Aproxima-se o período festivo de fim de ano, ocasião em que as pessoas tendem a desfrutar mais de alimentos e bebidas, além do estresse característico dessa época. Resultado: muitas vezes, elas se descuidam da alimentação.
É importante que os leitores questionem o motivo pelo qual estão se alimentando e o que estão sentindo ao fazer isso – seja raiva, alegria, estresse, satisfação, medo, culpa, ansiedade, frustração, tranquilidade, gratidão e até mesmo a celebração de conquistas pessoais. Procure compreender de que você tem fome neste instante.
Para nos auxiliar durante essa fase, vale conhecer a prática do "Mindful Eating", uma abordagem que se baseia no conceito mais amplo de "Mindfulness" (Atenção Plena) para transformar os padrões alimentares. Originado nas práticas meditativas budistas, o "Mindfulness" envolve uma consciência atenta às ações e sentimentos, integrando corpo, mente e emoções no presente de forma não julgadora e compassiva.
Ao aplicar o "Mindful Eating", não apenas o ato de comer é contemplado, mas também os pensamentos e julgamentos relacionados à comida, desde a compra até o preparo.
Essa prática busca alterar percepções, promovendo equilíbrio, autoconfiança e força, tornando-nos observadores não críticos de nossos comportamentos e emoções, libertando-nos de hábitos prejudiciais e atitudes de arrependimento.
Ao focar no sabor, textura, aroma e emoções provocadas pelos alimentos, assim como no ambiente da refeição, o "Mindful Eating" desenvolve habilidades que refinam as percepções de fome e saciedade, reduzindo a propensão a comer por motivos emocionais. Além disso, essa abordagem contribui para restaurar a conexão entre corpo e sentidos, promovendo a percepção de saciedade e desafiando crenças limitantes sobre alimentação.
Uma prática emblemática do "Mindful Eating" é a meditação da uva-passa, que nos convida a explorar detalhadamente os sentidos ao interagir com esse alimento. Outras práticas diárias podem promover uma abordagem consciente e saudável em relação à alimentação. Entre elas: reduzir a velocidade da mastigação, sentar-se à mesa, desconectar-se de aparelhos eletrônicos, estar atento às sensações, emoções e sentimentos durante a refeição. Eliminar a culpa, permitindo-se desfrutar cada garfada.
E, por fim, praticar a gratidão, agradecendo a todos os envolvidos na jornada do alimento, reconectando corpo, cérebro e emoções.
Entre os benefícios do "Mindful Eating" somam-se restaurar a intuição alimentar, identificar sentimento de culpa e vergonha associados à alimentação, como também eliminar o autojulgamento negativo em relação ao corpo.
Essa abordagem demanda tempo e concentração, mas como qualquer novo hábito pode ser aprimorado com disciplina, constância e determinação.
Proporcione a si mesmo o privilégio de compartilhar momentos à mesa, desfrutando a companhia de amigos e familiares queridos. Ao abraçar o "Mindful Eating", não apenas sacie a fome física, mas também cultive a oportunidade de se alimentar de alegria, satisfação e descobertas, degustando o presente em sua plenitude.
Bom apetite!