O aumento da taxa Selic em 1 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) fez com que as instituições financeiras revisassem as suas análises para o ano que vem. O Wells Fargo, um dos maiores bancos americanos, abriu a fila. Agora, estima que a Selic chegará a 15,25% em 2025 – o que provavelmente representará um freio brutal para a economia brasileira.
A projeção para o dólar também é pessimista. De acordo com o banco, a moeda chegará a R$ 7 até o início de 2026. Dólar alto significa maior pressão inflacionária, que só poderá ser contida com a elevação dos juros, num ciclo negativo para toda a sociedade. O cenário, de fato, preocupa. Agora, há o temor de que o Congresso desidrate o pacto fiscal anunciado pelo governo em novembro, tornando-o ainda mais inócuo. Ontem, o Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores de São Paulo, sentiu o golpe e recuou com força.
Mercado automotivo continuará a crescer em 2025
A Anfavea, a associação que representa as montadoras instaladas no Brasil, estima que 2025 será um ano de crescimento para o setor. De acordo com as suas projeções, serão vendidos 2,8 milhões de veículos no país no ano que vem, número 5,6% superior ao desempenho de 2024. A produção será de 2,7 milhões de unidades, um avanço de 6,8% versus o ano anterior. É preciso considerar, contudo, que o aumento da Selic, a taxa básica de juros da economia, encarece os financiamentos e afasta consumidores.
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Anfavea quer plano para incentivar exportações
O mercado automotivo brasileiro voltou no tempo em 2024. Pela primeira vez desde 2014, os emplacamentos de veículos importados superaram as exportações – foram 463 mil contra 403 mil, conforme dados apurados pela Anfavea. O quadro preocupa a associação, que prepara uma lista de reivindicações que serão enviadas ao governo federal para destravar as exportações já a partir do ano que vem. Uma das propostas é incentivar acordos bilaterais com países que são destinos de produtos brasileiros.
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Preço do azeite deverá cair 20%
Depois de subir 50% em 2024, o preço do azeite deverá recuar em 2025, mas não a ponto de voltar às cifras do passado. Analisas esperam por uma redução de pelo menos 20% dos valores para o consumidor final, o que faria o litro do azeite extravirgem ser vendido, em média, por R$ 60 – ainda uma enormidade, convenhamos. O produto ficou caro nos últimos dois anos por causa da quebra da safra na Europa, especialmente na Espanha, um fenômeno provocado pelos eventos climáticos extremos.
“Espero que os políticos tomem consciência da grave crise que estamos enfrentando. Essa decisão do Banco Central só compra tempo. Por si só, não resolve nada”
Tony Volpon
ex-diretor do Banco Central e professor-adjunto na Georgetown University, nos Estados Unidos, sobre o aumento da taxa de juros
0,4% foi quanto avançou, em outubro, as vendas do comércio varejista brasileiro em comparação com o mês anterior, conforme dados do IBGE. O resultado surpreendeu o mercado, que havia projetado recuo de 0,2%
RAPIDINHAS
A empresa de logística JSL teve papel importante para que companhias de comércio eletrônico, bens de consumo e alimentos e bebidas enfrentassem o aumento expressivo das vendas na última Black Friday, realizada em novembro. A JSL entregou 20 milhões de itens em todo o país, com um total de 100 mil pacotes despachados por dia.
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Até os sistemas de inteligência artificial estão sujeitos a falhas tecnológicas. Entre a quarta e quinta-feira, o ChatGPT, o sistema de IA generativa mais utilizado no mundo, apresentou instabilidade, o que gerou memes divertidos nas redes sociais. A OpenAI, desenvolvedora da ferramenta, não informou os motivos que levaram à pane.
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O mercado brasileiro de data centers está em expansão. De acordo com estimativa feita pela consultoria Thymos Energia, o setor deverá receber pelo menos R$ 60 bilhões em investimentos até 2030. Nos últimos anos, o Brasil se tornou um dos principais polos de TI do mundo, o que explica o volume expressivo de aportes.
Apesar das incertezas na economia, o Natal deverá trazer fartura para os negócios. É isso o que diz uma pesquisa feita pela Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento. A entidade calcula que os brasileiros gastarão R$ 50 bilhões para comprar presentes, um avanço de 15% versus o ano passado.