Um vídeo que circulou no TikTok mostrando uma mulher usando uma coleira para controlar e arrastar uma criança gerou controvérsia na internet. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu
Muitos internautas acharam a cena perturbadora e criticaram a atitude da mãe, acusando-a de ser abusiva e inadequada.
Alguns usuários, inclusive, sugeriram alternativas mais apropriadas, como levantar a criança ou utilizar uma abordagem disciplinar diferente.
Esta mãe é horrível. Ela está abusando da criança e eu não conseguiria arrastar meu filho pelo chão sujo. Prefiro pegá-lo no colo, foram alguns dos comentários.
Já outros usuários defenderam a mãe e o uso da coleira, alegando que o acessório pode ser importante para manter as crianças seguras.
O debate em torno do assunto é complexo e gera muitas dúvidas de todos os lados. Veja as vantagens e desvantagens de cada lado:
Mais segurança: as coleiras podem ajudar a prevenir que as crianças se percam ou se machuquem, especialmente em locais muito cheios, por exemplo.
Independência: há quem diga que as crianças podem se sentir mais independentes ao usar uma coleira, porque elas poderiam explorar sem ter que estar o tempo todo de mãos dadas com os pais.
Tranquilidade: com as coleiras, os pais têm a tranquilidade de saber que seu filho está por perto o tempo todo.
Mal visto: por outro lado, algumas pessoas veem o uso dessas coleiras como algo abusivo, o que pode gerar julgamentos e críticas.
Dependência: outro ponto negativo é que as crianças podem se tornar dependentes da coleira e terem dificuldade de desenvolver as habilidades necessárias para se mover com segurança sem ela.
Uso inadequado: existe a chance de o dispositivo ser usado de maneira incorreta, causando sofrimento ou desconforto desnecessários para a criança, exatamente como foi visto no vídeo que viralizou.
Em alguns países, como os Estados Unidos, é até comum o uso de coleiras infantis. Em um episódio da série Modern Family, Cameron e Mitchell utilizam a coleira em sua filha Lily durante um passeio na Disney.
O uso de coleiras é comum entre os animais, uma vez que, quando não são adestrados, eles podem fugir, atacar alguém ou até mesmo outro animal.
Apesar do nome, a coleira infantil não tem contato com o pescoço da criança e existem diferentes modelos que funcionam como coletes, mochilas ou pulseiras com guias acopladas para o adulto segurar.
Alguns especialistas dizem que o uso da coleira infantil pode limitar o espaço para a criança caminhar e não contribuir para o desenvolvimento cognitivo dos pequenos.
Há especialistas que consideram que o método é válido em situações de risco, quando os pais estão sozinhos, mas pode ser substituído pelo diálogo e estabelecimento de regras para os cuidados com a criança.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei federal brasileira criada em 1990, existem uma série de medidas para assegurar os direitos das crianças, incluindo a proteção contra a violência, exploração e negligência.
O ECA é considerado uma das legislações mais avançadas do mundo na proteção da infância e adolescência, pois reconhece que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos e não objetos de tutela do Estado ou da família.
Do mesmo modo, a violência contra crianças e adolescentes é um problema grave no Brasil, assim como a falta de políticas públicas adequadas para a garantia de seus direitos.
A verdade é que, enquanto alguns defendem a praticidade do acessório, outros alegam que ele pode ser considerado agressivo, visto que sua aparência lembra as guias usadas em animais.
Pessoas que defendem o uso do objeto dizem que ele cumpre a mesma função do carrinho de bebê, mas permite maior mobilidade.
Usar a coleira de forma excessiva, contudo, pode mascarar dificuldades na educação dos pequenos. Um consenso é certo: se usado, o acessório deve vir acompanhado de moderação e, principalmente, orientação.