A operadora de caixa Patrícia Belfort, de 41 anos, procurou a Polícia Militar nesta terça-feira (7/5) para denunciar uma cabeleireira em Belo Horizonte, que teria sido a responsável pela aplicação de produto químico para alisar o cabelo da filha dela, Ana Júlia Belfort, de 10, sem autorização.
Ao Estado de Minas, Patrícia explicou que o combinado era realizar apenas uma hidratação natural, procedimento que, inclusive, já havia sido feito pela primeira vez em outubro do ano passado no mesmo estabelecimento, localizado no Bairro Renascença, na Região Nordeste, onde mãe e filha moram.
“Na época, a Júlia vinha sofrendo bullying na escola por ter cabelo crespo. Então, optei pela hidratação, sem qualquer química, para abrir os cachos. O resultado ficou muito bom”, lembra Patrícia, acrescentando que voltou ao salão recentemente porque a raiz já havia crescido. Segundo conta, o problema de convivência no colégio foi solucionado e houve a devida assistência da direção.
“Falei novamente que não era para usar produtos químicos, mas apenas fazer a hidratação. Quando o procedimento terminou, achei que estava tudo certo. Porém, no último sábado, ao lavar o cabelo, minha filha se desesperou e saiu do banheiro chorando, dizendo que o cabelo dela estava liso”, conta Patrícia.
A mãe alega também que tentou diversas vezes entrar em contato com a cabeleireira e dona do salão. Segundo conta, essa não seria a primeira vez que a profissional comete erros.
“Quando, enfim, consegui falar, ela disse que alguém pode ter trocado os produtos de lugar. Outra possibilidade é a de que houvesse restos do produto (destinado ao alisamento) no pote utilizado para preparação do procedimento. Um funcionário me disse que ela já danificou o cabelo de outros clientes”, afirma.
Tratamento psicológico
Como a filha segue abalada, a mãe diz que pretende levá-la ao psicólogo. De acordo com Patrícia, Júlia fez tratamento no passado por conta do bullying e chegou até a ter psoríase emocional, uma doença na qual as células da pele se acumulam e formam escamas e manchas secas que causam coceira.
Além disso, a mãe pretende recorrer à Justiça contra o salão. “Não estou em busca de dinheiro. Apenas não quero que outras pessoas passem por isso. Ela precisa pagar pelo que fez”, desabafa.
A reportagem entrou em contato com a proprietária do salão, mas não houve retorno até o fechamento da publicação. O espaço segue aberto para manifestações.