Fuad Noman (PSD) corre contra o tempo para viabilizar sua candidatura -  (crédito: Ilustração)

Fuad Noman (PSD) corre contra o tempo para viabilizar sua candidatura

crédito: Ilustração

Faltando quatro meses para as eleições municipais, o prefeito Fuad Noman (PSD) corre contra o tempo para viabilizar sua candidatura. Ainda menos conhecido do que outros pré-candidatos, o chefe do Executivo municipal aguarda ansiosamente uma resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o apoio à sua candidatura.

 

Enquanto a resposta do petista não chega – e parece estar mais inclinada a apoiar Rogério Correia (PT) –, o prefeito designou Danilo de Castro (PSDB) para tomar as decisões da sua pré-campanha. Figura influente no PSDB de Minas, Danilo é conhecido pelas suas articulações políticas quando ainda era secretário de governo durante as gestões tucanas de Aécio Neves e Antonio Anastasia.

 

A experiência de Danilo de Castro, que além de ter influência, conhece o jogo político como ninguém, pode trazer ao prefeito novos aliados, estes escassos durante a campanha. Coincidência ou não, recentemente, em uma tentativa de conquistar a PBH, o PSDB sondou Fuad para entrar na legenda. Na época, o prefeito manteve o acordo com o PSD, mas ganhou uma aproximação. O partido, que já teve grande influência em Minas, ensaiou o lançamento do ex-deputado João Leite, cuja campanha esfriou com a entrada de novos nomes na corrida.

 

 

Com a proximidade das eleições, Fuad também precisa de influência nos bastidores. A chegada de Castro reflete a situação do prefeito, que ainda enfrenta dois desafios: a falta de aliados políticos e o desconhecimento de grande parte do eleitorado.

 

O primeiro desafio fica mais evidente quando o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) entra em cena. Assediado pela maioria dos pré-candidatos, ele, que se encontrou recentemente com Rogério Correia, não vem incluindo seu antigo vice na lista de aliados. O motivo? Em entrevista recente a um jornal do Rio de Janeiro, Kalil afirmou que Fuad continua desconhecido e não está conseguindo bom desempenho em pesquisas.

 

Enquanto Kalil não decide, em café da manhã ontem com jornalistas, Fuad afirmou que ainda não perdeu as esperanças de ter o apoio do antigo aliado, a quem chamou de “grande liderança”. Porém, com a eleição se aproximando, a verdade é que, se realmente quer ser conhecido, o prefeito de Belo Horizonte precisará intensificar a presença nas redes sociais e tentar se comunicar com uma grande faixa de eleitorado que ainda não o conhece, especialmente os jovens.

 

As ideias de uma projeção maior online já circulam entre outros coordenadores, como Adalclever Lopes – que já foi braço direito de Kalil –, mas não parecem agradar Danilo de Castro, que acredita que a campanha pode ser resolvida à moda antiga, por meio de inserções no rádio e na TV. Com sua experiência, Danilo é visto na campanha como um solucionador de problemas e um grande articulador político. No entanto, sua abordagem não agrada a ala marqueteira. Para a coluna, o tucano foi descrito por membros do PSD como "demodê" e "antiquado".

 

Outro fato vem incomodando os membros da pré-campanha: a marcação cerrada dos pré-candidatos ao mandato do atual prefeito. Devido ao seu cargo, o prefeito mantém uma postura defensiva. Enquanto precisa comandar a cidade e participar de uma pré-campanha, os outros candidatos concentram os ataques contra o chefe de BH em busca de viabilizar suas candidaturas, abordando desde a questão dos carros abandonados nas ruas até o transporte público e a construção de moradias populares.

 

 

Para garantir a permanência na PBH, Fuad precisará decidir os rumos de sua campanha nas próximas semanas, independentemente de esperar o que acontecerá após o horário gratuito na televisão. Com a proximidade das eleições, o tempo está se esgotando e a estratégia de ganhar visibilidade apenas com a chegada do pleito parece não estar surtindo efeito.

 

Silveira + Fuad = Kalil

 

Durante a convenção da AMM, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu o apoio do ex-prefeito Alexandre Kalil à reeleição de Fuad Noman. O fato não passou despercebido pelos presentes, especialmente considerando que é de conhecimento público que Kalil não apoiará seu ex-vice, apesar de pertencerem ao mesmo partido. A declaração, por mais estranha que pareça, foi propositada e destinada a pressionar o ex-prefeito. Kalil é uma espécie de bomba-relógio e, ao ser provocado, pode finalmente revelar quem será o escolhido para receber seu tão disputado apoio nos bastidores.

 

Dupla de 'milhões'

 

O anúncio feito por Gabriel Azevedo (MDB), que terá Paulo Brant (PSB) como candidato a vice-prefeito na chapa que disputará as eleições municipais, parece ter agradado tanto o MDB quanto o PSB. Nos bastidores, os dois foram apelidados de “dupla de milhões”. Ambos discutiram a aliança durante um almoço nesta semana, na capital mineira, e ontem o acordo recebeu o aval das direções nacionais dos partidos.

 

 

Relacionamento

 

Que Fuad e Gabriel Azevedo não se dão bem, todo mundo já sabe. No café com jornalistas, o prefeito chegou a confessar que a relação estava melhor. O que provocou risadas e chamou a atenção dos presentes foi o fato de o prefeito afirmar que estava pronto para apanhar. De fato, Gabriel tem aproveitado o desgaste e lançando praticamente um vídeo por dia para criticar a gestão.

 

União

 

Bela Gonçalves (PSOL) será a vice de Rogério Correia? Essa é a pergunta que mais tem sido feita após a postagem da deputada, que também é pré-candidata, ao lado do presidente Lula (PT) e do deputado federal. A resposta ainda está sendo avaliada. O fato é que, para amigos próximos, Rogério confessou que gostaria que isso se tornasse realidade. No entanto, para a deputada, ocupar o cargo talvez não seja uma prioridade, visto que ela tem protagonizado vários embates na ALMG.

 

Chiara na oposição

 

A deputada estadual Chiara (PL) protagonizou um embate com o governador Romeu Zema (Novo) durante esta semana. A parlamentar perdeu seus indicados no governo após votar contra o governo nas emendas que garantiram o reajuste dos servidores. Como toda briga tem dois lados, a coluna procurou saber os fatos. Do lado da parlamentar, existe o desejo de não deixar a vice-liderança de Zema. Do lado do governo, a resposta já é certa: Chiara não soube lidar bem com a represália e "colocou a boca no trombone". O fato incomodou e foi visto como uma atitude zero diplomática.

 

Mariana

 

A Fundação Getulio Vargas, que gerencia os pagamentos a 130 mil vítimas do rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho, foi designada pelas Instituições de Justiça para atuar também no município de Mariana, em Minas Gerais. A FGV vai supervisionar as assessorias técnicas independentes envolvidas no programa de reparação das vítimas da Barragem de Fundão, operada pela Samarco.

 

Teste do pezinho

 

Em Minas Gerais, a expansão do teste do pezinho tem ampliado a detecção precoce de doenças nos primeiros dias de vida. Em 2024, o estado já diagnosticou 125 bebês com 11 doenças diferentes logo após o nascimento. Essa ampliação faz parte do projeto do deputado Betinho Pinto Coelho (PV), que comemorou nas redes sociais: "Estou muito esperançoso."