A menos de três meses das eleições municipais, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ainda mantém mistério sobre quem pretende apoiar. Apesar do suspense, ele tem participado de várias reuniões com possíveis aliados.

 

Já se encontrou com Rogério Correia (PT), Mauro Tramonte (Republicanos), Duda Salabert (PDT), Carlos Viana (Podemos) e, na última sexta-feira (19/7), um dia antes da convenção que oficializou a pré-candidatura à reeleição de Fuad Noman (PSD), foi a Brasília para tentar resolver desavenças com seu partido. Com a proximidade das eleições e das convenções partidárias, o ex-prefeito, cortejado pela maioria dos pré-candidatos, deve bater o martelo sobre seu apoio nas próximas duas semanas. A decisão engloba dois aspectos: escolher um apadrinhado ou seguir nulo no pleito.

 

Kalil foi eleito prefeito de BH em 2016, com 52,98% dos votos, e reeleito em 2020, com 63,36%. Ao deixar o cargo em 2022 para concorrer ao governo de Minas Gerais, ele teve alta aprovação, tornando seu apoio estratégico para os candidatos, dado seu potencial de atrair votos. Nos bastidores, ele vem recebendo promessas de influência nas campanhas e nas prefeituras, caso a chapa que apoie seja eleita. A conversa com Rogério Correia – líder de uma possível unificação da esquerda – seguiu essa linha. Cerca de um mês atrás, discutiram a possibilidade de Kalil escolher o vice na chapa do PT, posição que, segundo o presidente Lula (PT), deve ser ocupada por uma mulher. Membros do partido afirmam que, apesar de as conversas terem esfriado, Rogério saiu otimista da reunião.

 



 

Em jantar na casa de Kalil, a conversa com Mauro Tramonte foi mais produtiva. Ambos discutiram um possível acordo. Fontes apontam que os dois políticos se dão muito bem e conversam de igual para igual, o que agrada a Kalil. Ao deixar o local, o líder do Republicanos ficou animado. Mas, até o momento, o ex-prefeito já deixou claro: vai conversar com todo mundo que quiser discutir Belo Horizonte e apenas depois tomará sua decisão.

 

Por isso, Kalil almoçou com a deputada federal Duda Salabert (PDT) em BH e se reuniu com o senador Carlos Viana (Podemos) em Brasília. Nas duas reuniões, foram discutidas pautas de melhoria em BH, como questões do meio ambiente e transporte, mas nenhum apoio foi prometido.

 

Na última sexta-feira, o ex-presidente do Clube Atlético Mineiro foi a Brasília para resolver conflitos com seu partido. Na reunião, participaram o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), e o presidente do PSD Minas, deputado estadual Cassio Soares. Ambos estão trabalhando para viabilizar a pré-candidatura de Fuad Noman à reeleição. Pacheco e Soares são colocados como influência decisiva na campanha do PSD rumo à PBH pela quarta vez.

 

 

Fontes próximas aos líderes do PSD indicam que, durante a reunião, Kalil foi pressionado a apoiar seu antigo vice, com propostas de maior influência tanto no partido quanto na prefeitura A conversa animou os líderes com a possibilidade de uma solução sobre o apoio do ex-prefeito. No entanto, Kalil afirmou que estava ali para discutir os problemas que tem enfrentado. O ex-prefeito mencionou os conflitos internos no partido, expressou o desejo de mais influência nas prefeituras do estado e criticou o afastamento dentro da legenda.

 

Vice de Fuad

A definição do vice na campanha pela reeleição do prefeito Fuad Noman vem gerando grande expectativa nos bastidores do PSD. O partido precisa resolver essa questão de forma definitiva, especialmente após o acordo inicial que reservava a indicação para o União Brasil. Diante da resistência do vereador Álvaro Damião (UB) à proposta, o grupo considera Rodrigo de Castro (UB) o uma alternativa para a vice. No entanto, a decisão final ainda está pendente, pois o PSD aguarda possível manifestação de apoio do ex-prefeito Alexandre Kalil, cuja palavra pode ser decisiva para consolidar a escolha.


PSD

A vinda do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, a Belo Horizonte no último sábado esquentou os bastidores políticos na capítal. À coluna foi dito que o deputado federal Igor Timo, que no momento está sem partido, pode migrar para o PSD.

 

Bolsonaro não vem

A coluna apurou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não estará presente na convenção do Partido Liberal em Minas Gerais. O motivo não foi divulgado, mas fontes ligadas ao partido indicam que a indefinição se deve a divergências entre o ex-chefe do Executivo federal e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. Além disso, há restrição da Justiça que impede que ambos estejam no mesmo local.

 

Prefeito e tiktoker

O prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (Novo), viralizou ao fazer uma “dancinha” nas redes sociais para divulgar obras da prefeitura. Candidato à reeleição, o irmão do senador Cleitinho (Republicanos) usou a brincadeira para engajar seus seguidores e agradeceu o apoio com um comentário: "Fala sério, gente, sou um excelente dançarino."


Com Boulos em SP

Rogério Correia encontrou-se com o pré-candidato pelo Psol, Guilherme Boulos, em São Paulo para o lançamento da pré-campanha. No evento, a presença do presidente Lula gerou a expectativa de que ele faria o mesmo em Belo Horizonte. Nos bastidores, pessoas próximas a Correia confirmam a presença do presidente, mas fontes ligadas ao Planalto afirmam que nada ainda foi decidido.

 

PT+PDT = 0

Apesar de Duda Salabert e Rogério Correia continuarem em negociações para uma possível unificação, ambos parecem cada vez mais distantes de chegar a um acordo sobre quem será o cabeça de chapa. Duda argumenta que esta é sua única oportunidade, dada sua posição como mulher trans e o momento político favorável à sua candidatura, enquanto Rogério afirma que, sendo mais velho, também não pode esperar mais. Enquanto a disputa persiste, o PDT de Duda adiou sua convenção para 4 de agosto, na tentativa de negociar uma aliança com o PT de Rogério, originalmente marcada para 29 de julho.

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