Com discursos reativos e ataques a parlamentares, a diplomacia entre os deputados estaduais tem sido deixada de lado -  (crédito: Quinho)

Com discursos reativos e ataques a parlamentares, a diplomacia entre os deputados estaduais tem sido deixada de lado

crédito: Quinho

A tropa bolsonarista na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) tem incomodado os membros do bloco Democracia e Luta, da oposição. Com discursos reativos e ataques a parlamentares, a diplomacia entre os deputados tem sido deixada de lado. Entre falas no plenário e vídeos nas redes sociais, a estratégia – não oficial – adotada pelos opositores tem sido a de ignorar. Parlamentares relataram à coluna que esta saída se mostrou a melhor forma de lidar não apenas com ofensas pessoais, mas também com os ataques cibernéticos vindos de seguidores e eleitores do grupo.

 

Quando o assunto é relativo aos líderes políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as redes sociais se tornam o principal campo de ação. Tanto o pré-candidato à Prefeitura de BH, Bruno Engler (PL-MG), quanto os deputados Caporezzo (PL-MG) e Amanda Teixeira Dias (PL-MG) possuem uma grande base de seguidores na internet. Com números superiores aos dos parlamentares da oposição, torna-se mais fácil construir uma narrativa nas redes sociais.

 

Embora a Assembleia seja um lugar relativamente tranquilo comparado ao Congresso Nacional, a discordância política já foi motivo de confusões nesta legislatura. Foi o caso quando Caporezzo, aos gritos, enfrentou Bella Gonçalves (Psol) após acusá-la de infringir a segurança policial dada a ela após ameaças de morte e estupro feitas por extremistas. As mesmas ameaças sofridas por Bella foram endereçadas a outras parlamentares da oposição: Beatriz Cerqueira (PT) e Lohanna (PV), evidenciando a polarização política.

 

 

A tensão entre os grupos aumentou ainda mais com a chegada da deputada Amanda Teixeira Dias. Suplente de Alê Portela, ela é filha do ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG). Recentemente, a deputada protagonizou um bate-boca com Leleco Pimentel (PT). As ofensas de ambos os lados viraram pauta entre os parlamentares e servidores, que criticaram a falta de decoro.

 

Leleco conhecia o “acordo” da esquerda de ignorar as investidas bolsonaristas, mas preferiu enfrentar Amanda. A decisão não foi bem-vista pelo grupo, já que o parlamentar é conhecido por usar métodos semelhantes aos da direita para atacar adversários.

 

A coluna procurou os deputados do grupo bolsonarista, que afirmaram que o Parlamento é um lugar de debate e discussão. Segundo eles, se existe algum incômodo, isso fere o intuito de uma Casa Legislativa democrática. Ignorar a presença de algum parlamentar seria, então, uma contradição. Foi dito também que a ALMG é uma casa do povo de Minas Gerais e que existem pautas em que haverá comum acordo entre os grupos políticos.

 

 

Segundo os bolsonaristas, a briga entre os grupos se restringe ao plenário e se estende a pautas de costumes, as quais eles vão defender.

 


De volta ao jogo

Por cinco votos a zero, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais decidiu que Guilherme Morais (PSD), ex-vereador por Brumadinho e pré-candidato à prefeitura da cidade, está apto a concorrer nas eleições municipais de outubro de 2024. A medida foi tomada devido à renúncia de Guilherme Morais ao cargo de vereador em março de 2023, momento em que enfrentava um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. Na época, o vereador fez acusações graves à gestão do prefeito Avimar Barcelos, o Neném da Asa. O conflito resultou em sua expulsão sumária do Partido Verde (PV).


Santa Luzia: o cenário

O deputado Christiano Xavier (PSD) delimitou o cenário eleitoral de Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH. Eleito pela primeira vez em 2018 em eleições suplementares, após a cassação do mandato da prefeita Roseli Pimentel (PSB) e de seu vice, o parlamentar deixou a prefeitura da cidade com uma aprovação recorde para assumir uma cadeira na ALMG. Segundo ele, a cidade precisa escolher seu novo comandante com cuidado. “Quando assumi a prefeitura, Santa Luzia estava em um cenário catastrófico. O Hospital São João de Deus estava fechado há mais de 10 anos. O cenário era horrível. Crianças estudando dentro de contêineres, comendo comida azeda. Havia contratos suspeitos e mau uso de dinheiro público. Reabrimos o hospital. Enfim, fizemos o melhor”.

 


Santa Luzia: o apoio

O apoio do parlamentar foi muito disputado. Porém, o delegado Christiano já bateu o martelo e decidiu apoiar Vander do Delegado (que ganhou este apelido por ter sido seu estagiário). “A gente quer que Santa Luzia cresça, é um sonho.”

 

Abin paralela

Os parlamentares mineiros alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro parecem não se preocupar com a investigação da Polícia Federal (PF), que confirmou nesta semana que, durante seu mandato, Bolsonaro usou a Abin para defender familiares e aliados políticos, além de espionagem de jornalistas. À coluna, foi relatado que essa investigação seria mais uma tentativa do presidente Lula (PT) de enfraquecer o bolsonarismo.

 

Nada mudou

Se a esquerda quer Duda Salabert (PDT), a deputada não deve mudar de ideia e vai seguir com sua candidatura. Sem qualquer proposta que a faça desistir, a parlamentar já garantiu que não fará parte de uma unificação em busca da Prefeitura de Belo Horizonte.

 

Rede vive

“Vitoriosa”. Foi assim que um dos membros da Rede Sustentabilidade descreveu a visita de Marina Silva a Belo Horizonte. Conforme relatado pelo EM MINAS no último sábado (6/7), a ministra de Lula veio à capital mineira para enviar um recado aos seus rivais dentro do partido, que atualmente está dividido em dois grupos. De fato, Marina esteve ao lado de Ana Paula Siqueira (Rede) e não se encontrou com Paulo Lamac (Rede).