Os movimentos feitos ontem pelo mercado financeiro mostram como as declarações das autoridades do país provocam efeitos diretos nos indicadores econômicos. Se nos últimos dias o dólar foi às alturas e o Ibovespa, o índice de referência da bolsa brasileira, empacou graças à língua provocativa de Lula, ontem o cenário foi de calmaria graças, veja só, ao comportamento comedido do presidente.
Pela primeira vez em muito tempo, Lula falou que é preciso ter “responsabilidade fiscal”, o que soou como música nos ouvidos dos investidores. Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tratou de ressaltar, de novo, a importância da boa comunicação para não causar ruídos desnecessários no país. Como resultado, o dólar recuou para R$ 5,56 depois de chegar a R$ 5,70 nos dias anteriores, e o Ibovespa subiu um pouco.
Como se vê, o Brasil precisa de equilíbrio e bom senso, atributos raros na política.
Bolsa do Rio nascerá em 2025
Agora é oficial: depois de 23 anos, o Rio de Janeiro voltará a ter uma bolsa de valores. Conforme informado pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes, e Claudio Pracownik, CEO da Americas Trading Group (ATG), empresa controlada pelo megafundo árabe Mubadala, a nova bolsa estreia em 2025. Isso é ótimo para os investidores – concorrência leva a custos menores e a mais opções de negócios. A antiga bolsa do Rio naufragou após o megainvestidor Naji Nahas realizar operações para manipular o mercado.
Mesmo na crise, empresas pagam mais dividendos
O desempenho pífio do Ibovespa em 2024 não freou a distribuição de dividendos pelas empresas. Pelo contrário. De acordo com levantamento feito pela plataforma Meu Dividendo, as companhias listadas na B3 pagaram R$ 165 bilhões em proventos no primeiro semestre de 2024, o que representou um avanço expressivo de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Como tradicionalmente ocorre, a Petrobras liderou a distribuição desses recursos no país – a cifra chegou a R$ 55,5 bilhões no intervalo.
Novo Plano Safra será 10% mamior do que edição anterior
O governo federal e o agronegócio não são exatamente melhores amigos. Em termos de crédito, contudo, o setor não tem do que reclamar. O Plano Safra 2024/25 colocará R$ 400,6 bilhões à disposição de médios e grandes produtores, cifra 10% superior à da safra passada, conforme anúncio feito pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Desse total, R$ 189 bilhões terão juros controlados, com subvenção federal. O governo também anunciou o Plano Safra para a agricultura familiar, de R$ 85,7 bilhões.
Rapidinhas
A empresa brasileira de cosméticos Natura se tornou a segunda do mundo e a primeira indústria a obter o nível mais alto de um selo que atesta a integridade no uso dos créditos de carbono. A certificação internacional foi concedida pela Iniciativa de Integridade dos Mercados Voluntários de Carbono (VCMI, na sigla em inglês).
As exportações brasileiras de soja encerram o primeiro semestre praticamente no zero a zero, conforme dados apurados pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). No período, o país enviou ao mercado internacional 66,1 milhões de toneladas, pouca acima das 65,3 milhões de toneladas embarcadas em igual intervalo de 2023.
As big techs estão se tornando grandes poluidoras. Em um novo relatório ambiental anual, o Google informou que as suas emissões de gases de efeito estufa aumentaram quase 50% nos últimos cinco anos. Há um culpado para isso: a expansão dos centros de dados que sustentam os sistemas de inteligência artificial da companhia.
A companhia aérea americana United Airlines passou a enviar a seus passageiros informações em tempo real – no formato de texto e também com mapas detalhados – de eventos climáticos que possam impactar o voo. A medida é importante até mesmo para tranquilizar os viajantes que ficam mais aflitos com eventuais turbulências.
0,9%
foi quanto recuou a produção industrial em maio versus abril, segundo o IBGE. Enchentes no Rio Grande do Sul afetaram o setor
“Aqui nesse governo a gente aplica o dinheiro que é necessário, a gente gasta com educação e com saúde aquilo que é necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo desde 2003, e a gente manterá ele à risca”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República