A frase "Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda" faz sentido quando usada em relação às eleições municipais em Minas Gerais. Não é de hoje que PT, PV, unidos em uma federação partidária, vivem em meio a atritos. A Rede entra ainda para viver ainda mais brigas por candidaturas e rachas dentro das próprias legendas resultam em discordâncias políticas quanto às chapas eleitorais.
Em Belo Horizonte, o problema é ainda maior. Embora o grupo tenha anunciado o deputado Rogério Correia (PT) como pré-candidato à prefeitura, integrantes do PV e da Rede estão alinhados com Fuad Noman (PSD), que busca a reeleição.
Do lado do PV, a decisão de apoiar Fuad veio após Rogério Correia atropelar uma articulação interna para que a legenda indicasse um vice na chapa do PSD. Originalmente, o PV planejava indicar o deputado Mauro Henrique Caixa para a cadeira. Com a intervenção do deputado federal, o chefe do Executivo de BH optou por aliar-se ao União Brasil, do vereador Álvaro Damião, visando o tempo de televisão da legenda.
Na Rede, a situação é ainda mais complexa. O partido está dividido em dois grupos políticos com posicionamentos distintos. O lado liderado por Ana Paula Siqueira, ligado a Marina Silva, decidiu apoiar o PT. No entanto, a vertente de Paulo Lamac, que lidera a legenda oficialmente, está com Fuad. Com isso, a intenção da maioria é trabalhar pela reeleição do prefeito.
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A intenção é fortalecer ainda mais o grupo, para engolir aqueles que ainda se mantêm com Marina Silva, fundadora da legenda. Um sinal da desconexão do PV com Rogério Correia ficou público na quarta-feira, quando ele não participou da convenção dos verdes.
Outra divergência surge em relação ao presidente Lula. Inicialmente, ele firmou um acordo com Fuad, mas, devido à insistência de Correia, permitiu que o deputado mantivesse a pré-candidatura. Em um acordo com Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional e cacique do PSD, Lula prometeu manter-se neutro no primeiro turno, permitindo que o petista siga com sua candidatura, mas não vai se engajar publicamente.
A insistência em manter uma chapa na corrida pela prefeitura tem outro motivo: Gleide Andrade (PT). A tesoureira do PT nacional é aliada de Correia e rival do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), líder da legenda. Pensando nas eleições de 2026, seria interessante para ela que o partido abrisse uma cadeira na Câmara dos Deputados, já que a mesma deseja concorrer à vaga no Congresso.
Gleide Andrade é uma das razões para a federação em Minas estar tão dividida. Assim como mostrou a coluna do dia 22/6, membros do PV, Rede e PT acusam a secretária de usar o partido do presidente Lula em benefício próprio.
Apoios
Se Gabriel Azevedo (MDB), pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, já dá como certa a aliança com os tucanos, Fuad Noman também vem costurando este apoio. Além de conversas com o MDB, o presidente do PSDB em Minas, deputado federal Paulo Abi-Ackel, também negocia com o prefeito.
Atualmente, Fuad conta com o apoio do PRD e Solidariedade, do deputado Fred Costa; do União Brasil, de Álvaro Damião; do Avante e Agir, de Luis Tibé; e do PV e Rede, que teoricamente apoiam Rogério Correia. Nos bastidores ainda corre a informação de que mesmo impulsionando a candidatura de Carlos Viana (Podemos), a “Família Aro”, do secretário da Casa Civil de Minas, Marcelo Aro, também deve seguir com Fuad.
Bella é vice
Sem acordo com Duda Salabert (PDT), a chapa de Rogério Correia deve anunciar Bella Gonçalves como vice na convenção de domingo (4/8). A coordenadora de campanha do petista era pré-candidata à PBH, mas desistiu de concorrer para ajudar na campanha do deputado. Decisão foi tomada após encontro com o presidente Lula.
Nota rebate Ciro
O PDT de Belo Horizonte emitiu uma nota em solidariedade à deputada federal Duda Salabert após o vice-presidente nacional do partido, Ciro Gomes, dizer que a pré-candidata à prefeitura da cidade “não tem preparo” para assumir o cargo de chefe do Executivo.
No documento, a legenda diz que “ficou evidenciada a tentativa de atingir a imagem de mulher pública de nossa pré-candidata à prefeita de Belo Horizonte, com uso arbitrário das instâncias por meio da imprensa”. A nota foi assinada pelo presidente municipal da legenda, o vereador Bruno Miranda, e direcionada ao presidente nacional do partido, Carlos Lupi.
De malas prontas
Quem não gostou nada da chegada de Alexandre Kalil no Republicanos foi Cleitinho Azevedo, que já está de malas prontas para o PL. A intenção do senador é concorrer ao governo de Minas nas eleições de 2026. Nos bastidores, existe uma conversa para que o Novo, de Romeu Zema, indique o vice na chapa. O nome de Matheus Simões é cotado.
Via vídeo
Apesar de não estar presente na convenção que vai lançar Engler candidato à Prefeitura, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fará uma chamada de vídeo durante o evento marcado para esta sexta-feira (2/8). Como mostrou a coluna, o líder da direita já tem data para voltar à Minas, na segunda quinzena de agosto.
Em BH
O Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, estará em Belo Horizonte nesta sexta (2/8) para assinar o Termo de Fomento que oficializa o projeto “Juntos na promoção do direito ao trabalho e da sustentabilidade”, desenvolvido pelo Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA).
A solenidade acontece a partir das 9h30, na sede da Associação dos Catadores de Papelão e Material Reaproveitável (ASMARE), e também conta com a participação do secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira.