Notícias

Após mais um Nobel feminino, conheça pioneiras nas conquistas das mulheres


Flipar

A americana Claudia Goldin ganhou o Prêmio Nobel de Economia por desenvolver pesquisas as mulheres no mercado de trabalho. Historiadora econômica e professora da Universidade Harvard, ela tem 77 anos e é a terceira a receber o prêmio de Economia.

Editing1088 - wikimedia commons

A primeira foi a americana Ellinor Ostrom, em 2009, por seus trabalhos que mostram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais eficazes que o mercado.

Holger Motzkau wikimedia commons

A segunda foi a franco-americana Esther Duflo, laureada junto com os pesquisadores Abhijit Banerjee e Michael Kremer, por trabalhos no combate à pobreza, em 2019.

Kris Krüg - wikimedia commons

Outra mulher a ganhar o Nobel em 2023 é a ativista iraniana Narges Mohammadi. Ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em reconhecimento à luta contra a opressão das mulheres no Irã e em prol de direitos humanos para todos. Ela está presa justamente por essa batalha.

VOA - Voice of America wikimedia commons

O Nobel de Medicina também foi para uma mulher (a húngara Katalin Karikó), dividindo o prêmio com o americano Drew Weissman por pesquisas sobre RNA mensageiro que abriram caminho para vacinas contra a Covid-19.

Divulgação

O reconhecimento do talento de mulheres é algo que vem se consolidando com o tempo. Ao longo da história, mulheres vêm se destacando por conquistas importantes em sociedades originalmente patriarcais. Veja momentos relevantes nessa caminhada.

Montagem Flipar

Em 1791, a ativista política Olympe de Gouges redigiu à Rainha da Inglaterra o primeiro documento a mencionar um direito aparentemente simplório hoje em dia: Direito de subir à tribuna" (artigo X).

Reprodução Domínio público

A "Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã exigia a igualdade jurídica e legal das mulheres em comparação à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, cujos artigos excluía a possibilidade de acesso feminino a instituições públicas, liberdade profissional e direitos de propriedade.

Divulgação

Olympe de Gouges também defendia a emancipação das mulheres e a instituição do divórcio na França do século XVIII.

Domínio público

Em 1929, Alzira Soriano assumiu a prefeitura de Lajes, no Rio Grande Norte. Ela foi a primeira mulher eleita prefeita da América Latina. Apesar dos ataques discriminatórios, teve 60% dos votos.

Twitter/@SenadoFederal

Na época, antes mesmo que as mulheres tivessem direito ao voto no Brasil, a notícia ganhou destaque no jornal The New York Times como fato inusitado. Aqui, uma foto de Alzira Soriano com membros de seu gabinete.

Divulgação/TRE-RN

Em 24/02/1932 foi assegurado às mulheres (Decreto 21.076) o direito ao voto no Brasil. Os nomes mais importantes nessa luta no país foram Leolinda Daltro e Bertha Lutz, pioneiras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) em 1922.

Divulgação/TSE

Aqui, foto dos membros da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), em 1922.

Reprodução FGV

Primeira deputada federal da história do Brasil, Carlota Pereira de Queirós foi eleita pelo estado de São Paulo em 1934. Em sua participação política, fundou a Academia Brasileira de Mulheres Médicas em 1950 e foi a única mulher no Plenário do Palácio Tiradentes à época.

Divulgação/TRE-RS

Aqui, foto de Carlota Pereira de Queiroz durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1934.

Reprodução/Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo

Em 1957, a "Convenção sobre a Nacionalidade de Mulheres Casadas", assinada pela ONU, assegurou que as mulheres pudessem conservar ou mudar de nacionalidade independentemente da vontade do cônjuge.

Reprodução

"A nacionalidade da mulher casada com um estrangeiro" foi o tema da tese de Direito defendida por Bertha Lutz, em 1933.

Divulgação/Museu Bertha Lutz

Em 1962, a "Convenção Sobre o Casamento por Consenso, Idade Mínima para Casamento e Registro de Casamentos" teve o objetivo de respeitar universalmente os direitos humanos e assegurar que os matrimônios acontecessem de forma consensual entre as partes.

Divulgação/Ministério Público de Portugal

Apesar de abarcar também os homens, esta é uma vitória particularmente significativa para as mulheres, visto que certos costumes e antigas leis impunham o chamado casamento forçado de mulheres adultas ou meninas.

Freepik

"Unequal marriage", uma pintura do século 19 do artista russo Pukirev, retrata um casamento arranjado, no qual uma jovem é forçada a se casar contra a sua vontade.

Reprodução/Pintura do século 19 do artista russo Pukirev

Em 1964, a "Convenção dos Direitos Políticos das Mulheres" entrou em vigor no Brasil. Impulsionado pela luta das mulheres, o documento assinado pelas Nações Unidas visava a promover a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Entre eles, "o mesmo direito de ocupar todos os postos públicos.

Divulgação

Antes da "Convenção dos Direitos Políticos das Mulheres", Maria Quitéria de Jesus (27 de julho de 1792 21 de agosto de 1853) foi a primeira mulher a fazer parte do Exército Brasileiro.

Reprodução/Anne S.K. Brown Military Collection - Brown University Library

Em 1984, entrou em vigor a "Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher", filha da antiga declaração de 1967. Entre os artigos, As mesmas oportunidades que os homens para obtenção de bolsas de estudos.

Divulgação/Senado Federal

Em 2006, é promulgada a Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) como forma de prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Maria da Penha é uma farmacêutica bioquímica que em 1983 foi vítima de tentativa de feminicídio, cometido pelo seu parceiro. A lei criou medidas de proteção e endureceu a pena.

Reprodução/@institutomariadapenha

Fundado em 2009, com sede em Fortaleza e representação em Recife, o Instituto Maria da Penha (IMP) é uma organização não governamental sem fins lucrativos, cujo objetivo é enfrentar a violência doméstica contra a mulher.

Divulgação

Em 2019, a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília reivindicou direitos femininos em diversos segmentos. Entre outros, manutenção da terra, fim da violência e representatividade em instituições.

Divulgação/MST

Em 1/1/2023, com a posse do presidente Lula, Sônia Bone de Sousa Silva Santos, conhecida como Sônia Guajajara (da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão) passou a ser Ministra dos Povos Indígenas.

Palácio do Planalto wikimedia commons