As redes sociais exercem um papel significativo na rotineira busca insaciável pelo sempre mais -  (crédito: em)

As redes sociais exercem um papel significativo na rotineira busca insaciável pelo sempre mais

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Atualmente, vivemos em uma sociedade que nos incentiva a sempre fazer mais. Paira sobre nós uma inquietude constante, uma sensação de que nunca fazemos o suficiente. Mas de onde vem essa pressão implacável? Minha percepção aponta para as redes sociais, que exercem um papel significativo nessa busca insaciável pelo sempre mais.


Antigamente, seguíamos rotinas estabelecidas, cumpríamos nossas tarefas diárias e, ao final do dia, nos sentíamos vitoriosos. A sensação de dever cumprido nos trazia contentamento. No entanto, hoje, tudo parece pouco. A cada despertar, somos confrontados com convites virtuais, questionando se estamos prontos para dar nosso "120%". Pergunto-me: 120% de quê?


Isso não é real. Na verdade, mal estamos dando conta do que temos que dar, dificilmente conseguimos realizar os 100% do dia, que dirá 120%. Tem dia que fazemos 50% e está tudo certo, foi o que deu, o que foi possível. E olha que se fizermos uma lista de tudo que fizemos desde o momento em que acordamos, veremos que não foi pouca coisa. Nossa rotina é uma verdadeira maratona: acordar, levar as crianças para a escola, preparar o lanche, organizar a lista de compras, verificar o horário da primeira reunião no trabalho, tentar encaixar uma ida ao salão, ajustar os compromissos das atividades extracurriculares das crianças, planejar encontros sociais, meditar, fazer uma hora de academia – a lista parece interminável. A cobrança por mais, por melhor, por perfeição, é incessante.


A rede social nos bombardeia com imagens e vídeos de pessoas que parecem estar sempre fazendo algo incrível, conquistando grandes coisas, vivendo uma vida perfeita. Super-homens e mulheres que parecem fazer em um dia o que mal conseguimos realizar em uma semana. Isso nos leva a comparar nossas vidas com as dos outros e a sentir que estamos sempre aquém.


Mas será que isso é verdade? Será que realmente precisamos fazer mais para sermos felizes?
A resposta é não. Na verdade, precisamos lembrar que não somos obrigados a seguir o ritmo frenético do mundo moderno. Podemos escolher viver a nossa vida no nosso próprio tempo, e de acordo com as nossas próprias prioridades.

 

 


Não dá para ficar nesta cobrança infinita. Onde nos perdemos? Quando começamos a duvidar de nossa suficiência? Quando nosso "muito" se tornou "pouco"? É hora de reconhecer que a incessante busca pelo ideal muitas vezes nos afasta do que é verdadeiramente suficiente. A vida é feita de momentos, e cada um deles merece ser celebrado, mesmo que não alcance os padrões impostos virtualmente.


Precisamos aprender a nos aceitar como somos, com nossas limitações e nossas imperfeições. Precisamos aprender a ser felizes com o que temos e o que nos tornamos, afinal somos seres em construção, estamos em constante processo de evolução enquanto a vida fluir em nós.


Portanto, tenhamos sabedoria para ser mais, mais felizes com menos.