Cão esperto mordeu e dominou o bandido
A megaoperação que resultou na captura do brasileiro Danilo Cavalcanti nos EUA envolveu 500 policiais, inclusive do FBI, a polícia federal americana, e da agência federal US Marshals, especializada em localizar fugitivos. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu
Foram 14 dias de intensas buscas, inclusive com uso de helicópteros e drones para sobrevoos nas regiões próximas ao local da fuga.
O que pesou, no fim, foi o uso de uma tecnologia de câmeras térmicas, que permitem identificar à distância pontos onde existe temperatura corporal.
E também a presença de um cão bem esperto: o Yoda, de 4 anos. Ele dominou o bandido para que os policiais o capturassem. E chegou a mordê-lo (sem gravidade).
Com isso, Danilo Cavalcante foi, finalmente, recapturado em 13/9.
Câmeras térmicas de uma das aeronaves das buscas identificaram o local onde ele estava, sob uma pilha de madeira.
Mais cedo, havia sido noticiado que moradores da Pensilvânia tinham visto o fugitivo, que ele estava com um rifle (roubado de uma casa na região) e chegou até a trocar tiros com um morador.
Na prisão do brasileiro, porém, não houve tiroteio. Ninguém ficou ferido. Ele estava a cerca de 30 km da prisão de onde fugiu.
A área em que ele foi preso se chama South Coventry. Uma pequena cidade com 2.600 moradores, no condado de Chester, no leste da Pensilvânia. Ali há áreas com bastante vegetação, por onde o fugitivo buscava escapar.
Para obter ajuda com informações, a polícia havia divulgado imagens de Danilo Cavalcante com uma nova aparência, sem barba e sem bigode.
As autoridades pediram que os moradores ficasse em abrigos seguros e acionassem o serviço de emergência se vissem o bandido.
O valor da recompensa para quem desse informações que levassem à captura do criminoso havia subido para 25 mil dólares.
Os momentos finais da caçada a Danilo começaram quando o alarme de uma casa disparou. Nada havia de errado na residência, mas as buscas passaram a se concentrar nas imediações.
A fuga do brasileiro, de 34 anos, causou uma onda de pânico no condado de Chester por causa da sua ficha criminal, que inclui assassinatos.
Condenado à prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada, Cavalcante havia fugido de um presídio na manhã de 31/8. Ele escalou as paredes da penitenciária no horário destinado ao banho de sol dos presos.
O vídeo da fuga mostra o condenado escalando paredes separadas por 1,5 metro, com os pés num lado e as mãos no outro. As imagens viralizaram nas redes sociais mundo afora.
Em 19 de maio, o preso Igor Bolte havia fugido do presídio escalando as mesmas paredes. O caso fez as autoridades instalarem arame farpado, o que não impediu que um novo caso ocorresse.
Escolas e outros estabelecimentos fecharam as portas, pois todos estavam com medo do brasileiro e à espera de que ele fosse capturado.
O Ministério Público do Condado de Chester divulgou que Danilo é um criminoso "extremamente perigoso". Uma atração turística também parou as atividades depois que um morador disse ter visto o bandido nos arredores.
O tenente-coronel da Polícia Estadual da Pensilvânia, George Bivens, declarou que outro habitante o avistou perto do jardim botânico Longwood Gardens.
Em comunicado, a administração do jardim botânico informou: "Enquanto a busca pelo prisioneiro fugitivo da prisão do condado de Chester continua, nossos jardins estão fechados até novo aviso".
Agentes das equipes de segurança, drones e helicópteros atuaram na perseguição ao brasileiro.
Danilo Cavalcante foi condenado à prisão perpétua por matar com 38 facadas a ex-namorada Débora Evangelista Brandão em 2021.
A vítima era maranhense, tinha 34 anos e foi morta na frente dos dois filhos pequenos
A prisão do brasileiro ocorreu duas horas após o crime e ele foi condenado pela justiça em 16 de agosto do mesmo ano.
As investigações mostram que Cavalcante, inconformado com o fim do relacionamento, ameaçava a ex-namorada desde 2020.
No Brasil, Cavalcante também era procurado pela polícia do Tocantins pelo assassinato de Valter Júnior Moreira dos Reis. O crime teria sido motivado por briga em relação ao conserto de um carro.
O assassinato aconteceu em uma praça da pequena cidade de Figueirópolis, no sul do estado.
As autoridades americanas informaram que o brasileiro entrou ilegalmente em solo norte-americano após fugir do Brasil para Porto Rico (foto), no Caribe.