A escalada do dólar, que ontem fechou cotado a R$ 5,65 – o maior valor em dois anos e meio – não deixará outra alternativa ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a não ser aumentar a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Com a moeda americana nas alturas, a inflação aumenta e, claro, será preciso contê-la de alguma forma. Daí a explicação para o aumento dos juros.

Ao que parece, contudo, o presidente Lula não está preocupado com isso, já que suas recentes declarações parecem ter sido planejadas para deixar o mercado aflito. Muitos analistas afirmam que os fundamentos atuais da economia não justificam a cotação extravagante do dólar, nem o desempenho pífio do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira.

Portanto, o cenário só pode ser explicado pela turbulência na política. Nesse campo, o governo federal deveria ser mais precavido em vez de deixar mais tensão no ar.

Casa do Pão de Queijo entra com pedido de recuperação judicial

O ano de 2024 ficará marcado pelo número elevado de pedidos de recuperação judicial feitos por marcas tradicionais do mercado brasileiro. Depois de Polishop, Subway e Supermercados Dia, entre outras empresas, agora foi a vez da Casa do Pão de Queijo recorrer à modalidade. Uma das maiores redes de cafeteria do país revelou um passivo de R$ 57,5 milhões a ser renegociado no processo. Segundo a companhia, a crise instalou-se a partir da pandemia e foi agravada pela tragédia no Rio Grande do Sul.

TIM conclui venda de negócio de rede fixa

Uma das grandes operações do setor de telefonia dos últimos anos foi concluída ontem. O Grupo TIM, controlador da TIM Brasil, finalizou o processo de venda da NetCo, divisão de rede fixa da companhia, para a americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR). A transação está avaliada em cerca de 22 bilhões de euros. Trata-se, de fato, de um negócio oportuno, que trará novo fôlego financeiro para a TIM. Com isso, a dívida líquida do grupo deverá ser reduzida 13,8 bilhões de euros.

Chinesa BYD volta a ameaçar a Tesla

As restrições impostas por europeus e americanos contra os carros elétricos chineses não deram o resultado esperado. Segundo dados de vendas compilados pela agência Bloomberg News, a montadora BYD negociou quase 1 milhão de modelos no segundo trimestre do ano, muito acima das projeções iniciais. Os veículos puramente elétricos destacaram-se no período, com 426 mil unidades vendidas no mundo. O número fez a BYD encostar novamente na americana Tesla, que colocou nas ruas 441 mil veículos.

60 mil

trabalhadores deverão ser contratados para as obras de reconstrução do Rio Grande do Sul, segundo estimativa do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre

“A política fiscal brasileira tem sido inconstante e sofre de falta de credibilidade”

Renato Gomes - Diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central (BC)

Rapidinhas

• O mercado de caminhões deverá acelerar em 2024. Segundo projeções feitas pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas aumentarão em torno de 10% em 2024 – o crescimento se deve sobretudo ao agronegócio, que consome veículos pesados. Modelos elétricos são uma tendência em alta
  no país.
• A safra de laranja no Brasil deverá ser a pior em muitos anos, o que é resultado direto do calor excessivo nos pomares e do “greening”, uma doença perigosa para os citros. No chamado Cinturão Citrícola, que abrange São Paulo e Minas Gerais, a produção poderá cair 24% versus a temporada anterior, o maior tombo em três décadas.
• Uma pesquisa do PoderData constatou que 73% dos brasileiros são contra a incidência de imposto seletivo sobre bebidas açucaradas proposta na regulamentação da Reforma Tributária. Para 66% dos entrevistados, o consumo de refrigerantes, refrescos e chás não é o responsável pelo aumento de peso da população brasileira.
• A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fez um balanço dos resultados do programa de renegociação de dívidas Desenrola. A julgar pelos números, a iniciativa tem sido bem-sucedida: 60 mil pequenos empreendedores individuais, micro e pequenas empresas aderiram à iniciativa e a cifra renegociada superou a marca dos R$ 2,1 bilhões.