Não foi nada de extraordinário, mas ao menos o IBC-Br, indicador do Banco Central que é considerado a prévia do PIB brasileiro, mostrou que a atividade econômica mantém a trajetória de alta. Em fevereiro, o índice subiu 0,4% na comparação com o mês anterior – a estimativa do mercado era de 0,3%.
Foi o quarto avanço consecutivo, embora menor do que o observado em janeiro (0,52%). Em 12 meses, o indicador acelerou 2,3%. Ou seja, tudo indica que o PIB brasileiro crescerá um pouco acima de 2% em 2024, conforme projeções feitas nas últimas semanas por instituições financeiras do Brasil e do exterior.
Como tudo no país, muitas análises sobre o PIB estão contaminadas por visões ideológicas, tanto de um lado quanto de outro. A realidade é que a economia brasileira não brilha, embora não se vislumbre crise no horizonte. Mais uma vez, continuaremos na velha toada nacional: devagar, mas em frente.
Mercado financeiro aumenta críticas a Haddad
Nos últimos dias, começaram a surgir no mercado financeiro críticas mais explícitas ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Até então, Haddad era considerado um porto seguro no governo petista, alguém disposto a bancar uma agenda um pouco mais liberal. Contudo, as mudanças na meta fiscal e as dificuldades para fazer o PIB deslanchar aumentaram os níveis de reprovação ao ministro. Alguns analistas afirmam que ele tem cedido às pressões do presidente Lula.
Al Gore está de olho em investimentos sustentáveis no Brasil
Ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore pretende investir em projetos sustentáveis no Brasil. Sua gestora de recursos, a Generation Investment, possui um braço conhecido como Just Climate que tem como foco bancar iniciativas de descarbonização de cadeias produtivas. Na avaliação do Just Climate, o Brasil tem papel vital nesse cenário. Desde que foi criada, em 2021, a divisão destinou US$ 1,5 bilhão para empresas que desenvolvem soluções para reduzir as emissões de carbono.
Nível de endividamento do Brasil é um dos maiores entre os emergentes
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um relatório que traz dados sobre o nível de endividamento dos países. O cenário é preocupante para o Brasil. Segundo a instituição, a dívida bruta brasileira será equivalente a 86,7% do PIB neste ano. Em 2023, a relação estava em 84,7%. Além da trajetória ascendente, os números do Brasil são piores do que os observados em outros emergentes. Entre 36 nações, temos o quarto pior nível de endividamento, atrás apenas de Egito, Ucrânia e China.
Rapidinhas
A empresa paranaense J6 Energia, antes conhecida como J. Malucelli Energia, vai investir R$ 1,6 bilhão até 2029 em pequenas centrais hidrelétricos (PCHs) e projetos solares fotovoltaicos espalhados por diversos estados brasileiros. Neste século, a companhia já desembolsou cerca de R$ 8 bilhões em geração e transmissão de energia.
A Youcom, marca de moda jovem que pertence à rede de lojas Renner, definiu seu novo plano de expansão para 2024: a meta é injetar R$ 20 milhões na abertura de pelo menos 10 lojas até o final do ano, especialmente nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Além disso, a marca chegará pela primeira vez ao Tocantins.
A China está reduzindo as importações de carne bovina – e isso é péssimo para o Brasil, seu principal fornecedor do produto. No ano passado, segundo dados apurados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, as importações de proteínas pelo país asiático caíram pela primeira vez desde 2016. O volume segue em queda em 2024.
As agroindústrias brasileiras iniciaram 2024 em ritmo forte. No acumulado entre janeiro e fevereiro, o setor avançou quase 5% na comparação anual, de acordo com o Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro). O melhor desempenho veio das fabricantes de produtos alimentícios e bebidas.
R$ 50 bilhões
É quanto o governo Lula precisa gerar em receitas extras para cumprir a meta de déficit fiscal zero para as contas públicas em 2025. Não está claro de onde sairá o dinheiro
“Tem de cortar o gasto, mas onde? Como? Eu sei que ninguém gosta de pagar imposto – eu também não gosto –, mas precisamos ter uma equação”
Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra e ex-ministro da Fazenda