A Prefeitura do Rio de Janeiro apresentou ontem um projeto de lei que busca facilitar a instalação de uma bolsa de valores na cidade. A iniciativa é oportuna. Uma concorrente para a B3, a bolsa de valores de São Paulo, deverá atrair mais empresas para o mercado de capitais, provavelmente reduzirá custos e taxas para investidores – quando há monopólios, as empresas dominantes praticam os preços que bem entenderem – e aproximará o Brasil das melhores práticas mundiais. Há crescente movimentação nesse mercado. A brasileira CSD BR, especializada no registro de ativos financeiros, e a empresa de tecnologia ATG, controlada pelo megafundo árabe Mubadala, estão firmes no propósito de abrir uma bolsa no Brasil, provavelmente no Rio de Janeiro. Já existiram 27 bolsas de valores no mercado brasileiro, mas elas desaparecem ao longo do tempo para dar lugar à dominante B3. Com o amadurecimento do mercado de capitais no Brasil, chegou a hora de mudar esse quadro.

 



 

Presidente do Banco Central diz que expectativa sobre inflação piorou

 

Aqueles que aguardavam um discurso otimista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento realizado ontem na B3 certamente ficaram desapontados. “A parte mais desafiadora são as expectativas de inflação, que têm piorado”, afirmou. “É um fator de preocupação e tem muitos ruídos envolvidos: parte fiscal, transição no BC, capacidade de aprovação de medidas no Brasil e riscos geopolíticos no exterior e Rio Grande do Sul, que teve impacto nas estimativas.”

 

IPOs estão em queda no Brasil e no mundo

 

Não é apenas no Brasil que os IPOs (ofertas públicas iniciais, na sigla em inglês) estão em baixa. Um levantamento da consultoria EY constatou que, no primeiro trimestre de 2024, a quantidade de IPOS no mundo caiu 7% versus o mesmo período de 2023 – de 307 para 287. A Ásia teve a maior redução, de 34%. Enquanto isso, as ofertas estão zeradas há dois anos no mercado brasileiro. Esperava-se a retomada no segundo semestre, mas o desempenho ruim da bolsa pode adiar planos de abertura de capital.

 

 

Para Maílson da Nóbrega, crise fiscal é iminente

 

Apesar do bom resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre, os economistas de referência do país estão descontentes com os rumos do governo Lula. Em evento realizado pela gestora Warren Investimentos, Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, destacou a gravidade das contas públicas. “A crise fiscal e, por consequência, financeira é iminente”, afirmou. Maílson lembrou que 98% dos gastos da União são obrigatórios, o que dá uma margem de apenas 2% para o governo decidir como gastar.

 

12%

 

foi quanto aumentou, no primeiro trimestre, o uso de antidepressivos entre
funcionários de empresas no Brasil em comparação com o mesmo período de 2023.
O levantamento foi feito pela Vidalink, companhia do setor de bem-estar corporativo

“Eu passei a maior parte da minha carreira ajudando empresas estrangeiras a investirem no Brasil. Hoje, estamos no movimento contrário. Tem muita gente querendo ir embora”

Ricardo Lacerda
CEO do Banco BR Partners

 

 

Rapidinhas

  • Nesta sexta-feira, 27 mil colaboradores da Telefônica estarão envolvidos em atividades voluntárias em 12 países diferentes. No Brasil, participam da iniciativa a capital federal, Uberlândia e Belo Horizonte. Nessas localidades, 870 pessoas se dedicarão a ações como revitalização de laboratórios de informática e salas de aula.

 

  • A Zamp, administradora da rede Burger King no Brasil, comprou a operação da Starbucks no país. A transação está estimada em R$ 120 milhões, segundo comunicou a empresa, mas o valor final poderá sofrer ajustes. Registre-se que a SouthRock, controladora da Starbucks no mercado brasileiro, pediu recuperação judicial no final do ano passado.

 

  • Depois de longo inverno, as startups da América Latina voltaram a receber bom volume de investimento. Um levantamento feito pela plataforma Distrito mostrou que essas empresas captaram US$ 505,2 milhões em maio, uma alta de 164% versus igual mês de 2023. Foi também o maior salto desde outubro de 2022.

 

  • A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 8,5 bilhões em maio. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o resultado foi 22% inferior ao obtido no mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, contudo, o superávit de US$ 35,9 bilhões foi recorde.
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