1, 2, 3 e já é 2024! O contínuo tique-taque do relógio anuncia a iminência do ano eleitoral. Às vésperas da virada, os aspirantes à Prefeitura de Belo Horizonte já estão delineando estratégias para se destacarem no cenário político e nas redes sociais. Nesta corrida que se avizinha, é notório que nenhum dos potenciais candidatos descansou em dezembro. A agenda para 2024 já se delineia nas entrelinhas. A capital mineira enfrenta desafios de infraestrutura, mobilidade urbana e as reivindicações dos servidores por salários em atraso.
A 10 meses das eleições municipais, os atores políticos já estão se mobilizando para entrar na corrida eleitoral, que possui uma atmosfera peculiar, quase como um enredo de desenho animado. Com potenciais candidatos engajados nas redes sociais e na militância, a disputa pela prefeitura promete agitar não apenas os bastidores, mas também desencadear uma intensa batalha virtual.
Conforme a legislação eleitoral, a confirmação dos candidatos ao cargo deve ocorrer até 5 de agosto, após as convenções partidárias. Enquanto isso, os partidos em Minas Gerais já estão apresentando possíveis concorrentes. O atual prefeito, Fuad Noman (PSD), pretende tentar a reeleição. Ele planeja usar as obras iniciadas pelo ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) e seguidas em seu mandato como uma estratégia de promoção. Há quem acredite que a eleição já está garantida para o atual prefeito, comparando-o à trajetória de sucesso que Fernando Pimentel (PT) teve quando chegou à cadeira do Executivo municipal.
Do lado da direita, Fuad enfrentará Bruno Engler (PL), um político ligado ao bolsonarismo. O jovem deputado estadual, ativo nas redes sociais e conhecido por vídeos virais em parceria com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), já se tornou o favorito entre os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). Engler preocupa os outros candidatos, que temem que ele possa repetir o feito da última eleição, quando, ainda sendo pouco conhecido pela maioria da população, conseguiu alcançar o segundo lugar na corrida eleitoral.
Há rumores de que apresentadores de rádio ou TV possam ingressar na disputa. Eduardo Costa (Cidadania) e Mauro Tramonte (Republicanos) demonstraram interesse na cadeira de prefeito. No entanto, segundo fontes próximas, ambos descartaram participar das eleições de 2024, deixando este desejo para o futuro.
Diferentemente de seus colegas, o senador Carlos Vianna (Podemos) já assegurou sua candidatura. Ex-candidato ao governo mineiro, que teve um apoio relativamente fraco do presidente Jair Bolsonaro em 2022, está determinado a conquistar Belo Horizonte. Como presidente da frente evangélica do Congresso Nacional, Vianna é considerado um representante da direita clássica, que já não se alinha com o bolsonarismo e continua comprometida com a democracia.
Do lado da esquerda, despontam nomes como a deputada federal Duda Salabert (PDT), Bella Gonçalves (PSOL) e Rogério Correia (PT). A primeira, a vereadora mais votada na história de Belo Horizonte e primeira mulher trans a chegar ao Congresso Nacional. Ao lado de Duda está Bella Gonçalves, ex-vereadora em BH e atualmente deputada estadual. Como lésbica, ativista e muito ativa nas redes sociais, ela ganhou destaque no último ano na Assembleia Legislativa (ALMG), tendo sido uma das parlamentares ameaçadas de morte por grupos radicais da direita.
Representando o presidente Lula (PT) e o Partido dos Trabalhadores (PT) está Rogério Correia, uma figura familiar para os eleitores de Belo Horizonte. Engajado em questões como mobilidade, meio ambiente e infraestrutura, foi indicado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT), como candidato à prefeitura.
No entanto, existe um entendimento de que para representar uma ameaça real aos outros candidatos, Duda, Bella e Rogério precisam unificar a esquerda em torno de uma candidatura única com potencial de desafiar. As siglas ainda não chegaram a um acordo sobre a formação de uma frente única no campo progressista para enfrentar os nomes ligados à direita, o que deve pulverizar os votos.
Pelo centro, dois nomes se destacam: Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, e o deputado federal Pedro Aihara (PRD). Gabriel tem se destacado principalmente na discussão sobre temas como mobilidade e protagonizou embates com Fuad. Por outro lado, Aihara, reconhecido por sua atuação como bombeiro, mencionou a amigos próximos que está considerando a questão. No partido, há um interesse para que ele também concorra em Brumadinho, cidade onde se tornou conhecido.
Os nomes começam a ser estabelecidos e, a partir de amanhã, o jogo terá início. Enquanto isso, BH inicia 2024 sem saber ao certo quem será o próximo prefeito da capital. Já que, no momento, a liderança na preferência do eleitorado permanece indefinida.
Itabirito fica sem corredor ecológico
Foi publicada no Diário Oficial Eletrônico Minas Gerais a Lei 24.631, que altera os limites da Estação Ecológica Estadual de Arêdes, no município de Itabirito (Região Metropolitana de Belo Horizonte), sancionada pelo governador Romeu Zema. O governador, no entanto, vetou os artigos 3º, 4º e 5º do texto aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Estes três artigos criavam o Corredor Ecológico Moeda-Arêdes, também em Itabirito, interligando o Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda e a Estação de Arêdes.
Serviços cartoriais
Zema também publicou a Lei 24.632, que já entra em vigor trazendo modificações significativas à legislação que regula os serviços cartoriais em Minas Gerais. A norma altera a Lei 15.424, de 2004, que dispõe sobre fixação, contagem, cobrança e pagamento de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro, o recolhimento da Taxa de Fiscalização Judiciária e a compensação dos atos sujeitos à gratuidade estabelecida em lei federal.
Silveira aumenta salários da ANM
Foi publicada ontem no Diário Oficial da União a Medida Provisória 1.203, que altera a remuneração das Carreiras e do Plano Especial de Cargos da Agência Nacional de Mineração (ANM), vigente desde 2004. A equiparação salarial se dará em três partes: sendo a primeira parcela, de 40%, em janeiro de 2024; a segunda parcela, de 30%, em janeiro de 2025 e os 30% restantes em janeiro de 2026. “Venho trabalhando, desde o início do ano, para que a maior prioridade seja destravar os gargalos que temos. Essa equiparação é justa e reforça o trabalho da ANM”", disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). (Com Igor Passarini)
Correia recorre contra aumento nos ônibus
O deputado federal por Minas Gerais – e pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte – Rogério Correia (PT) disse ontem que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta semana contra o aumento da passagem de ônibus na capital mineira, que passou de R$ 4,50 para R$ 5,25 na última sexta-feira. Nos últimos dois anos, a prefeitura e a Câmara ofereceram subsídios para as empresas não aumentarem a tarifa. (Com Igor Passarini)