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ALESSANDRA ARAGÃO
Alessandra Aragão
Comunicadora, trabalha com desenvolvimento humano, atuando em terapia sistêmica, mentoria positiva e coaching de vida e carreira
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O que está faltando em suas conversas?

Reserve um tempo para observar: antes de reagir a uma situação, pare e reflita sobre o que você realmente está sentindo e precisando

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Você já se sentiu incompreendido em uma conversa? Ou talvez tenha iniciado uma discussão que escalou rapidamente? A forma como nos comunicamos tem um impacto significativo em nossas relações, tanto pessoais quanto profissionais.

 

 


Vivemos em um mundo onde a velocidade da informação molda nossa maneira de interagir. As mensagens instantâneas e as redes sociais nos conectam, mas paradoxalmente nos afastam da essência do diálogo. As relações humanas — sejam familiares, amorosas ou profissionais — dependem de uma comunicação clara e significativa. No entanto, muitos de nós sentimos que estamos perdendo a capacidade de nos expressar e compreender o outro.


A comunicação é a base de todo relacionamento humano. E é nesse contexto que a Comunicação Não Violenta (CNV), desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, se apresenta como uma poderosa ferramenta para fortalecer vínculos e resolver conflitos. Ela nos convida a adotar uma postura mais empática, promovendo diálogos que priorizam o respeito e a compreensão mútua.


O que é a Comunicação Não Violenta?


A CNV é uma abordagem que busca transformar a forma como nos expressamos e como escutamos os outros. Em vez de focar em culpar, julgar ou generalizar, a CNV nos convida a conectar-nos com nossos sentimentos e necessidades mais profundos e a expressá-los de maneira clara e respeitosa. Ao mesmo tempo, ela nos ensina a ouvir ativamente o outro, buscando entender suas perspectivas e necessidades.


Os quatro pilares da CNV são:


Observação: Descreva fatos de forma objetiva, sem julgamentos. Exemplificando, em vez de "Você nunca presta atenção em mim", diga "Notei que você não olhou para mim enquanto eu falava". Outra situação, ao invés de dizer "Você sempre chega atrasado", diga "Você chegou atrasado na reunião de hoje".


Sentimentos: Expresse como se sente em relação à situação, sem usar rótulos como "irritado" ou "chateado". Por exemplo, ao invés de dizer "Estou irritado com você", diga "Sinto-me frustrado quando você chega atrasado, pois preciso esperar". Ou "Sinto-me ignorado quando isso acontece".


Necessidades: Identifique as necessidades que motivam suas emoções, que estão por trás do sentimento. Por exemplo, a necessidade de pontualidade, de respeito ou de conexão. "Preciso de mais atenção e presença em nossas conversas".


Pedido: Fazer um pedido claro e positivo, especificando o que gostaria que acontecesse. Por exemplo, "Gostaria que você se esforçasse para chegar no horário das próximas reuniões”; “Gostaria que você deixasse o celular de lado enquanto conversamos."

Por que isso é tão importante?


Em tempos de interações superficiais, a CNV oferece uma oportunidade de reconectar-se de maneira significativa. Suas práticas aumentam a empatia, fortalecem os laços e ajudam a resolver conflitos com soluções que atendem a todos os envolvidos. Além disso, promovem a autoconsciência, pois nos ensinam a reconhecer nossos sentimentos e necessidades antes de reagirmos.


Aplicações práticas no dia a dia da família, trabalho e relacionamentos


Troque "Você só reclama!", por "Sinto-me sobrecarregado quando ouço tantas críticas. Gostaria de conversarmos sobre como podemos nos ajudar mais." "Entendo que você esteja ocupado, mas gostaria de discutir este assunto com você".


Em vez de "Você nunca tem tempo para mim!", experimente "Sinto falta de passarmos mais momentos juntos. Podemos planejar algo no fim de semana?"


Inicie suas frases com "eu" para expressar seus sentimentos sem culpar o outro. "Sinto-me frustrado quando não recebo uma resposta".


"Preciso de mais tempo para concluir este projeto".


"Gostaria que você me desse um feedback sobre meu trabalho".


"Que tal dividirmos as tarefas para que possamos terminar o projeto mais rápido?".

 


O Desafio de Reaprender a Comunicar


Reaprender a se comunicar exige paciência e prática. A escuta ativa é um ponto de partida essencial: demonstre interesse genuíno pelo que o outro está dizendo, sem interromper ou formular sua resposta enquanto o outro fala. Evite julgamentos e concentre-se nos sentimentos e necessidades expressos.


Pequenos Passos para Grandes Mudanças


Reserve um tempo para observar: Antes de reagir a uma situação, pare e reflita sobre o que você realmente está sentindo e precisando.


Pratique exercícios de empatia: Tente enxergar a situação pelos olhos do outro. Quais são as necessidades dele?


Faça perguntas abertas: Em vez de fazer perguntas que exigem respostas curtas, faça perguntas que incentivem a outra pessoa a se expressar mais profundamente.


Valide os sentimentos do outro: Reconheça e valide os sentimentos da outra pessoa, mesmo que você não concorde com suas opiniões.


Diálogo consciente: Transforme conflitos em oportunidades de aprendizado, usando os quatro pilares da CNV como guia.


Ao adotar uma comunicação mais consciente, cultivamos relações mais saudáveis e significativas. No entanto, mais do que uma técnica, a CNV é um convite à transformação pessoal. É uma forma de lembrar que cada diálogo é uma oportunidade de conexão e crescimento.]


Como bem disse Carl Rogers, psicólogo humanista: “A capacidade de se colocar no lugar do outro é uma das habilidades mais importantes na vida.”


E agora, caro leitor, convido você a refletir: O que está faltando em suas conversas?


Adote a CNV em sua vida e recupere o poder do bom diálogo.

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