A tragédia com o Voo 447, da Air France, teve um desfecho que as famílias das vítimas não esperavam: a empresa aérea Air France e a fabricante do avião, Airbus, foram inocentadas. Na foto, o avião em 2007, dois anos antes de cair no oceano. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu
O Tribunal de Justiça de Paris absolveu as duas empresas por considerar que, embora tenham cometido "falhas", não foi possível demonstrar, com certeza, a sua culpa no acidente.
O avião caiu no Oceano Atlântico, em 1/6/2009, após passar por uma turbulência muito severa
No acidente, todas as 228 pessoas a bordo morreram: 12 tripulantes e 216 passageiros (sendo 126 homens, 82 mulheres, 7 crianças e 1 bebê). Na foto, algumas das vítimas.
O avião tinha decolado do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, às 19h29 de 31/5/2009.
Seu destino era o Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, na França.
Mas 3 horas e 45 minutos após a decolagem, o avião caiu no mar, a 820 km do arquipélago de Fernando de Noronha.
Os primeiros destroços foram encontrados dois dias depois do acidente.
As caixas pretas só foram localizadas depois de dois anos. Elas estavam a quase 4 mil metros de profundidade.
O avião tinha Marc Dubois como comandante; David Robert e Pierre Bonin, ambos na função de primeiro oficial. Na foto, da esquerda para a direita, Dubois, Robert e Bonin.
Durante as investigações, ficou constatado que o piloto mais novo, Bonin, é que estava no controle (o comandante dormia) e decidiu encarar uma tempestade.
Outros aviões já tinham mudado de rota para evitar essa tormenta, perto da Linha do Equador, na chamada Zona de Convergência Intertropical.
Os tubos de pitot que ficam na dianteira do avião, do lado de fora, e medem a velocidade da aeronave congelaram e deixaram de enviar informações para a cabine. Com isso, o piloto automático deixou de funcionar.
No modo manual, Bonin resolveu erguer o nariz do avião. A aeronave perdeu sustentação e velocidade. E começou a despencar.
Durante 4 minutos e 23 segundos o avião caiu com o nariz apontado pra cima até se chocar com o mar.
Famílias das vítimas exigiram na Justiça que a Airbus fosse punida pela falta de troca dos pitots, que já haviam apresentado problemas antes.
E culparam a Air France pela falta de treinamento de pilotos para aquele tipo de situação.
Dos 228 mortos, 58 eram brasileiros.
A tragédia foi tão impactante que o setor de aviação mudou alguns procedimentos de treinamento. Na época, os profissionais não eram capacitados para perda de controle das aeronaves em altas altitudes. E isso passou a ser feito.
Também houve modernização dos tubos de pitot e aumento do tempo de localização das caixas pretas por emissão de sinal, entre outras questões técnicas.
A decisão da Justiça indignou parentes das vítimas. Danièlle Lamy é a presidente da associação e disse que todos estavam esperando por um julgamento imparcial, e que ficaram enojados com a notícia da absolvição.