque à rave e se esconder num bunker.
Ranini disse: No meio da rave, a gente parou num bunker, começou uma guerra em Israel, pelo menos a gente tá num bunker agora, seguro. Vamos esperar dar uma baixada nisso, mas, cara, foi cena de filme agora, gente correndo, quilômetros, para achar um lugar pra se esconder, velho.
A namorada de Ranini, Rafaela Treistman, sobreviveu e fez declaração ao amado na web, dizendo que ele a salvou e foi seu herói e seu anjo.
Ranani chegou a prestar serviço militar nas Forças de Defesa Israelenses, mas deixou a corporação e trabalhou como editor de vídeos e designer. Atualmente, era entregador em Tel Aviv.
Rafael Zimerman (foto), outro brasileiro que estava na rave sob ataque de terroristas, ficou ferido por estilhaços de granada e foi internado no hospital Soroka. Ele deu entrada "em choque", segundo o hospital, mas já teve alta.
Rafael deu um forte depoimento falando do drama vivido. Disse que viu pessoas morrendo e que ficou parado em meio aos corpos, fingindo que também estava morto. E rezou. "Foi um inferno, eu só queria que acabasse", disse.
Cerca de 260 corpos foram encontrados no local onde acontecia a festa rave chamada Universo Paralello. Foi a primeira edição em Israel do festival de música eletrônica, criado há 23 anos, no Brasil, pelos pais do DJ Alok.
O evento acontecia no deserto de Negev, no sul do país, perto da Faixa de Gaza. Estima-se que cerca de 3 mil pessoas estavam presentes.
A imprensa recebeu informação de que a rave havia sido promovida pelo DJ Juarez Petrillo, pai dos DJs Alok e Bhaskar. Mas o DJ Alok, famoso mundialmente, esclareceu que o pai, na verdade, ia se apresentar no evento.
No dia 7/10, Juarez registrou em vídeo o momento em que a rave foi abruptamente interrompida pelos terroristas. As imagens mostravam uma forte fumaça no céu e pessoas correndo, desesperadas.
Juarez compartilhou seu espanto nas redes sociais: "Estou em choque até agora! E as bombas não param de explodir".
No dia 10/10, Alok gravou um vídeo, chorando, e contou como seu pai conseguiu escapar: "Ele estava prestes a se apresentar quando começou o bombardeio e o evento foi interrompido, e a polícia começou a evacuar. Ele conseguiu entrar em um carro e sair de lá. O carro de trás, que estava com conhecidos dele, foi baleado. Meu pai conseguiu se abrigar em um bunker e ficou seguro lá", contou Alok.
Nesta quinta-feira (12/10), o DJ Alok compartilhou um vídeo em que mostrava o emocionado reencontro com o pai. Que alívio poder te abraçar, pai!, escreveu.
Pessoas entrevistadas relataram que havia jipes com homens armados que disparavam contra aqueles que tentavam escapar a pé ou de carro.
Uma mulher contou à agência Reuters que teve que se fingir de morta até que soldados do Exército de Israel chegassem para resgatá-la.
Um socorrista disse à emissora pública Kan News que o evento se transformou em um verdadeiro "massacre".
Um brasileiro que estava no local compartilhou com o g1 o momento de pânico: "Terroristas atiraram na gente, e vimos centenas de corpos nas ruas".
A atriz Gabriela Duarte, filha de Regina Duarte, também estava em Israel (mas não na festa rave) com os dois filhos e chegou a se abrigar num bunker por causa dos bombardeios, mas conseguiu pegar um avião para Praga, na República Tcheca. Ela postou mensagem no Instagram avisando que estava bem.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a estimativa é de que cerca de 14 mil brasileiros residam em Israel e outros 6 mil na Palestina.