@agenciadigiland/Reprodução

Desde a infância, desenvolvemos um fascínio por soluções. Normalmente, não estamos interessados em indagações, mas sim, em respostas. É neste período de dúvida, de curiosidade, de busca e de inquietação que mais crescemos. As perguntas destacam aquilo que nos falta, o que desconhecemos, nossa sensação de incompletude, indicando nossa necessidade por algo além de nós mesmos. Mesmo na fase encantadora em que as crianças incessantemente perguntam “por quê?”, isso se resume a um exercício de diálogo. O que realmente almejamos são as respostas.

Porém, mais do que ter todas as respostas, é preciso aprender a fazer as perguntas certas.

Percebo na prática do consultório pessoas ansiosas por descobrirem o verdadeiro significado da vida. Elas passam noites sem dormir, leem livros, compram cursos, buscam as respostas em todos os lugares, menos no lugar mais importante, dentro de si mesmas, onde nascem as verdadeiras respostas. E como fazer para formular as perguntas certas? Primeiramente, comece aprendendo a se conhecer. Pergunte a si mesmo:

Quem sou eu? O que é verdadeiro para mim? O que me traz alegria? O que eu quero? Para que eu quero isso? Qual é o meu objetivo? O que eu ganho ao alcançar o meu objetivo?

Na medida em que iniciamos nossas perguntas, começamos a refletir sobre as próprias experiências, valores e crenças. Ao nos conhecermos mais profundamente, as respostas para muitas de nossas perguntas se tornam cada vez mais claras.

Com o tempo, conforme praticamos, as boas perguntas não apenas nos ajudam a compreender melhor quem somos, como também possibilita nossa conexão com os outros de uma forma mais autêntica.

E para que essa conexão seja positiva e o outro tenha a possibilidade de nos responder da forma adequada alguns cuidados são importantes. Um deles é ter definido o que esperamos do outro quando fazemos uma pergunta, explicitar nossa intenção - buscamos uma opinião? Um conselho? Ou informação?

Outro ponto importante é o que chamo de dicionário interno; em algumas situações, duas pessoas podem estar discutindo sobre o mesmo assunto, mas empregando termos diferentes ou utilizando a mesma palavra para se referir a conceitos diversos. Esclarecer o que certas palavras significam para cada um, ajuda a “desatar o nó” em que a conversa se transforma, algumas vezes.

E você tem feito suas perguntas corretamente?

É nesse ciclo de incertezas, curiosidade e inquietude, onde verdadeiramente expandimos. É neste contexto que temos a possibilidade de nos reinventarmos.

É a partir do conhecimento que nos capacitamos para irmos além, é a luz de nossa consciência que clareia nossa escuridão.

Concluindo, como um sábio provérbio chinês nos ensina: “Uma pergunta bem feita é metade da resposta”. Em nossa jornada incessante em busca de entendimento, é preciso recordar que, muitas vezes, a magia está na interrogação, não apenas na resposta. Ao nos reinventarmos por meio do questionamento, abrimos portas para a compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo que nos rodeia. Assim, nas palavras de um anônimo filósofo do cotidiano, “a verdadeira transformação começa quando começamos a questionar não apenas as respostas, mas as próprias perguntas que fazemos”. Que cada pergunta seja um convite à descoberta, à reflexão, à reinvenção e, por fim, à verdadeira expansão da sabedoria interior. 

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