
Por que novo módulo que chegou à Lua pode ter caído de lado?
Nesta semana, um módulo lunar de uma empresa privada pousou na Lua.
Mais lidas
compartilhe
Siga noO módulo de pouso lunar Odysseus provavelmente está caído de lado, com a sua parte superior apoiada em uma rocha.
A espaçonave dos EUA, que fez história na quinta-feira (22/2) ao se tornar o primeiro robô construído e operado de forma privada a completar um pouso lunar está em boas condições.
Seu proprietário, a empresa texana Intuitive Machines, diz que o Odysseus está carregado com bastante energia e está se comunicando com a Terra.
Os controladores estão tentando recuperar fotos tiradas pelo robô.
24/02/2024 - 10:07 Principal prisão de segurança máxima dos EUA tem 23 horas de solitária e nunca teve fuga 24/02/2024 - 11:40 Arcebispo polonês renuncia após acusações de acobertar agressões sexuais 24/02/2024 - 12:00 Como rosas vermelhas viraram símbolo da globalização
Steve Altemus, CEO e um dos fundadores da Intuitive Machines, disse que ainda não sabe exatamente o que aconteceu, mas os dados sugerem que o robô ficou com um de seus pés preso na superfície e virou porque ainda estava em movimento lateral no momento da aterrissagem.
Outra possibilidade é que o Odysseus tenha quebrado um de seus pés ao cair. Os sensores de medição inercial indicam que o veículo está em posição horizontal.
Qualquer que seja a razão para a posição inesperada da aterrissagem, as antenas de rádio ainda estão apontadas para a Terra e as células solares seguem carregando o sistema de baterias.
Felizmente, todos os instrumentos científicos para fazer observações na Lua estão voltados para cima, o que deverá permitir algum trabalho dos cientistas. A única carga útil no "lado errado" da sonda, apontando para a superfície lunar, é um projeto de arte estático.
"Esperamos obter fotos e fazer uma avaliação da estrutura e de todo o equipamento externo", disse Altemus aos repórteres.
"Até agora, temos bastante capacidade operacional, embora estejamos caídos de lado. E isso é muito emocionante para nós, e estamos continuando a missão de operações de superfície como resultado disso."

O robô foi direcionado para um terreno cheio de crateras perto do polo sul da Lua, e a equipe da empresa acredita que ele chegou muito perto do local alvo — talvez a 2 km ou 3 km de distância.
Um satélite da agência espacial dos EUA chamado Lunar Reconnaissance Orbiter procurará o Odysseus neste fim de semana para confirmar seu paradeiro.
A missão da Intuitive Machines faz parte do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da Nasa, no qual a agência está pagando várias empresas privadas americanas por serviços de carga para a Lua — no caso do Odysseus com um pagamento de US$ 118 milhões.
Todas as empresas são responsáveis pelo financiamento, construção, lançamento e operação das suas naves.
Seis missões CLPS estão planejadas para este ano. A primeira, da empresa Astrobotic, com sede em Pittsburgh, terminou em fracasso. Seu módulo de pouso Peregrino teve problemas técnicos a caminho da Lua e desistiu de pousar. O robô foi trazido de volta para queimar na atmosfera da Terra.

A Intuitive Machines tem mais duas missões em 2024. A próxima verá um robô perfurar a superfície. Outra empresa texana, a Firefly Aerospace, também deve lançar uma missão para a Lua em algum momento dos próximos meses.
A Nasa considera o projeto CLPS uma forma mais econômica de fazer pesquisa e ciência, ao mesmo tempo que semeia o que espera que se torne uma economia lunar próspera.
Joel Kearns, da diretoria de missões científicas da Nasa, descreveu o pouso do Odysseus como uma "realização gigantesca" e uma afirmação da política do CLPS.
Independentemente da sua funcionalidade atual, é improvável que o Odysseus funcione muito além do início de março, quando o local de pouso ficará sob escuridão.
"Assim que o Sol se pôr, as baterias tentarão manter o veículo aquecido e vivo, mas eventualmente ele cairá em um frio intenso e então os componentes eletrônicos que produzimos simplesmente não sobreviverão ao frio intenso da noite lunar. E então, na melhor das hipóteses, esperamos mais nove a dez dias (de operações)", disse Tim Crain, outro fundador da empresa.

- Os países e empresas que competem com os EUA para voltar à Lua depois de 50 anos
- Por que pouso de nave de empresa americana na Lua é considerado 'histórico'