Após cancelar dois eventos em Belo Horizonte, onde um de seus aliados políticos mais populares, o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), concorre à prefeitura, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) finalmente decidiu incluir a capital mineira em sua agenda: visitará a cidade na segunda quinzena de agosto. A intenção é realizar um comício na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul. A previsão foi encaminhada ao PL de Minas após rumores de que o líder da direita faria como o presidente Lula (PT) e deixaria BH em segundo plano nesta eleição.

 

Dois tons em duas convenções

Convenções dão rumo à campanha eleitoral

Quando Kalil vai bater o martelo

 

De fato, a anunciada ausência de Jair Bolsonaro na convenção do PL, na próxima sexta-feira, em Belo Horizonte, causa estranheza nos bastidores, especialmente porque ele já havia cancelado sua presença no lançamento da pré-candidatura de Engler, em maio, horas antes de viajar a BH, alegando dor no estômago. O evento precisou ser cancelado, já que era divulgado como a primeira aparição de Bolsonaro ao lado de seu candidato na capital. Em seguida, após melhorar, em vez de marcar uma nova data para o evento, Bolsonaro optou por realizar uma série de motociatas em São Paulo.

 

O vaivém do ex-presidente já irritava alguns membros do partido, que começaram a acreditar que ele havia deixado Minas Gerais de lado e não a colocaria mais entre suas prioridades. Anteriormente, o estado estava no mapa bolsonarista junto com São Paulo e Rio de Janeiro.

 

A situação é similar à do Partido dos Trabalhadores (PT), que também vem encontrando dificuldades em lançar o deputado federal Rogério Correia (PT) como pré-candidato de Lula em BH. Por um acordo com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Lula ficou de esperar o segundo turno para poder ser mais ativo na capital de Minas Gerais. A decisão acontece em uma tentativa de não atrapalhar a pré-candidatura à reeleição de Fuad Noman (PSD). Por ora, Lula vai apoiar Correia, mas sem chamar muita atenção.

 

Do lado do PL, Engler tem uma candidatura competitiva e vem performando bem nas pesquisas eleitorais. Sempre na vice-liderança, o bolsonarista aparece no segundo turno ao lado de Mauro Tramonte (Republicanos). No entanto, para alguns membros do partido, mesmo com os bons resultados, a presença de Bolsonaro seria crucial para consolidar o deputado como o candidato do ex-presidente em BH.

 

Engler é conhecido por suas inúmeras aparições ao lado do ex-presidente, inclusive em lives nas redes sociais durante a pandemia e por discursos carregados de pautas conservadoras na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Porém, para os membros da campanha, sem Bolsonaro, seria muito difícil manter a força da candidatura, especialmente sem o apoio presente de Nikolas Ferreira (PL), que, apesar de declarar oficialmente o apoio a Engler, nos bastidores não esconde suas diferenças com o pré-candidato.

 

O deputado estadual também enfrentou dificuldades em atrair o apoio do governador Romeu Zema (Novo), com quem manteve reuniões na tentativa de trazer Luisa Barreto, pré-candidata à prefeitura pelo Novo, para sua chapa. O mesmo problema ocorreu com o PSD e o ex-deputado João Leite. Ambos preferem se manter afastados do “extremismo da direita”.

 



 

Dobradinha

 

Enquanto em BH Rogério Correia (PT) enfrenta o prefeito Fuad Noman (PSD), em outras cidades de Minas Gerais o PT e o PSD fazem uma dobradinha histórica. Em Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Teófilo Otoni os dois partidos se juntam para competir pelas prefeituras.


Governador Valadares

 

A Justiça Eleitoral suspendeu uma pesquisa encomendada pela campanha do Coronel Sandro (PL) em Governador Valadares, sob suspeita de fraude grave. Curiosamente, a pesquisa foi oficialmente paga pela Associação dos Aposentados da Vale (Aposvale), levantando questionamentos sobre o interesse de uma instituição de aposentados em um levantamento eleitoral e sobre a credibilidade da empresa contratada, sem histórico registrado na área. A decisão judicial impõe multa diária de R$ 10 mil e caracteriza crime de desobediência em caso de divulgação dos resultados.


Campo de guerra

 

No domingo passado, um homem tentou incendiar a Câmara Municipal de Brumadinho, na região metropolitana. O incidente é mais um capítulo da intensa guerra política que se desenrola na cidade. A disputa tem sido marcada por episódios de violência e intimidação. Os pré-candidatos Gabriel Parreiras (PRD), Guilherme Moraes (PSD) e Guti da Premoldados (Avante) foram alvos de tentativas de assassinato e receberam diversas ameaças de morte.


Danizinha Protetora

 

A Aliança Nacional LGBTI+ informou que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Coordenadoria de Combate ao Racismo e à Discriminação (CCRAD), instaurou uma notícia de fato após denúncia formal encaminhada por Amanda Baliza, coordenadora jurídica da Aliança. A denúncia se refere ao programa religioso “Danizinha Protetora”, exibido na emissora pública Rede Minas, levantando preocupações sobre a veiculação de conteúdos religiosos em uma emissora pública.

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