Programada para 12 e 13 de dezembro, a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não deverá trazer surpresas. A estimativa do mercado financeiro é de que a taxa Selic mais uma vez seja reduzida em 0,5 ponto percentual – atualmente, está em 12,25% ao ano. O grande ponto de interrogação, contudo, diz respeito a 2024. Se até pouco tempo atrás a principal aposta dos especialistas era de aumento do ritmo de cortes, agora começam a surgir previsões mais comedidas. Para o banco americano Citi, a taxa básica da economia não cairá para o patamar de um dígito no ano que vem, o que certamente representará uma grande decepção dadas as expectativas anteriores. O Citi aponta, entre outros fatores que balizam a sua análise, a dificuldade para o Brasil manter a taxa de inflação abaixo de 4%. Segundo pesquisa feita pelo boletim Focus, o mercado projeta que a Selic encerre 2024 em 9,25%.
Debate sobre fim da isenção de impostos para importações avança
Um empresário graúdo da indústria têxtil diz ter notado entre representantes do governo a disposição para rever a isenção de impostos federais para importações de até 50 dólares. A medida acabaria com as benesses das plataformas internacionais de e-commerce que, segundo o executivo, desfrutam de “vantagens desleais”. É o caso da Shein, diz ele. O próprio vice-presidente, Geraldo Alckmin, já disse a interlocutores do varejo de moda que acha justa a taxação de importados de pouco valor.
Carros chineses ganham espaço no Brasil
A presença de carros chineses no mercado brasileiro ainda não significa uma invasão, mas eles, de fato, aceleram no país. Fontes do setor automotivo dizem que a participação da nação asiática no mercado de importados poderá encerrar 2023 perto de 15%, ou o triplo de um ano atrás. No nicho de carros híbridos e elétricos, marcas como BYD e GWM já respondem por 24% das vendas – foram emplacadas, até novembro, 67 mil unidades no país, 36% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Grupo Suno compra casa de análise Eleven Financial
Uma transação inesperada movimentou a Faria Lima, o coração financeiro de São Paulo, nas últimas horas. A holding financeira Suno comprou, por valores não revelados, a casa de análises Eleven Financial Research, que pertencia à XP. Segundo Tiago Reis, fundador da Suno, “as operações seguirão separadas, com sedes próprias e equipes distintas.” O grupo Suno possui, além de uma divisão de análise, áreas de negócios como uma asset, consultoria e plataforma de investimentos.
US$ 2,4 trilhões
é quanto os países ricos e em desenvolvimento (excluindo a China) precisam investir até 2030 para tornar viável a transição energética rumo a uma economia verde. O cálculo é da britânica London School of Economics
rapidinhas
- A Premier League, a liga de futebol do Reino Unido, fechou o maior acordo de transmissão da história. Por R$ 42 bilhões, vendeu os direitos de exibição de 270 jogos do campeonato inglês para a Sky e TNT. O contrato é válido por quatro temporadas. O curioso é que a Amazon, que transmite atualmente 20 jogos por temporada, ficou fora do acordo.
- O combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) decola no mundo. De acordo com dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos, deverão ser produzidos 600 milhões de litros em 2023 – será o dobro de 2022. Espera-se que o número triplique no ano que vem, para 1,8 bilhão de litros.
- A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul assinaram um acordo para promover vinhos e espumantes do Brasil no exterior. O acordo prevê R$ 10 milhões em investimentos em ações comerciais.
- Os Estados Unidos, quem diria, precisam de imigrantes. De acordo com projeção feita pelo Departamento Americano de Estatísticas de Trabalho, até 2026 haverá um déficit de 6 milhões de engenheiros no país. Para resolver o gargalo, a única saída é abrir caminho para profissionais qualificados de outros países.
“A isenção de impostos em até US$ 50 afeta o nosso setor. Assim que ela foi confirmada pelo governo, as fábricas tiveram de reduzir a produção”
Haroldo Ferreira
presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados)