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Após dois dias de agenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou Minas Gerais com quatro vitórias. Na quinta e na sexta-feira, o petista alcançou dois de seus maiores objetivos: montar palanques para as duas pré-candidatas do PT que buscam reeleição e têm maior chance de vitória no estado – Marília Campos em Contagem e Margarida Salomão em Juiz de Fora – e restabelecer relação com a base mineira, desgastada por conflitos com Brasília.
 
Além das estratégias previamente estabelecidas, Lula ainda estreitou laços com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e resolveu a pendência envolvendo as eleições municipais em Belo Horizonte.
 
 
O presidente embarcou para Belo Horizonte com uma vitória já estabelecida ao convencer Pacheco a acompanhar sua comitiva presidencial. O senador, que relutava em cumprir os compromissos oficiais, participou de todas as agendas ao lado do chefe do Executivo federal, estreitando a relação entre ambos. O presidente precisa de Pacheco ao seu lado no encaminhamento de votações importantes para o governo no Senado até o fim do segundo mandato do parlamentar eleito por Minas à frente da Casa.
 
 
E o convite a Pacheco para a viagem evidenciou ainda um apoio à possível candidatura do senador do PSD ao governo de Minas em 2026. Nos bastidores, começa a se falar em Pacheco como cabeça de chapa e a prefeita Marília Campos como sua vice. A prefeita recebeu elogios públicos do presidente, que a definiu como "melhor opção para Contagem”.
 
Na região metropolitana, Lula aproveitou a última oportunidade de aparecer ao lado de Marília antes das eleições, já que a lei eleitoral não permite que candidatos e gestores subam em palanques para anunciar obras depois de 5 de agosto. O mesmo ocorreu na última parada da visita presidencial: Juiz de Fora. Com elogios a Margarida, Lula participou da inauguração de uma ponte. Na cidade, a extrema direita se divide em duas candidaturas, deixando o campo livre para a petista, que é favorita à reeleição.
 
Em Belo Horizonte, o presidente também somou pontos. Mesmo em um evento no qual repetiu anúncios feitos em fevereiro, Lula conseguiu resolver o difícil relacionamento da base com o governo federal. Em um palanque lotado, o chefe do Executivo abraçou cada parlamentar presente, fez elogios, tirou fotos e perguntou sobre as estratégias eleitorais em cada município. A atenção foi bem recebida pelos parlamentares.
 
 
Foi também na capital que o presidente se reuniu com o prefeito Fuad Noman (PSD), ao lado de Rodrigo Pacheco e Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia. A reunião, que ocorreu a portas fechadas no aeroporto da Pampulha, teve como pauta as eleições municipais.
 
Apesar do sinal de boa vontade do presidente, que deixou claro que poderia seguir em neutralidade no primeiro turno, Lula resolveu a pendência sobre seu apoio eleitoral: Em BH, será Rogério Correia (PT). O deputado federal dividiu o palanque com o presidente e foi elogiado pela plateia presente no Minascentro.“Lula lá, Rogério cá”, gritaram os petistas.
 
Considerada um sucesso entre membros do governo e aliados, a viagem a Minas Gerais conseguiu destacar os candidatos que Lula escolheu apoiar e evidenciar as estratégias para 2026. Em um estado comandado por um governador de oposição, Romeu Zema (Novo), Lula ainda fechou a estadia com um gesto de empatia ao governo estadual.
 
 
Zema não participou da agenda presidencial, mas enviou o vice, Matheus Simões (Novo), em seu lugar. Em Contagem, o número dois de Zema foi ignorado, com Lula, que deixou de citar seu nome ao apresentar as autoridades. No entanto, em Belo Horizonte, o vice-governador foi defendido pelo presidente, que pediu “civilidade” à plateia que vaiava seu discurso. O petista ficou ao lado de Simões durante toda a fala e, ao terminar, ele foi aplaudido pela plateia.
 

8 de janeiro



Durante a visita a BH, Renan Filho, ministro dos Transportes, comparou os ataques de 8 de janeiro em Brasília com a tentativa de golpe na Bolívia. A ação arrancou aplausos da plateia e de alguns membros do palanque presidencial, inclusive de Lula.
 


Drible



Em sua apresentação durante a visita de Lula, Camilo Santana, ministro da Educação, foi interrompido por militantes que pediam a volta do bandejão nas universidades federais. Meio sem jeito, o ministro conseguiu contornar o protesto e, no final, foi aplaudido por aqueles que o cobravam.



Tesoureira



Gleide Andrade, tesoureira do PT, foi alvo de reclamações petistas durante toda a semana. Nos bastidores, havia especulações de que Lula a removeria do cargo de conselheira da Itaipu Binacional. No entanto, durante o evento em Contagem, ela foi apresentada pelo cargo e não como a responsável pelas contas do partido.