A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu inquérito, no dia 1/11, para investigar a denúncia de que estudantes postaram em redes sociais fotos falsas de alunas nuas.
O caso teria ocorrido no Colégio Santo Agostinho, na Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste carioca. E os rostos das jovens teriam sido colocados com corpos nus, numa montagem feita por aplicativo de inteligência artificial.
A investigação está sendo conduzida com sigilo e nenhum nome foi divulgado, até porque a lei brasileira protege o anonimato de menores em caso de constrangimento ou infração legal.
O Colégio Santo Agostinho, que é católico, divulgou nota de repúdio, se disse decepcionado e assustado com a denúncia e lamentou que a inteligência artificial seja usada de forma errada.
Casos envolvendo nudez de alunos têm ocorrido e preocupam os pais e as autoridades. Veja dois casos recentes.
Em abril de 2023, a Universidade São Camilo suspendeu a participação de alunos de Medicina que fizeram um "paredão de bunda", mostrando as nádegas para provocar estudantes da Universidade Santo Amaro (Unisa) durante um campeonato.
E a Unisa expulsou 15 estudantes do curso de Medicina, todos calouros entre 18 e 19 anos, também por atos obscenos.
Num vídeo divulgado nas redes sociais, os estudantes aparecem com as calças abaixadas, mostrando partes íntimas, enquanto estavam na arquibancada durante um jogo de vôlei feminino.
Um outro vídeo do mesmo grupo exibe o momento em que eles correm nus pela quadra.
As cenas só viralizaram nas redes sociais em setembro, mas o fato aconteceu em abril durante uma competição esportiva entre várias universidades.
No dia 17/9, o youtuber e empresário Felipe Neto chegou a cobrar um posicionamento da Unisa: A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?
Pelo Instagram, a universidade anunciou que a reitoria ficou ciente de um caso "contendo gravíssimas ocorrências envolvendo os alunos do seu curso de medicina".
A Unisa classificou as imagens de "execráveis" e explicou que, embora os acontecimentos não tenham ocorrido nas instalações da universidade e não sejam de sua responsabilidade direta, eles decidiram aplicar a punição mais rigorosa prevista em seu regulamento.
Além disso, devido à seriedade dos acontecimentos, a instituição também reportou o caso às autoridades públicas. A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para investigar o caso.
Ao UOL, os alunos alegaram, sob anonimato, que não se masturbaram, como foi relatado em algumas postagens nas redes sociais.
Alunos da Unisa disseram que atos obscenos são 'exigidos ' pelos veteranos quando calouros entram na faculdade.
O ministro da Educação, Camilo Santana, instruiu o MEC a verificar as ações foram tomadas em relação aos atos obscenos dos estudantes.
O Conselho Regional de Medicina do Estado São Paulo (Cremesp) repudiou a conduta dos estudantes e disse que não possui competência legal para atuar em relação aos alunos, uma vez que a atividade do Conselho limita-se a profissionais médicos formados e registrados no Estado de São Paulo.
O Centro Acadêmico Rubens Monteiro de Arruda, do curso de Medicina da Unisa, publicou: Nós não compactuamos com atitudes que ofendam, humilhem e constranjam qualquer pessoa.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Ministério das Mulheres também emitiram notas de repúdio.