Fundado em 2011 por empresários que se diziam insatisfeitos com a velha política, o Partido Novo se lançou como uma nova forma de enxergar a administração pública. Desde lá, a legenda não emplacou grandes candidaturas, sempre saiu nanico em eleições presidenciais e acabou se transformando em um partido que, apesar de liberal, se assemelha com os antigos tucanos.

A questão é, este ano, o novo acabou, ironicamente se tornado o “velho”, com uma maquiagem diferente, mas ainda tentando conquistar plateias. Com isso, ao analisar o cenário brasileiro em terras mineiras, a legenda ainda se agarra à vida política. Não há dúvida de que Minas é do Novo. Com Romeu Zema à frente do governo, o partido também almeja dominar a cena da capital mineira.



Os nomes escolhidos foram o da secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, e do secretário-geral adjunto, Lucas Gonzalez. Apadrinhados por Zema e destaques no governo mineiro, os dois compõem a chapa que pretende levar o partido à cadeira da Prefeitura de Belo Horizonte. Nas redes sociais, Gonzalez postou foto ao lado de Luísa, do governador Romeu Zema e do vice, Mateus Simões. Na legenda, um recado: “Juntos já superamos grandes desafios em Minas, que venham os próximos”.

Gonzales já caminhou pelos corredores do Congresso Nacional e, por não ter conseguido reeleição em 2022 para Câmara dos Deputados, foi escolhido por Zema, em abril, para fazer o assessoramento estratégico diretamente ligado à vice-governadoria. Porém, em outubro, recebeu uma promoção e foi indicado a secretário-geral adjunto.

Luísa está com Zema desde 2019, quando assumiu a secretaria de Planejamento e Gestão. Servidora de carreira, ela já tentou ser prefeita de Belo Horizonte, tendo resultados frustrantes quando ficou em sétimo lugar, com 1,39% dos votos. Filiada ao PSDB até 2022, agora, é vista como aposta do Novo. A quem diga que a secretária de Zema faz seu papel no governo com maestria. Considerada uma ótima chefe e resolutiva quando a questão é o orçamento em Minas, a secretária também resgata a ideia de 2011 do partido de emplacar alguém sem histórico político.

Quando deixou o PSDB, Luísa vestiu a camisa do Novo, apesar de ainda não ser filiada à legenda. Os dois partidos tiveram desentendimentos quando a questão foi reeleger Zema. Isso porque o PSDB, até então aliado ao Novo, negou-se a liberar o jornalista Eduardo Costa (Cidadania) para ser vice do governador e lançou ainda Marcus Pestana (PSDB) como candidato.

Nos bastidores, Luísa e Lucas são considerados por aliados de Zema como os nomes perfeitos para disputar a PBH. Candidatos do governador, ambos vão usar suas conquistas dentro do governo mineiro para tentar emplacar votos e conquistar apoiadores zemistas.

Zema de olho no Brasil

Apesar de dizer que não sabe se vai se candidatar, Zema tem dado sinais claros de que sonha conquistar o mais alto posto na política: o de presidente do Brasil. O governador deve enfrentar dificuldades em uma eventual campanha, mas pode receber apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assim como feito quando o assunto foi o governo mineiro.

A sucessão

Com uma eventual candidatura de Zema à Presidência da República, a intenção do Novo é emplacar o vice-governador, Mateus Simões, para o governo mineiro. O professor já traça seu caminho para a candidatura. Nos bastidores, tem conversado com deputados federais e estaduais e tem bom diálogo com os prefeitos.

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