Em 6 de setembro de 2018, a cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, vivenciou uma tarde tumultuada, marcada pela chegada de um dos candidatos mais populares das eleições presidenciais, o então deputado federal Jair Bolsonaro (PL). A visita, que transcorria conforme o esperado, acabou mudando a história da política brasileira. Às 15h40, quando concluía sua passagem, Bolsonaro foi esfaqueado e quase perdeu a vida. Desde então, foi eleito e governou o Brasil por quatro anos. Em uma reviravolta política, perdeu as eleições de 2022 para o adversário que, na época, havia sido preso: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Hoje, em maio de 2024, o ex-chefe do Executivo brasileiro ainda sofre as consequências do atentado de 2018.

 

Deitado em uma cama de hospital onde foi internado e deve permanecer por mais um mês, o ex-presidente elabora suas estratégias para as eleições municipais. Curiosamente, embora tenha afirmado que renasceu em Juiz de Fora e considere Minas Gerais como o estado com maiores chances de eleger aliados políticos, Bolsonaro excluiu a cidade mineira de seus planos, optando por concentrar sua força política em outros polos do estado.

 

O fato é que Juiz de Fora não abre muito espaço para o ex-presidente, mesmo sendo o quarto maior colégio eleitoral de Minas. A prefeita Margarida Salomão (PT) é a favorita para a reeleição, contabilizando 8,78% das intenções de voto, segundo a pesquisa realizada pelo instituto F5 Atualiza Dados e publicada pelo Estado de Minas. Afastada de seu atual vice, Kennedy Ribeiro (PV), a petista deve formar aliança com o empresário Marcelo Detoni (PSB), fazendo a mesma dobradinha partidária que elegeu o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin (PSB), há dois anos. Detoni é ligado ao deputado estadual Noraldino Júnior, presidente do PSB em Minas.

 

E mais, enquanto Margarida caminha para mais quatro anos de mandato, do lado da direita existe uma briga pelo espaço da polarização. Isso porque a chefe do Executivo municipal deve enfrentar dois candidatos de direita: o ex-deputado federal Charlles Evangelista (PL-MG) e a deputada federal Delegada Ione Barbosa (Avante-MG).

 

Considerado favorito por aqueles que se dizem bolsonaristas, Evangelista é rosto consagrado da direita conservadora. Por participar do PL, será o nome oficial do ex-presidente e usará disso para se promover. Com a pré-candidatura confirmada, ele busca colocar na vaga de vice alguém ligado ao Progressistas, seu antigo partido.

 

Já Ione é delegada da mulher e divergente de algumas pautas da extrema direita. Apesar de não ter a imagem tão associada ao ex-presidente, é considerada a mais querida pelos evangélicos da cidade, angariando a maioria dos votos da direita. Ela também aguarda definição de um vice para poder conquistar mais votos. Segundo fontes ligadas à deputada, o nome deve sair do seu próprio partido.

 

Em pesquisas internas, a delegada Ione tem aparecido na segunda colocação, atrás apenas da prefeita Margarida. Já Charlles Evangelista aparece na terceira posição. O fato acabou chegando nos ouvidos de Jair Bolsonaro, que bateu o martelo: não deve apoiar nenhum dos dois pré-candidatos da direita.

 

Apesar de deixar Charlles utilizar seu nome em cartazes e campanhas eleitorais, Bolsonaro não planeja viajar a Juiz de Fora no primeiro turno. A intenção é evitar perder os votos dos evangélicos, esses ligados à deputada Ione Barbosa.

 

Amigos próximos do presidente, incluindo assessores que o ajudam a traçar as estratégias em Minas, afirmaram à coluna que ele deve focar nas cidades do Triângulo Mineiro e na Região Metropolitana de BH. Segundo eles, é nessas regiões que Bolsonaro enxerga o “ouro” das eleições, tendo maior chance de eleger aliados políticos para construir uma base fortificada para o pleito de 2026.

 

O ex-presidente estaria em Minas hoje, sábado (11/5), mas cancelou sua agenda em Contagem, Belo Horizonte e Divinópolis por problemas de saúde. Em Contagem, ele lançaria Cabo Junio (PL-MG) à prefeitura. Já na capital, participaria da agenda de Bruno Engler (PL-MG), que estaria lançando sua campanha à PBH. Em Divinópolis, a reunião estava marcada com o prefeito Gleidson Azevedo (Novo), onde estratégias seriam traçadas em busca da reeleição.

 




“Confia!”

O governador Romeu Zema (Novo) tem enfrentado uma crescente oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), especialmente por parte dos deputados ligados à segurança pública. A animosidade entre o chefe do Executivo mineiro e o Sargento Rodrigues (PL-MG) é amplamente conhecida, principalmente devido ao fato de o governador não conceder reajuste aos policiais mineiros. No entanto, o que ninguém esperava era que Zema também fosse alvo de críticas por parte de Caporezzo (PL-MG), que, apesar de ser policial, mantinha até então seu apoio ao governador. Em meio a uma notícia sobre a paralisação da Cidade Administrativa devido a problemas nos elevadores, que estão sendo substituídos, o parlamentar fez questão de expressar sua opinião: "Governo diferente, estado eficiente. Confia."

 

Podemos

O senador Carlos Viana, que está se preparando para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte, assumirá a presidência do diretório municipal do Podemos. A posse acontecerá durante o evento "Oficina da Vitória - Cidades", organizado pela Fundação Podemos e pelo diretório estadual da legenda. O encontro será hoje, no Ouro Minas Hotel. Está confirmada a presença da presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, da presidente estadual, deputada Nely Aquino, do presidente da Fundação Podemos, Nilson Gonçalves, e até mesmo do governador Romeu Zema.


Zema na mira

A confirmação do governador no evento de Viana chamou atenção. Ele que já disse que deseja lançar a secretária de Planejamento Luisa Barreto (Novo) à PBH vem flertando tanto com o senador, quanto com o deputado federal Bruno Engler. Zema não esconde que pode empurrar a amiga e colega para uma vice-candidatura. Até o momento, nada foi oficialmente anunciado.


“Babão”

Pedro Rousseff, sobrinho da ex-presidente Dilma e conselheiro municipal de Juventude em Belo Horizonte, entrou em um embate público com o humorista Whindersson Nunes. O desentendimento surgiu após críticas de Whindersson às ações do governo Lula em resposta à crise no Rio Grande do Sul e à primeira-dama Janja da Silva. Após Whindersson responder a um post de Rousseff, chamando-o de "babão", o jovem acusou o humorista de buscar apenas "likes", destacando a importância de divulgar medidas reais do governo federal. Rousseff planeja concorrer a vereador em Belo Horizonte.


Nota fiscal

A ALMG promulgou a Lei Estadual 25.712/2024, que institui a Nota Fiscal Mineira. Esta legislação resulta de um projeto de lei proposto pelo deputado estadual João Bosco (Cidadania) e aprovado pelos deputados em abril deste ano. A nova medida visa combater a sonegação fiscal ao incentivar os cidadãos a solicitarem a nota fiscal em todas as compras realizadas nos estabelecimentos.

 

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