Enfim, saiu o balanço da Americanas – e ele não é nada bonito. A empresa encerrou os nove primeiros meses de 2023 com um patrimônio líquido negativo (quando os passivos são maiores do que os ativos) de R$ 31,2 bilhões, um avanço de 17% sobre o final de 2022. Outro dado alarmante: as receitas geradas pelo comércio eletrônico tombaram 79% na comparação anual. “No digital, onde se concentram as vendas de tickets mais altos, houve um abalo de confiança”, reconheceu a companhia em relatório. A reputação da Americanas, ressalve-se, foi destroçada após a revelação, no início de 2023, de um escândalo contábil de valores bilionários. No mesmo dia em que foi divulgado o balanço, a 4ª Vara Empresarial da Comarca do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro homologou o pedido de recuperação judicial aprovado por credores da companhia no final do ano passado. Será um processo doloroso: as dívidas da Americanas somam cerca de R$ 50 bilhões.
CEO quer tornar operação mais simples
Apesar do cenário turbulento, o novo presidente da Americanas, Leonardo Coelho (foto), tentou demonstrar otimismo na teleconferência de apresentação de resultados. Segundo ele, a meta da empresa é fazer com que a operação seja lucrativa já a partir de 2025. Para isso, uma das estratégias é tornar o negócio mais simples, com a correção de ineficiências, melhorias dos processos logísticos e reformulação de lojas. No processo de reestruturação, 99 unidades foram fechadas de janeiro a setembro de 2023.
Ataques políticos estão de volta aos grupos de WhatsApp
A velha intolerância política está de volta. Desde domingo, dia em que o ex-presidente Bolsonaro fez um comício em São Paulo, os grupos de WhatsApp foram palco para as mesmas discussões que pautaram a campanha presidencial. Até empresários e executivos respeitados decidiram atacar pessoas com visões de mundo diferentes, em uma lógica beligerante praticada tanto por um lado quanto por outro. Pelo visto, os brasileiros não aprenderam nada com os episódios traumáticos dos últimos anos.
Terceiro maior e-commerce do país, Shopee investe em logística
Para acelerar os negócios no Brasil, a Shopee, plataforma de comércio eletrônico de Singapura, investe agora em infraestrutura logística. A empresa inaugurou um Centro de Distribuição em Goiânia (GO) – são agora dez CDs no país, além de 100 hubs logísticos. Segundo a Shopee, o espaço tornará as entregas no Centro-Oeste mais ágeis. Desde 2019, quando chegou ao país, a companhia cresce em ritmo alucinante, tendo se tornado o terceiro maior e-commerce, atrás do Mercado Livre e Amazon.
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operações de fusão e aquisição entre empresas de grande porte foram realizadas no Brasil em janeiro, segundo a consultoria Kroll. Trata-se de um avanço de 12% em relação ao mesmo mês de 2023
Rapidinhas
- A Plaenge, maior construtora de capital fechado do Brasil, abrirá, pela primeira vez na história, as vendas de um empreendimento no exterior para investidores brasileiros. Trata-se de um complexo imobiliário de alto padrão localizado em Santiago, no Chile, com Valor Geral de Vendas estimado em cerca de R$ 1 bilhão.
- A americana Alcoa, uma das maiores empresas de alumínio do mundo, comprou a rival australiana Alumina por US$ 2,2 bilhões. O negócio terá repercussões globais. No Brasil, as duas empresas operam juntas por meio da joint venture Alcoa World Alumina and Chemicals, que é dona de uma mina em Juriti (PA) e da refinaria Alumar, em São Luís (MA).
- As quedas das vendas de alimentos plant-based – as carnes de plantas – obrigaram a americana Beyond Meat, principal referência do setor, a ajustar o seu cardápio. Na verdade, a empresa mudou a fórmula de alguns de seus produtos com o objetivo de torná-los mais parecidos com a carne de verdade. A principal crítica dos clientes diz respeito ao sabor.
- Com o preço global do cacau quebrando recordes, o ovo de Páscoa está mais caro nas gôndolas dos supermercados – a depender da qualidade do chocolate, os preços subiram 30% em comparação com um ano atrás. Ressalte-se que a data se consolidou como uma das mais importantes do varejo brasileiro.
“A resposta antecipada e resoluta do Brasil à inflação em alta durante a pandemia é um bom exemplo de como uma formulação de política monetária ágil compensa”
Kristalina Georgieva
Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI)