A seca segue impactando de forma drástica a vida dos moradores da região. Autoridades de 45 municípios do Amazonas decretaram emergência.
Segundo o governo estadual, a estiagem afetou quase 400 mil pessoas. Na cidade de Tefé, os moradores estão ficando sem água limpa para beber.
De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, entre julho e outubro, mais de 2000 focos de incêndios foram combatidos.
O governo estadual conta com o apoio de quatro aeronaves para intensificar o combate aos incêndios.
As condições climáticas atuais têm matado peixes, a população enfrenta a escassez de alimento, água e remédios, em função dos rios secos e intransitáveis.
Os povos indígenas estão pedindo ao governo brasileiro que declare emergência climática, por conta da severa seca que afeta a região.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou o envio de mais efetivo da Força Nacional para reforçar as equipes que já estão atuando no combate aos incêndios florestais.
O governo federal tem anunciado medidas para ajudar a população afetada pela seca.
RELEMBRE O CASO: a seca severa que atinge o Amazonas tem gerado preocupação no atual estado de emergência.
A maioria das cidades no Amazonas depende do transporte hidroviário.
O rio Negro, em Manaus, também foi afetado com a seca, que atingiu a cota 16,11 metros na última semana, o que é muito baixo para o período.
A estiagem afeta comunidades ribeirinhas, que sofrem com falta de alimentos, remédios e água potável. O governo federal anunciou medidas de socorro para a região, como apoio à distribuição de cestas básicas.
Na comunidade do Arumã, em Beruri, no interior amazonense, a seca causou erosão e desmoronamento. Mais de 45 casas foram arrastadas, 2 pessoas morreram e várias ficaram feridas.
A seca no rio Madeira, em Porto Velho, tem sido motivo de preocupação na região.
O rio Madeira atingiu a menor cota da série histórica da seca: o nível foi de 1,43 metro.
A medição atual é a menor desde que há monitoramento no rio. O fornecimento de água e o transporte de carga estão comprometidos, prejudicando as comunidades que dependem do abastecimento.
De acordo com especialistas, a estiagem, comum neste período do ano, tem sido agravada pelo aquecimento das águas dos oceanos Atlântico Tropical norte, logo acima da linha do equador, e Pacífico Equatorial, este último devido ao El Niño, que inibe a formação de nuvens e diminui o volume das chuvas.
A estimativa é de que a seca se estenda por mais tempo, segundo a Defesa Civil.
A Usina de Santo Antônio, no rio Madeira, foi desligada, devido à seca que atinge a região, sem previsão para o retorno às atividades.
As secas na Amazônia têm aumentado com frequência nos últimos anos.
O rio Madeira é um dos mais importantes do norte do Brasil. Sua nascente, inclusive, fica em território boliviano, na Cordilheira dos Andes. Ele banha três países (Brasil, Bolívia e Peru) e dois estados brasileiros (Rondônia e Amazonas).
O rio Madeira tem sido fundamental para a economia de muitas regiões, através da pesca, transporte hidroviário e o plantio de diversos produtos agrícolas. O Madeira tem sua foz no rio Amazonas, sendo o principal afluente deste rio.
Principais hidrelétricas: Usina Hidrelétrica de Jirau e Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.
O rio Madeira, além da questão econômica, tem uma importância cultural para comunidades indígenas e ribeirinhas que vivem às suas margens. A principal cidade banhada por suas águas é Porto Velho, capital de Rondônia.
O rio Madeira é batizado assim, pois no período de chuvas seu nível sobe e inunda grandes porções da planície florestal, levando, portanto, tocos e restos de madeira da floresta.
O drama da seca no Amazonas também afeta os animais. O problema atinge 60 dos 62 municípios do Amazonas.
No Rio Tefé, 120 botos foram encontrados mortos.
Barcos encalhados em bancos de terra são cenas cada vez mais comuns.
Em Manaus, o Rio Negro também tem sido afetado com os bancos de areia. Além do rio Madeira, outros rios também apresentam dificuldades: Juruá e Purus.