Um dos problemas que o Brasil vem enfrentando, principalmente após a pandemia da Covid, é o abandono de animais. Esta ação mostra que nem todos possuem a consciência do quão é importante ter um bichinho em casa.
A companhia de um animal em seu lar pode representar, para muitos, uma forma de amor, mas também requer responsabilidades que existem por trás de todo o processo.
Mas se por um lado existe o abandono, por outro existem pessoas que arregaçaram as mangas e resolveram criar iniciativas para mostrar a importância da adoção de um pet.
É o caso de alguns voluntários que criaram o Cata Pata. O projeto de Brasília visa mostrar a importância e incentivar a adoção de uma forma bem criativa.
Os animais são fotografados com uniformes de garis, e suas fotos vão para as redes sociais com o intuito de achar um novo lar. Dos 140 abandonados, 24 já ganharam uma moradia.
O Cata Pata nasceu após alguns animais terem sido abandonados no Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal. Alguns foram encontrados dentro de sacolas plásticas no lixo.
"Apesar de o SLU cuidar somente da limpeza urbana, nos preocupamos com o meio ambiente, incluindo os animais. Abraçamos essa causa. Pensamos em como cuidar deles e em ter apoio de órgãos e entidades para encaminhá-los para adoção. Assim, surgiu o Cata Pata, explicou o diretor-presidente do serviço, Silvio Vieira, ao site "Só Notícia Boa".
Um dos animais abandonados no SLU acabou virando mascote do projeto. É a cadelinha DL Norte. Seu nome remete a um distrito da região e quando chegou ao local, estava prenha.
"Quando vi a DL, foi amor à primeira vista. Ela já era minha, e hoje é a mascote do Cata Pata", comentou Lizandra Maia, uma das idealizadoras do projeto.
"Alimentamos esses animais com muito carinho e amor. Custeamos a ração e os cuidados diários, mas precisamos de ajuda. Estamos falando de mais de 140 animais", completou Lizandra.
Uma das ajudas que o Cata Pata recebe é da Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema), que apoia com serviços de castrações e atendimento veterinário.
Uma das iniciativas do projeto foi criar uma parceria para apresentar os bichinos em grandes eventos e, consequentemente, arrumar um lar para o máximo de animais.
Em julho, o Cata Pata esteve presente no Capital Moto Week, maior festival de moto e rock da América Latina. Os bichinhos foram ao evento e o projeto foi batizado de Moto Pets.
"Preparamos nossos animais para esse projeto. Conseguimos realizar a adoção de oito cachorros, mas precisamos de ajuda para continuar a tirar esses animais da condição de abandono", disse Silvio.
O proximo objetivo do Cata Pata é construir canis em um dos distritos do SLU. A ideia é abrigar os bichinhos enquanto eles não arrumam uma nova família.
"Toda ajuda é bem-vinda. Precisamos de ração, medicamentos, local para banho e tosa e locais que ajudem no processo de adoção", disse Lizandra.
Se você mora na região de Brasilia e se interessou em adotar um bichino ou ajudar o Cata Pata, basta entrar em contato com a Ouvidoria pelo número 162 ou pelo telefone (61) 9929-70090.
"Pensem com carinho e se planejem. A maior parte dos casos de abandono se dá por conta de falta de planejamento e problemas de posse responsável", disse Silvio Vieira.
A iniciativa do Cata Pata é apenas mais uma entre tantas que existem no Brasil para conscientizar a população da importância da adoção.
Há poucas semanas, uma ação em uma partida de futebol chamou a atenção de todos. Jogadores do Fortaleza entraram em campo com cães para incentivar a adoção.
A ação ocorrida no estádio do Castelão deu certo e vários cachorros que estiverma em campo foram adotados logo depois. A campanha foi promovida em comemoração ao Dia Mundial dos Animais, celebrado em 4 de outubro.
O abandono de animais no Brasil é considerado crime desde 1998, de acordo com a Lei Federal 9.605/98. Em 2020, com a aprovação da Lei Federal 14.064/20, teve-se o aumento da pena de maus-tratos com reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda, caso seja cão ou gato.