Bolsonaro e seu grupo político têm condicionado apoio a um projeto de lei que garanta anistia ao ex-presidente -  (crédito: Ilustração)

Bolsonaro e seu grupo político têm condicionado apoio a um projeto de lei que garanta anistia ao ex-presidente

crédito: Ilustração

A sexta-feira amanheceu nebulosa para os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com novas revelações sobre as acusações de tentativa de golpe orquestrada pelo ex-chefe do Executivo brasileiro, o temor se ampliou. Revoltados com o teor dos depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas, os apoiadores mineiros do ex-presidente alegam que não podem mais defendê-lo publicamente. Isso porque, segundo eles, comentar a questão do golpe os colocaria na mira de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do inquérito das fake news.

 

Alguns nomes de Minas Gerais são considerados por Jair Bolsonaro como peças importantes para alardear sua inocência. Caso de Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal mais bem votado desde a redemocratização e um dos dois parlamentares escolhidos para discursar na Avenida Paulista no início do mês na manifestação estrategicamente planejada para demonstrar a força do bolsonarismo no país.

 

Com medo de retaliação, alguns parlamentares observam o enfraquecimento da narrativa de perseguição adotada pelo ex-presidente nas redes sociais. Afinal, contra evidências - neste caso, depoimentos - não existem argumentos. E para alguns deles, as declarações divulgadas na sexta-feira, onde generais do Exército e da Marinha explicitam que Bolsonaro arquitetou uma tentativa de golpe com ajuda de parlamentares e da família, foram um ato de traição.

 

À coluna, dois parlamentares falaram sobre a versão da minuta golpista discutida reservadamente por Jair Bolsonaro e seus aliados, que relacionava cinco pontos de suposto “ativismo judicial” para tentar justificar a decretação do Estado de sítio e da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Para eles, as ações foram feitas dentro da legalidade, já que o presidente pode consultar as Forças Armadas a qualquer momento. E mais: segundo ambos, a Polícia Federal (PF) está corrompida, visto que os vazamentos foram feitos com o objetivo de criar um fato político para descredibilizar o ex-presidente e justificar uma prisão. Logo após a divulgação de trechos dos depoimentos pela mídia, o ministro Alexandre de Moraes quebrou o sigilo imposto em mais de 28 declarações à PF sobre o caso.

 

Questionados sobre uma possível prisão do ex-presidente, os dois parlamentares deixaram o cenário claro. Caso Bolsonaro seja conduzido pela Polícia Federal (PF), para os bolsonaristas, haverá “guerra”.

 

“Manifestações serão incentivadas por todo o país sob a narrativa de que o ex-presidente é um preso político, ameaçado e desonrado por um governo autoritário de esquerda, corrompido não só por um presidente comunista, mas também por um Supremo que excede suas competências”, afirmou um deputado federal, que não quis se identificar com medo de retaliação por parte do STF.

 

Além dos protestos, Bolsonaro e seu grupo político têm condicionado apoio a um projeto de lei que garanta anistia ao ex-presidente, caso ele venha a ser condenado pela Justiça. Segundo os bolsonaristas, o ex-presidente está em uma posição favorável para obter a aprovação da anistia na Câmara dos Deputados. No entanto, no Senado, há expectativa de que a proposta seja barrada enquanto Rodrigo Pacheco (PSD-MG) estiver na presidência da Casa.


A explosão de Cleitinho

 

O senador mineiro Cleitinho Azevedo (Republicanos) manifestou sua frustração em relação às críticas da imprensa e de colegas parlamentares após a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que isenta veículos com 20 anos ou mais de fabricação do pagamento do IPVA. Em resposta a questionamentos sobre os impactos na arrecadação nacional, o senador, de forma enfática, expressou sua posição afirmando que prioriza a liberdade individual e a desburocratização, mesmo que isso signifique uma diminuição da receita estatal. “Eu quero é que o estado se exploda”, afirmou em tribuna.


Tênis fluorescentes

 

Além dos discursos enfáticos, Cleitinho vem chamando atenção no Senado pela escolha de suas roupas. Os tênis do mineiro já viraram assunto de fofoca nos corredores. Isso porque a maioria dos senadores optam por usarem sapatos mais clássicos, enquanto Cleitinho desfila pelo salão azul usando sapatos fluorescentes.


Região metropolitana

 

A cassação do prefeito de Mateus Leme, Renilton Ribeiro (Republicanos), foi revogada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. A decisão reverteu a perda do mandato em agosto de 2023, quando a chapa do prefeito foi acusada de abuso de poder econômico durante a campanha de 2020.


Projeto contra depressão

 

O Projeto de Lei (PL) 371/23, do deputado Charles Santos (Republicanos), que autoriza a Secretaria de Estado de Saúde a contratar psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais para atender pessoas com depressão e tendências suicidas, recebeu parecer de primeiro turno da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) pela sua aprovação. A proposição agora está pronta para votação no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).


Reajuste para servidores

 

Depois de intensas manifestações, os servidores da saúde, educação e todos os demais que estão na folha da Prefeitura de Belo Horizonte terão seus vencimentos majorados em 8%, de forma escalonada. Serão concedidos 4,03% a partir de agosto de 2024; 1,82% em novembro; e 2% em dezembro.

 

Homenagem

 

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), desembargador Octavio Augusto De Nigris Boccalini, será homenageado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta segunda-feira (18/3/24) em reunião especial será realizada no Plenário Juscelino Kubitschek, a partir das 19h.