Ilustração -  (crédito: Quinho)

Ilustração

crédito: Quinho

Um empresário, uma líder comunitária e uma cadeirante entram em um bar… Este não é o começo de uma piada, é a realidade da acirrada disputa pelo cargo de vice na chapa do senador Carlos Viana (Podemos), candidato à Prefeitura de Belo Horizonte. Fred Aisc já se conformava com a derrota, enquanto Kika da Serra alardeava sua indicação aos quatro ventos. De repente, Renata Rosa, que nem havia sido convidada para a mesa, foi lançada na roda pela presidente do Podemos em Minas Gerais, Nely Aquino.

 

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A confusão foi tamanha que a direção nacional do partido teve que intervir na quarta-feira (15/8). Em um papo que mais se parecia com um sermão de pai preocupado, os líderes pediram que todos fizessem as pazes. Com tantas brigas e bate-bocas, a candidatura de Viana está mais instável do que nunca. Dentro do Podemos, há rumores de que ele pode até desistir.

 


Nesta semana, ao checar o registro de sua candidatura, o senador levou um susto. Esperava encontrar Kika da Serra como sua candidata a vice e se deparou com Renata Rosa, aliada de Nely Aquino, no lugar. Viana ficou irritado e pediu apoio da ala nacional.

 

 

Apesar das especulações sobre uma possível desistência, durante a reunião desta quinta-feira, a direção nacional do partido manifestou interesse na candidatura de Viana e pediu que ele e Nely cheguem a um acordo. Segundo fontes, os líderes querem que a situação esfrie antes de decidir sobre as alterações. As decisões agora precisam também do consenso de Brasília, e do lado do candidato, a expectativa é de mudar o nome já na próxima semana.

 

O prazo para o registro de candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terminou ontem. Segundo o artigo 69 da resolução 23609, de 2019, o partido pode substituir o candidato cujo registro seja indeferido ou que renuncie. Se a indicada por Nely Aquino renunciar, Viana terá até dez dias para registrar sua própria escolha. Da mesma forma, se Viana desistir, Nely poderá registrar outra candidatura, incluindo a sua própria.

 


Família Aro

 

A desavença entre Nely Aquino e Carlos Viana ainda tem um terceiro personagem: o chefe da Casa Civil do governo Romeu Zema, Marcelo Aro (PP). Líder da “Família Aro” — grupo ao qual Nely pertence —, foi ele quem articulou a candidatura de Viana. Em troca, conseguiu colocar um de seus aliados, Castellar Neto (PP), no Congresso Nacional, ocupando o cargo de senador no lugar de Viana, afastado por causa das eleições municipais. A troca de vice não beneficia Aro. No entanto, isso não deve impactar a rotina do secretário, que não vai fazer campanha ao lado de Viana, visto que o governador Romeu Zema (Novo) apoia Mauro Tramonte.

 

 
Notas

 

Tensão

 

Em Brumadinho, a situação segue alarmante. Na quarta-feira (14/8), durante uma reunião virtual, os vereadores da cidade, todos alinhados ao grupo de Nenen da Asa (Progressistas), decidiram abrir um inquérito para a possível de Gabriel Parreira (PRD). A votação ocorreu enquanto a Câmara Municipal estava fechada, pegando de surpresa a campanha de Guilherme Morais (PSD). O detalhe crucial é que Parreira é o vice na chapa de Morais, que se apresenta com a proposta de "trazer dois prefeitos" para a cidade. Essa aliança é vista como uma ameaça direta ao prefeito, que apoia a candidatura de Gute da Premoldados (Avante).

  

Ele vem aí?

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode adicionar Belo Horizonte à sua agenda de compromissos. Dentro do PL, está sendo discutida a possibilidade de que Bolsonaro participe da manifestação organizada pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), marcada para 7 de setembro. O objetivo do evento é criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e, ao mesmo tempo, dar um impulso à candidatura de Bruno Engler (PL) à Prefeitura de BH. Além da capital mineira, Bolsonaro também planeja visitas ao Rio de Janeiro e a São Paulo no mesmo dia.


Confirmado

 

Enquanto Jair Bolsonaro ainda não confirma sua presença, a participação do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL) na manifestação de 7 de setembro já está garantida. Gayer, junto com Nikolas Ferreira (PL), é um dos principais mobilizadores de votos em torno da figura de Bolsonaro.