Em nossa jornada pela vida, muitas vezes nos vemos repetindo padrões de comportamento que parecem difíceis de entender e modificar. Envolvemo-nos em ciclos repetitivos em nossas relações, gerando sofrimento e bloqueando nosso crescimento pessoal.
Pense em quantas vezes, você se sente a vítima, impotente e injustiçado pelas circunstâncias, buscando ajuda e validação externa. Em outros momentos, você assume o papel do salvador heroico, se responsabilizando excessivamente pelos problemas dos outros, se esgotando emocionalmente e negligenciando suas próprias necessidades. E, em alguns casos, você se transforma no algoz implacável, criticando, julgando e punindo os outros, buscando exercer poder e controle.
Para auxiliar na reflexão sobre os papéis que assumimos, temos a teoria do Triângulo do Drama de Stephen Karpman. Essa teoria explora as dinâmicas interpessoais disfuncionais que se desenvolvem entre três papéis: vítima, salvador e algoz(perseguidor).
Esse comportamento pode estar presente em diversas áreas da sua vida, incluindo o trabalho e a família. E, acredite, essa dinâmica viciosa te afasta da verdadeira felicidade e realização.
Pense em seu trabalho. Você se sente a vítima sobrecarregada, injustiçada e impotente diante das demandas? Busca constantemente ajuda de colegas ou superiores para resolver seus problemas? Sua autoestima está baixa e você se sente incapaz de tomar decisões autônomas?
Ou se comporta como o salvador, assumindo a responsabilidade excessiva pelas tarefas dos outros, se tornando indispensável e se esgotando emocionalmente? Você protege seus colegas em demasia, impedindo-os de desenvolver autonomia e responsabilidade? Você se sente culpado quando não consegue ajudar os outros?
E nas relações pessoais, em qual posição você se encontra?
É a vítima, se sentindo fraco, dependente da ajuda do outro e incapaz de cuidar de si mesmo? Busca constantemente validação e aprovação do seu parceiro?
Ou quem sabe é o algoz, criticando, julgando e culpabilizando seu parceiro, criando um ambiente de conflito e ressentimento? Você exerce controle sobre o outro, reprimindo seus desejos e individualidade? Você se sente superior ao seu parceiro e precisa ter sempre a última palavra?
Para ajustar esses papéis no dia a dia, comece por pequenas mudanças. Se você tende a se ver como vítima, trabalhe para assumir mais controle sobre suas escolhas e ações. Se você é um salvador nato, pratique dizer "não" e cuide de suas próprias necessidades. Se você reconhece comportamentos de perseguidor, tente ser mais compreensivo e menos crítico.
Essas mudanças podem ser desafiadoras, mas são fundamentais para construir relacionamentos mais saudáveis e equilibrados.
Lembre-se, a transformação não acontece da noite para o dia. É um processo contínuo de autoconhecimento e crescimento. Cada passo, por menor que seja, é um avanço rumo a relações mais saudáveis e um bem-estar emocional mais sólido. Acredite em seu potencial e na sua capacidade de romper com as correntes do Triângulo Dramático.
Reinvente-se, reconhecendo e ajustando esses papéis para viver de maneira mais plena e equilibrada e abrace a liberdade de ser quem você realmente é!