A escalada da cotação do dólar pode gerar consequências econômicas para o Brasil -  (crédito: Jan Vaek /Pixabay)

A escalada da cotação do dólar pode gerar consequências econômicas para o Brasil

crédito: Jan Vaek /Pixabay

O gestor de um dos maiores fundos de investimentos do país diz estar atordoado com as recorrentes críticas feitas pelo presidente Lula ao Banco Central. “Não consigo entender onde ele quer chegar”, diz o profissional. “Lula sabe que a escalada do dólar poderá gerar graves consequências econômicas ao Brasil, mas, ainda assim, insiste em levar cada vez mais tensão ao mercado.”

 

O gestor afirma que seus clientes começam a perguntar se não é hora de apostar em ativos mais seguros no exterior – esse é um debate cada vez mais presente nas rodas de investidores. O próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parece estar incomodado com as declarações de Lula que alimentam o nervosismo do mercado.

 

 

“Acredito que o melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central quanto ao arcabouço fiscal”, disse Haddad. “É isso que vai tranquilizar as pessoas.” Resta saber se o presidente Lula concorda com o seu ministro.

 

 

Estrangeiros retiram volume recorde da bolsa brasileira

 

Enquanto a tensão política aumenta no país e o risco fiscal cresce, os estrangeiros partem em debandada. Em junho, investidores do exterior retiram R$ 4,2 bilhões da B3, a bolsa brasileira. Trata-se da maior saída de capital estrangeiro para esse mês desde 2018. No acumulado de 2024, a cifra que saiu do país chega a R$ 40,1 bilhões. O montante supera o valor que os estrangeiros retiram no primeiro semestre de 2020, ano da pandemia de COVID-19, que varreu os mercados pelo mundo.

 

Montadora chinesa GAC planeja investir US$ 1 bilhão no Brasil

 

Em 2024, a indústria automotiva brasileira tem recebido volume recorde de investimentos. De acordo a Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos, as montadoras deverão injetar ao menos R$ 100 bilhões no país. Os novos aportes virão agora da chinesa GAC Motor, que colocará US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos para instalar fábrica e centro de pesquisa no país. A empresa foi fundada em 1980, consolidando-se atualmente como a quinta maior fabricante de carros da China.

 

No turbilhão da crise, Americanas tenta se reinventar

 

Em meio ao escândalo de fraude contábil calculada em R$ 25 bilhões, a Americanas procura se reinventar. A empresa unificou suas marcas de e-commerce sob um único guarda-chuva – o nome de referência será Americanas. Com isso, as marcas de comércio eletrônico Shoptime e Submarino deixam de existir. A ideia por trás da iniciativa é simplificar a operação e reforçar o nome mais conhecido do mercado. A varejista também está reformatando lojas e construindo novos relacionamentos com fornecedores.

 

3,9%

foi quanto cresceu a produção nacional de petróleo em maio versus abril, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foi o primeiro avanço em seis meses

 

Rapidinhas

  • O bilionário americano Elon Musk, dono da Tesla, está rindo à toa. No segundo trimestre de 2024, a empresa entregou 443,9 mil carros, o que significou um aumento expressivo de 15% em relação aos três primeiros meses do ano. O número superou com folga as projeções do mercado, que apontavam para a venda de 436 mil unidades.
  • A Tesla não foi a única empresa a surfar o bom momento dos carros elétricos. A também americana General Motors vendeu, no segundo trimestre, 22 mil veículos movidos a eletricidade no mercado americano, um avanço de 42% em comparação com igual período do ano passado. As vendas de elétricos respondem por 3% das receitas da GM nos Estados Unidos.
  • A empresa de energia ComBio, especializada em projetos de geração de vapor para a redução de emissões de poluentes, levantou R$ 450 milhões em financiamento com o IFC, divisão de investimentos do Banco Mundial. Os recursos serão usados principalmente na instalação de caldeiras em fábricas localizadas em São Paulo.
  • A Fifa, entidade máxima do futebol mundial, quer revigorar o seu serviço de streaming Fifa+. Lançado em 2022, ele jamais emplacou. Agora, a federação quer levantar US$ 2 bilhões para expandir o serviço no mundo. O Fifa+ tem a meta nada modesta de oferecer aos assinantes 40 mil partidas de futebol ao vivo por ano.

 

“É preciso sair dessa narrativa de que o Banco Central tem sido político”

Roberto Campos Neto - Presidente do BC, ao rebater as críticas do presidente Lula