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Família inteira de brasileiros desiste de resgate; entenda


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Segundo uma informação da Embaixada do Brasil na Palestina, nesta quinta-feira (12/10) uma família inteira de brasileiros que está na Faixa de Gaza desistiu de ser resgatada.

Reprodução/TV Globo

Até ontem (11/10), o embaixador Alessandro Candeas havia informado que, de 30 brasileiros que vivem na região, dois haviam desistido de serem repatriados.

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Agora, com a desistência da família, 22 brasileiros seguem solicitando resgate.

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O embaixador também comunicou que 13 brasileiros estão se abrigando em uma escola católica da região, a Sister Rosary School.

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"A fim de reuni-los e protegê-los, estamos hospedando 13 integrantes do grupo de brasileiros em uma escola católica. Informaremos Israel deste fato, a fim que que o local não seja bombardeado", informou Candeas.

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Alessandro Candeas mencionou também que alguns brasileiros na região optaram por esperar em suas residências até que o governo finalize as negociações para repatriar todo o grupo de volta ao Brasil.

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Candeas informou à TV Globo que um serviço de atendimento psicológico virtual está à disposição dos brasileiros. Em imagens divulgadas, o brasileiro Bader Monir, de 11 anos, disse que se sente seguro na escola.

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"Aqui, a gente não pode morrer. Aqui, o chão é limpo, tudo é limpo. Essa escola é muito melhor pra mim do que ficar de casa", relatou o menino.

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Nesta terça-feira (10/12), um relato cruel do pai de duas brasileiras que está na Faixa de Gaza chamou a atenção na internet.

arquivo pessoal

"Eu não sei se estarei vivo daqui uma hora", disse Hasan Said, ao ser perguntado sobre o que imagina para o futuro.

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Hasan é palestino e viveu no Brasil por uma década, onde teve duas filhas pequenas, de 3 e 5 anos.

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Atualmente, ele está na Faixa de Gaza com sua mãe, esposa e irmãs. Desde o último sábado, tem tentado sem sucesso entrar em contato com o Itamaraty para escapar da região mais crítica.

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Hasan descreveu a situação da família como muito delicada e disse que eles estão sem água e eletricidade.

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Ele afirma que cerca de 20 a 30 brasileiros estão passando pela mesma situação que sua família.

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"Não existe abrigo em Gaza, todas as centrais de comunicação foram destruídas por Israel", contou o pai das brasileiras. "Você está sentado, escuta 'tal lugar foi destruído' e a cada bomba são mais dezenas de pessoas que morrem, lamentou.

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Segundo ele, a parte mais difícil é acalmar suas filhas. "A cada avião que sai, a cada bomba, elas choram e a gente fala que é uma festa, que já vai acabar. É muito horrível", contou.

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Abalado, Hasan implorou pela ajuda do governo brasileiro para ser resgatado. Segundo o Itamaraty, o Escritório de Representação em Ramala, na Cisjordânia, está mantendo contato com os cidadãos brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Reprodução/TV Globo

Devido à falta de segurança na área, ainda é preciso para criar um plano de saída em colaboração com a Embaixada do Brasil no Cairo, no Egito.

wikimedia commons Vyacheslav Argenberg

Em outro ponto da Faixa de Gaza, a brasileira Shahed Al Banna, de 18 anos, contou que eles foram alertados sobre um ataque que será realizado em uma região próxima.

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Todos são inocentes, que não têm culpa. Não temos tempo suficiente para sair porque temos medo de sermos feridos. Então a gente vai ficar aqui até acabar o ataque", relatou Al Banna.

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A brasileira contou que está com outras 20 pessoas na mesma casa, a maioria mulheres e crianças. Ela, a irmã e a avó são cidadãs brasileiras e aguardam por um resgate do governo brasileiro.

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O plano do governo brasileiro é tirar essas pessoas de Gaza usando dois ônibus para atravessar a fronteira com o Egito. Depois, o grupo viajaria pelo território egípcio até chegar à cidade do Cairo, onde um avião com destino ao Brasil estaria pronto.

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Na manhã desta quarta-feira (11/10), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, conversou por telefone com o chanceler do Egito, Sameh Shoukry, na tentativa de achar uma solução para o resgate dos brasileiros.

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Segundo ele, a proposta para criar um corredor humanitário ligando a Faixa de Gaza ao Egito foi bem aceita pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres.

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A comunicação com os brasileiros na região se tornou uma bomba-relógio à medida que as pessoas estão sem energia elétrica e a bateria dos celulares pode acabar.

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As Forças de Defesa de Israel anunciaram que realizaram recentes ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, visando alvos associados ao Hamas. Entretanto, autoridades locais afirmam que esses ataques também atingiram várias áreas civis.

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Nesta quinta-feira (12/10), Israel informou que apertará o cerco contra o Hamas e manterá Gaza sem água e comida até que eles libertem os reféns. Até o momento, estima-se que mais de 2.800 pessoas tenham morrido por conta do conflito.

Reprodução/TV Globo

O Brasil já resgatou 425 brasileiros que pediram para deixar Israel. Por outro lado, dois brasileiros morreram por causa do conflito, Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, e Bruna Valeanu, de 24.

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