Um incêndio atingiu o Parque Estadual Encontro das Águas, que fica entre os municípios de Barão de Melgaço e Poconé, em Mato Grosso.
A região é situada a 250 km da capital do estado, Cuiabá.
Os bombeiros enfrentaram dificuldade para o combate às chamas, em meio à fumaça densa que se espalhou pela área. .
O parque tem a maior concentração de onças-pintadas do mundo.
Os bombeiros informaram que vêm monitorando o Pantanal de forma permanente e, quando surgem focos, eles fazem combate por terra e pelo ar, com uso de aeronaves que lançam água na mata.
Os incêndios também preocupam - e muito - na Amazônia.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Amazonas tem o pior outubro de queimadas dos últimos 25 anos. Com isso, a Defensoria Pública fez um pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) de intervenção federal em virtude da forte estiagem e fumaça na capital amazonense.
Manaus tem amanhecido com frequência encoberta por fumaça, reflexo direto das queimadas feitas irregularmente por agropecuaristas. A visibilidade para motoristas fica ruim, expondo as pessoas a risco.
Diante disso, a World Air Quality Index, uma plataforma que acompanha os níveis de poluição no mundo, colocou a capital amazonense como uma das cidades com maior índice de poluição no ar do planeta.
A Defensoria, portanto, acredita que há omissão do governador de Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), para combater as queimadas e a estiagem que assola todo o estado e alerta para uma possível crise de oxigênio.
Vale destacar que a representação foi assinada pelo defensor público Carlos Almeida, que foi vice de Lima em seu primeiro mandato (2019 a 2022).
"Há uma incapacidade do Estado do Amazonas com uma questão tão séria. O agir do Estado não tem sido minimamente para impedir que queimadas ocorram", diz um trecho do documento enviado à PGR.
"Ondas de fumaça têm prejudicado a qualidade do ar em Manaus multiplicando as intercorrências em saúde", diz trecho da representação, assinada pelo defensor público Carlos Alberto Souza de Almeida Filho.
O Amazonas já registrou em outubro mais de 2.900 focos de queimadas, segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Em setembro, o governo do Amazonas decretou estado de emergência ambiental. Assim, destinou cerca de R$ 1,1 milhão para que brigadistas atuassem no chamado "arco do desmatamento". Por outro lado, houve o aumento nas queimadas.
"Seja esta omissão decorrente de desídia, seja pela simples carência de preparo/recursos do governo local para solução do problema, o que se configura, aqui no Amazonas, em mais uma crise do oxigênio, talvez tão grave quanto a ocorrida em janeiro de 2021, quando a mesma gestão ineficiente fez morrer asfixiadas pessoas em Manaus", prossegue o defensor.
De acordo com a solicitação, a fumaça tem piorado a qualidade do ar da cidade. Além disso, tem causado problemas respiratórios e aumentado a busca da população por medicamentos antialérgicos.
Para o defensor, a intervenção seria a medida mais adequada para evitar novas queimadas. Além de responsabilizar os desmatadores ilegais e elaborar planos de curto, médio e longo prazo para a solução do problema.
Caso a PGR atenda o pedido, deverá solicitar a intervenção federal ao Supremo Tribunal Federal (STF). O que estaria em jogo seriam princípios constitucionais, como o direito à saúde e ao meio ambiente equilibrado.
O governo do Amazonas afirma que tem atuado com rigor ao longo de 2023 para enfrentar as queimadas, desmatamento e efeitos da estiagem.
O governo alega que faz investimentos em equipamentos, treinamento de equipes, operações contra ilícitos ambientais, antecipação de benefícios sociais e alinhamento de iniciativas com Forças Armadas e governo federal.
No entanto, em outubro, 48 municípios entraram em estado de emergência e outros 12 em situação de alerta, afetando mais de 390 mil famílias.
Em 12/10, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a mobilização de "mais efetivo da Força Nacional" para auxiliar no combate aos incêndios florestais.
O governo federal anunciou o envio de 149 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).O intuito é para auxiliar no combate a incêndios florestais no Amazonas.